Google ameaça desligar serviço de busca na Austrália por conta de nova lei
A Alphabet, dona da Google (NASDAQ: GOOGL), ameaçou nesta sexta (22), em audiência do Senado australiano, desligar sua ferramenta de busca na Austrália em caso de um novo projeto criado para beneficiar veículos de imprensa se tornar lei.
Na ocasião, o diretor regional da Google no país, Mel Silva, afirmou que a legislação é impraticável e quebrará a maneira como milhões de usuários buscam conteúdo online e utilizam a internet.
Segundo a CNN Business, o representante afirmou que “se a lei for aprovada, não haverá outra opção a não ser desabilitar o serviço de buscas na Austrália”, o que, segundo ele, seria ruim para a empresa, para os australianos, para a mídia e para os pequenos negócios.
A nova legislação australiana permitirá que meios de comunicação negociem com o Google e com o Facebook (NASDAQ: FB) diretamente sobre preços dos conteúdo publicado por eles e que circulam nas duas plataformas.
A crítica dos veículos é que as gigantes americanas lucram em cima do material produzido pelos meios de comunicação e remuneram pouco os sites de notícias, deixando os editores “lutando pelas sobras”.
O primeiro ministro australiano, Scott Morrison, atacou a Google após a fala da empresa. “A Austrália estabelece as regras para aquilo que você pode fazer aqui. Isso é papel do nosso parlamento. É assim que as coisas funcionam. Quem quer trabalhar dessa forma, é muito bem-vindo na Austrália. Mas não respondemos a ameaças”, disse em tom bélico.
Google e Facebook vêm atacando nova lei
Em agosto de 2020, o Google usou sua homepage para alertar os australianos que a nova lei iria impactar a forma como eles procuram as coisas e traria consequências para os usuários do YouTube.
As duas companhias buscam métodos de evitar a aplicação da nova lei. A Google, por exemplo, vem sinalizando que remunerará mais a imprensa através de um novo programa chamado News Showcase, que promete distribuir US$ 1 bilhão nos próximos três anos para os veículos do país.
O Facebook não ameaçou fechar sua plataforma no Austrália, mas afirmou que pode bloquear o conteúdos de notícia de circular.
Os críticos da nova legislação falam que, para além de buscar melhorar a situação da imprensa com ganhos oriundos do Google e do Facebook, ela pode ter o envolvimento do bilionário Rupert Murdoch, que possuí uma grande parte do mercado de notícias australiano.