Carlos Ghosn pode sair da prisão se confessar culpa, diz filho
O Ministério Público do Japão disse que Carlos Ghosn, líder da Renault e da Nissan, pode ser liberto da prisão se confessar sua culpa. A informação foi dada pelo filho executivo neste domingo (6).
Ao jornal francês Le Journal du Dimanche, Anthony Ghosn disse que a confissão teria que ser redigida em japonês. Trata-se de um idioma que Carlos Ghosn não domina. Anthony ainda não foi autorizado a ver o pai na prisão. Disse que só recebe notícias dele por meio dos advogados.
“Ele está disposto a se defender com força e está muito concentrado no objetivo de responder às acusações”, mas ao mesmo tempo se mostra “muito tranquilo”. O filho ainda disse que o pai pode negar as acusações, ou confessar e ser liberto.
O executivo foi preso em 19 de novembro, acusado de ocultar pagamentos milionários e cometer irregularidades fiscais. Desde então, já perdeu dez quilos na prisão, onde as condições não são muito boas, segundo o filho.
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Acusações de declarações falsas
O executivo de 64 anos foi acusado de ter omitido em suas declarações de renda às autoridades da Bolsa quase 5 bilhões de ienes (44 milhões de dólares) durante cinco anos, entre 2010 e 2015. Seu braço direito, Greg Kelly, também foi acusado de ter ajudado a ocultar valores.
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Ghosn também é suspeito de ter repetido a fraude, entre 2015 e 2018, totalizando 4 bilhões de ienes (35 milhões de dólares). Esse ponto havia provocado uma primeira prorrogação do período de detenção.
Além das acusações de não ter declarado sua renda real, a Nissan afirma que seu ex-presidente utilizou ilicitamente residências de luxo espalhadas em vários países do mundo pagas pela empresa.
A Nissan também é investigada como pessoa jurídica. A Promotoria suspeita da responsabilidade da empresa, que forneceu os relatórios falsos às autoridades da Bolsa.
A detenção de Ghosn, que foi destituído da presidência da Nissan poucos dias depois de ser presi, resultou de uma investigação interna da empresa.
O executivo também foi destituído da presidência da Mitsubishi Motors. Entretanto, a Renault decidiu mantê-lo em seu cargo. Uma situação que gerou uma crise na aliança entre as montadoras, criada em 1999.
A aliança Renault-Nissan nasceu em 1999 e em 2016, costurada pelo próprio Carlos Ghosn. Com a entrada da Mitsubishi Motors, se tornou o maior grupo mundial do setor automobilístico.