PIB: Indicadores sugerem contração para o 4º trimestre na zona do euro
A IHS Markit divulgou nesta segunda-feira (23) um relatório sobre as projeções econômicas para a zona do euro. De acordo com os dados, o Produto Interno Bruto (PIB) da região deverá sofrer contrações no quarto trimestre deste ano.
Segundo o economista sênior da Capital Economics para a Europa, Jack-Allen Reynolds, a previsão para o PIB da zona do euro é de queda de 3% no último trimestre de 2020, o que significa uma queda próxima ao pior desempenho da economia do bloco durante a crise financeira de 2008-2009.
“Haverá escuridão antes do amanhecer”, informou, prevendo ainda mais otimismo para o PIB da zona do euro no próximo ano, com as perspectivas de chegada de uma vacina que consiga combater a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Já a economista para a Europa da Oxford Economics, Rosie Colthorpe, prevê que a contração da região no período será de 2,6%. De acordo com a analista, a queda no PMI é menor agora do que na fase inicial da crise causada pela covid. Além disso, a indústria foi menos afetada pelas medidas restritivas adotadas pelos governos europeus desta vez.
“A resiliência da manufatura é um fator-chave para apoiar a economia durante o inverno”, disse Colthorpe.
PIB da zona do euro avança 12,7% no terceiro trimestre
O Produto Interno Bruto da zona do euro avançou 12,7% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com os três meses anteriores. A estimativa consensual entre analistas era por um avanço de 9,4%, segundo a agência de notícias Reuters.
O PIB da zona do euro se recupera após o tombo de 12,1% no segundo trimestre deste ano. O terceiro trimestre ficou marcado por um verão com menos restrições frente à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O mercado, no entanto, acendeu o alerta após França e Alemanha retomarem os lockdowns por conta da doença nas últimas semanas.
As estatísticas do bloco foram fortalecidas por crescimentos específicos da região. A economia da França cresceu 18,2% entre julho e setembro deste ano, de acordo com o Insee, escritório de estatísticas do país, em leitura preliminar. No trimestre anterior, o PIB francês havia contraído 13,7%.
“O enorme aumento do PIB francês no terceiro trimestre não é confortante para os formuladores de política ou famílias francesas, que agora estão lutando contra um segundo bloqueio nacional”, afirmou Andrew Kenningham, economista-chefe da Capital Economics para a Europa, em comunicado.
Embora tenha sido observada uma melhora durante o período de verão, “o PIB permaneceu bem abaixo do nível de antes da crise”, pontuou o Insee. Em uma comparação anualizada, o PIB francês do terceiro trimestre ficou 4,3% menor em relação ao mesmo período de 2019.