Bancos somam R$ 3,4 tri em crédito concedido durante pandemia, diz Febraban
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou nesta segunda-feira (11) que com os programas de estímulo criados pelo governo durante a crise do coronavírus (covid-19), os bancos acumulam R$ 3,4 trilhões em concessões de crédito entre março até dezembro.
O cálculo da Febraban põe na conta números já divulgados pelo Banco Central (BC) para o período entre março e novembro, que somam R$ 3,1 trilhões, e uma projeção da própria federação para os resultados de dezembro, de R$ 313,8 bilhões, que envolve apenas as operações no segmento livre de crédito para pessoa jurídica e, no caso da pessoa física, o crédito imobiliário, mas não as operações de crédito rotativo.
Além disso, entre 16 de março, data que representa o início da quarentena no Brasil, e 31 de dezembro, o setor renegociou 16,8 milhões de contratos com operações em dia, que têm um saldo devedor total de R$ 971,5 bilhões. A soma das parcelas suspensas dessas operações totaliza R$ 146,7 bilhões, segundo a Febraban.
De acordo com a federação: “Os valores geraram alívio financeiro imediato para empresas e consumidores, que passaram a ter uma carência entre 60 a 180 dias para pagar suas prestações, sendo que a maioria dos agentes beneficiados com prorrogação de parcelas é representada por pequenas empresas e pessoas físicas (R$ 77,1 bilhões)”.
Por último, a Febraban informou que, em relação a fevereiro, mês que antecede a crise, a taxa de juros para o conjunto das operações de crédito recuou de 23,1% para 18,7% ao ano, uma redução de 4,4 pontos porcentuais, enquanto o spread médio das operações de crédito caiu de 18,6% para 14,4% , ou 4,2 pontos a menos. Em 2020, a Selic, taxa básica de juros, foi reduzida de 4,25% para 2% ao ano.
Bancos esperam reduzir pela metade o ritmo de expansão do crédito, diz Febraban
Os bancos brasileiros, que estimam ter terminado 2020 com expansão de 13,7% para a carteira total de crédito, acreditam que neste ano o ritmo de crescimento deverá ser reduzido pela metade, para 7%, de acordo com pesquisa feita pela Federação Brasileira de Bancos com 16 instituições, entre os dias 16 e 21 de dezembro, e divulgada na última segunda-feira (4).
Segundo a Febraban, os recursos direcionados, que no ano passado cresceram com foco maior em empresas, são os que mais devem perder força em 2021, após o fim de alguns programas de estímulo criados pelo Banco Central para conter a crise econômica causada pela pandemia da covid-19.
Ao passo que a expansão prevista para este ano é de 3,4%, um pouco menos de um terço dos 12,2% que os bancos calculam ter crescido em 2020.
Os recursos livres para pessoa jurídica também devem enfrentar desaceleração, com expectativa de expansão de 9,2% em 2021, menos da metade dos 21,3% de estimados para o último ano.
Por outro lado, o crédito livre para pessoa física, com estimativa de crescimento de 9,2% em 2020, deve dar um passo um pouco maior em 2021, com avanço estimado de 9,9%, prevê a Febraban.
Com informações do Estadão Conteúdo