90% dos países terão PIB maior que o Brasil nesta década, diz FGV
Dos 191 países monitorados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), 173 terão um PIB maior que o do Brasil nesta década. Os dados são de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O PIB brasileiro será menor do que o de 90% dos países, ficando a frente apenas do resultado de 18 nações. O resultado é o pior desde que o FMI passou a compilar os dados, há 39, em 1980.
Em toda a década, de 2011 a 2020, o Brasil deve registrar um crescimento de apenas 0,9%. Em 120 anos, o resultado nunca chegou a números tão baixos. O crescimento previsto para outros grupos é:
- 4,9% para países emergentes;
- 1,7% para nações da América Latina e do Caribe.
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Dentre os países que o Brasil está na frente em relação ao crescimento está a Argentina. O vizinho latino passa por uma crise econômica e conta com a ajuda do FMI. Mesmo com isso, o crescimento brasileiro será apenas 0,3% maior. O PIB previsto para a Argentina na década é de 0,6%.
Ainda abaixo do Brasil estarão países como:
- Portugal (0,5%);
- Itália (0,2%);
- Grécia (-1,2%);
- Venezuela (-9%).
Os europeus passaram por dificuldades econômicas no início da década, o que influenciou no resultado final. Já em penúltimo lugar na classificação estará a Venezuela. Atrás dela, apenas a Líbia, com uma recessão de -9,6%.
Melhor PIB na última década
O resultado do PIB brasileiro foi o melhor na década passada, com um registro de crescimento de 3,7%. O País ficou atrás apenas de 56% das nações analisadas pelo FMI.
Porém, desde o início desta década, os números não têm sido favoráveis para o Brasil. Em 2015 e 2016, o País registrou dois anos seguidos de recuo no PIB, o que não acontecia desde 1930.
De lá para cá, a recuperação tem acontecido de forma muito lenta. Além do Brasil só ter crescido 1,1% nos últimos dois anos, a previsão do PIB vem sendo reduzida de forma recorrente. Atualmente, a expectativa é de que o Brasil cresça 1,7% em 2019, entretanto, no começo do ano esse número chegava a 3%.
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Motivos para desaceleração
O principal fator que influencia na previsão de crescimento do PIB brasileiro é o encaminhamento da agenda de reformas econômicas do País. A reforma da Previdência é a mais urgente delas. Contudo, a proposta ainda enfrenta forte resistência durante tramitação na Câmara dos Deputados.
Dessa forma, o receio do mercado é de que o texto aprovado seja muito “desidratado”, o que afetaria a economia prevista em R$ 1 trilhão em 10 anos.
Outro motivo que trava o avanço da expectativa do PIB é a crise enfrentada pela Argentina. Com o congelamento de preços, o país vizinho reduziu o número de exportações do Brasil.