R$ 9 mil em uma figurinha? Procon-SP está de olho
Desde o lançamento do álbum de figurinhas da Copa no Catar, as chamadas “figurinhas raras” do álbum têm sido anunciadas por preços exorbitantes.
![R$ 9 mil em uma figurinha? Procon-SP está de olho](https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/05/86f21d1a-922259-jogo_brasil_colombia_copa-do-mundo-2014-2671-800x450.jpg)
Uma tabela de preços tem circulado na internet com valores que variam de R$ 10 a R$ 7,6 mil em cromos, dependendo do design e jogador de cada figurinha.
E quando o primeiro colecionador anunciou a figurinha dourada de Neymar (design supostamente mais raro e, portanto, mais cobiçado) na internet por R$ 9 mil, se instaurou uma verdadeira febre.
Também puderam ser encontradas a figurinha do português Cristiano Ronaldo sendo vendida a quase R$ 10 mil e a do argentino Lionel Messi por R$ 9 mil. As figurinhas dos jogadores Jude Bellingham (Inglaterra) e Almoez Ali (Catar) saíam por R$ 3 mil e R$ 1 mil, respectivamente.
Mas muitos colecionadores têm tido dificuldades de colocar esses valores em prática. Na vida real, acabam sendo poucos os interessados em dar milhares de reais pelas figurinhas.
O engenheiro de produção Luiz Augusto Figueira, que encontrou a figurinha do Neymar (na versão bordô), e, vendo o anúncio de R$9 mil, ofereceu o cromo em um site de vendas por mais de R$1 mil, já que a categoria era mais baixa.
Ao portal O Globo, ele contou que não recebeu nenhuma proposta.
“Conversei com uns amigos esses dias e vejo muita gente anunciando, mas não vi ninguém comprando por esses preços absurdos. A minha vale R$760, é um bom dinheiro, mas acho que prefiro ter e colar no meu álbum” contou.
Figurinhas estão na mira do Procon
Toda essa movimentação chamou a atenção do Procon-SP.
Em entrevista à Veja, Guilherme Farid, diretor da instituição, afirmou que o órgão está de olho na situação, já que o estado de São Paulo, por lei, proíbe campanhas que distribuam cromos raros ou carimbados.
“O Procon está avaliando a questão da oferta das figurinhas extras e pode vir a questionar a empresa a respeito disso”, disse.
A dúvida recai se as figurinhas extras impressas pela Panini podem ser considerada “raras”, já que a lei não define a quantidade de cromos impressos que se enquadra no critério.
Segundo a legislação, as infrações envolvendo as figurinhas, se comprovadas, poderão implicar multa à Panini.