Nicolás Maduro toma posse e assume segundo mandato na Venezuela
Nicolás Maduro tomou posse de seu segundo mandato na presidência da Venezuela nesta quinta-feira (10).
O evento ocorreu no Supremo venezuelano pois a Assembléia Nacional, dominada por opositores, não reconhece a legitimidade do segundo mandato de Nicolás Maduro. O mandato de Maduro irá se estender até 2025.
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Em seu discurso de posse, logo após prestar juramento, Maduro criticou a oposição e a influência norte-americana na grave crise que afeta a Venezuela. Segundo ele, o país está no “centro de uma guerra mundial” que é travada por “governos satélites dos Estados Unidos“. “Quem libertou a Colômbia foi o exército de (Simon) Bolívar, não do Capitão América.”
Se referindo a opositores, Maduro declarou: “Não há um só país onde não haja uma campanha persistente, diária, permanente, de 20 anos de manipulação contra o comandante (Hugo) Chavez e este humilde trabalhador”
Além da oposição política venezuelana, países como Estados Unidos e Canadá e membros do Grupo de Lima (a qual o Brasil é integrante) não reconhecem a legitimidade do novo mandato.
Nesta tarde, a Organização dos Estados Latinos Americanos (OEA) também declarou não reconhecer o novo mandato de Maduro.
Muitos países latino-americanos, incluindo o Brasil, Estados Unidos e nações da União Europeia, não enviaram nenhum representante para a posse. O Paraguai comunicou que rompeu relações diplomáticas com a Venezuela.
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Mesmo com as declarações de perda de legitimidade, representantes de outras países compareceram à posse. Entre eles:
- Evo Morales, presidente da Bolívia;
- Miguel Díaz-Cane, presidente de Cuba;
- Salvador Sánchez Cerén, presidente de El Salvador;
- Gleice Hoffmann, eleita deputada federal pelo PT e presidente da sigla;
De acordo com o jornal “El Universal”, estiveram na posse ainda o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e delegações de Irã, Trinidad e Tobago, Irlanda, Bielorrússia, Rússia, Argélia e África do Sul. O vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, também acompanhou a cerimônia.
Para se sustentar no cargo, Nicolás Maduro conta com o apoio do Supremo e da Força Armada Nacional Bolivariana.
Constituição
Desrespeitando a Constituição, Maduro não fez o juramento diante da Assembléia Nacional, que é composta por maioria opositora. Além disso, a instituição não reconhece o a legitimidade do mandato de Maduro. Por outro lado, o presidente venezuelano não aceita a autoridade da casa e considera o que o Parlamento está em “situação de desacato”.
Eleições contestadas
Sob denúncias de fraudes e com alta abstenção, Maduro foi reeleito com quase 70% dos votos.
O pleito presidencial foi boicotado pela oposição sob alegação de que as eleições eram um processo para perpetuar Nicolás Maduro no poder da Venezuela. A Mesa da Unidade Democrática (MUD) se recusou a participar da campanha. Ademais, dois dos maiores opositores de Maduro, Leopoldo Lopez e Henrique Capriles, foram impendidos de se candidatar a qualquer cargo por um período de 15 anos.