Dólar engata 4ª alta consecutiva e vai a R$ 5,1998

O dólar hoje registrou o quarto pregão consecutivo de alta frente ao real e encerrou o dia a R$ 5,1998, valorização de 0,73%. No mês, a divisa ainda cede 2,74%.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/11/1420x240-Banner-Materias-01.png

No mercado futuro, o dólar para janeiro era negociado com ganhos de 1,1% a R$ 5,2130.

Nesta quarta-feira, fatores técnicos movimentaram o mercado do dólar e o real acabou destoando dos demais emergentes e do otimismo medido pela valorização do Ibovespa. A demanda pela moeda americana no mercado à vista se acentuou, com empresas, fundos e bancos comprando a divisa para remessas de juros e dividendos ao exterior, comuns nesta época do ano.

No cenário macro, os bancos também têm que desmontar, por conta de mudança da legislação, até o próximo dia 30, a proteção em excesso (conhecido como overhedge) para ativos que têm no exterior. Operadores ressaltam ainda que voltou a crescer o uso do câmbio pelos investidores para a proteção de apostas nos demais mercados.

O Banco Central mostrou que as saídas do Brasil pelo canal financeiro se acentuaram na última semana, somando US$ 3,4 bilhões no período de 14 a 18. No mês, somam US$ 766 milhões até o dia 18, pois até então os fluxos de entrada de investidores procurando aportes na Bolsa estavam superando as saídas. Os dados da B3 mostram que o fluxo de estrangeiro continua forte, chegando perto de R$ 17 bilhões no mês, até o dia 21, pregão que teve a entrada de R$ 2 bilhões.

Suno One: acesse gratuitamente eBooks, Minicursos, Artigos e Vídeo Aulas sobre investimentos com um único cadastro. Clique para saber mais!

Um diretor de tesouraria observa que a continuidade do fluxo positivo de investidores externos ajudou a aliviar a pressão no câmbio este mês, diminuindo a necessidade da oferta de dólares no mercado de balcão pelo BC. Este executivo lembra que em dezembro de 2019, o BC realizou dois leilões de linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra) de US$ 2,5 bilhões e fez mais 15 leilões de moeda à vista, somando US$ 7,5 bilhões.

Já neste mês, o BC fez só um leilão de linha, de US$ 2 bilhões, esta semana e não fez de moeda à vista. A instituição concentrou sua atuação na oferta de swap (venda de dólar no mercado futuro), por causa da necessidade dos bancos de reduzirem o overhedge. O BC vem desde o dia 10 fazendo oferta diária de US$ 800 milhões, somando até hoje US$ 8 bilhões.

Na sessão de hoje, o dólar casado, que mede a diferença das cotações do dólar balcão e do dólar futuro, operou novamente negativo, um indicativo da maior demanda por moeda à vista.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop.jpg

No exterior, o dia já teve menor volume de negócios, por causa do feriado do Natal esta semana, e foi marcado por queda do dólar ante moedas fortes e a maioria dos emergentes. A economista da corretora americana Stifel, Lindsey Piegza, comenta que as declarações de Donald Trump ontem à noite sobre o pacote de estímulo foram uma surpresa e podem atrasar a chegada dos recursos aos bolsos dos americanos, na medida em que o presidente pediu aumento dos valores para cada americano. Mas a visão de que as medidas, já aprovadas no Congresso, vão acabar saindo limitaram o impacto no mercado, em dia de indicadores mistos nos EUA, com destaque para a queda no consumo e na renda dos americanos. Também ajudou o avanço nas negociações de um acordo comercial pós-Brexit entre Reino Unido e União Europeia, destaca ela. Nesse ambiente, o dólar voltou a perder força, após ganhar fôlego ontem.

(Com Estadão Conteúdo)

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Tags
Redação Suno Notícias

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno