FMI: Países devem encontrar espaço fiscal para amortecer os riscos
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou nesta segunda-feira (16), durante evento virtual da instituição, que os países devem buscar mais espaço fiscal para o próximo ano com a finalidade de amortecer eventuais riscos às suas economias devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Segundo a diretora do FMI, atualmente, após o choque da covid-19, as nações avançadas possuem uma margem muito maior para novos gastos do que os países emergentes e pobres.
Georgieva reforçou as iniciativas da instituição durante a crise do novo vírus e ainda garantiu que o Fundo continuará dando suporte aos países que necessitarem no próximo ano. “A prioridade será em gastos sociais e colaboração com programas direcionados a pessoas vulneráveis”, declarou.
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Além disso, durante o evento, o presidente do Banco Mundial, David Malpass, expressou otimismo em relação às soluções para a crise causada pelas medidas de isolamento social diante da pandemia da covid. “Estamos trabalhando pesado para trazer uma recuperação mais verde e sustentável”, concluiu.
Contas públicas: Brasil terá rombo até 2025, estima FMI
O Brasil deverá registrar um déficit primário até 2025, quando o País passará a apresentar um resultado negativo de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados divulgados pelo Fundo Monetário Internacional. O rombo nas contas públicas acontecerá, segundo o FMI, devido ao aumento emergencial de gastos públicos adotado pelo governo para diminuir o impacto da crise provocada pela pandemia do coronavírus (Covid-19).
Segundo o FMI, o déficit primário (resultado entre os gastos do governo e a sua receita, desconsiderando as despesas com juros da dívida pública) deve aumentar de um resultado negativo, como proporção do PIB, de 1% em 2019 para 12% neste ano. Em abril desta ano, o FMI previa que o déficit primário neste ano ficaria em 5,2% do PIB.
Vale destacar que, até 2013, o Brasil vinha acumulando superávits primários. Isso significa que o País gastava menos do que arrecadava. Para a redução da dívida pública, este período foi extremamente importante. Além da importância em relação a dívida pública, o Brasil, consequentemente, acabou recebendo o selo de grau de investimento das agências de classificação de risco.
A partir de 2014, entretanto, houve um descontrole dos gastos, e o Brasil acabou perdendo o selo de bom pagador, o que fez com investimentos externos diminuíssem. Se as projeções do FMI se concretizarem, o governo terá que arcar com uma sequência de 12 anos com gastos maiores que as despesas.
O FMI informou que, com a melhora do quadro econômico em 2021, dado que o PIB deverá passar de uma queda de 5,8% em 2020 para crescimento de 2,8% em 2021, haverá uma diminuição de gastos públicos, mas mesmo assim será registrado um nível elevado de despesas. A estimativa é de que o déficit primário chegará a 3,1% do PIB em 2021. O déficit, em proporção ao PIB, diminuirá para 2% no ano seguinte, atingirá 1,3% em 2023 e chegará a 0,6% em 2024.
Com informações do Estadão Conteúdo
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