82% das empresas dos EUA têm resultados acima do esperado no 2T20
Segundo uma pesquisa realizada pelo Refinitiv IBES, 82,1% das empresas dos Estados Unidos tiveram resultados que superaram as expectativas de lucro no segundo trimestre de 2020. A maior marca da história desde o começo de pequisas desse tipo, em 1994.
Esses números positivos sobre os resultados trimestrais aumenta a esperança dos investidores de que o pior da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) tenha sido superado.
A notícia segue a divulgação dos resultados das principais empresas do setor de tecnologia dos Estados Unidos: Facebook, Apple, Amazon e Aplhabet (holdig controladora do Google), que tiveram um desempenho nas contas superior ao esperado pelos analistas do mercado.
Por outro lado, todavia, é necessário considerar que por causa dos efeitos do coronavírus as expectativas eram tão baixas que foi simples supera-las facilmente. As previsões eram de uma queda de quase 33,8% dos resultados em relação a 2019.
Todavia, os investidores parecem voltar a apostar que o impacto do isolamento social, o fechamento das empresas por longos períodos e as demissões do quadro de funcionários, poderiam não gerar resultados tão terríveis como se pensava.
Não por acaso o índice S&P 500 .SPX registrou um crescimento de quase 4% desde que os resultados começaram a ser divulgados em meados de julho, e já superou de 3,4% seu fechamento recorde de fevereiro passado, antes do começo da crise.
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Por outro lado, a previsão dos analistas é que os lucros no segundo trimestre das empresas listadas no S&P 500 ainda deverá ser o momento mais complicado da divulgação de resultados em 2020, além da maior queda no trimestre desde a grande crise financeira de 1929.
Resultados da Amazon surpreendem
Um dos resultados que mais surpreenderam os analistas foram os da Amazon (NASDAQ: AMZN). A receita da gigante varejista cresceu 40% no segundo trimestre, alcançando US$ 88,9 bilhões (cerca de R$ 457,94 bilhões), impulsionada por um aumento no número de clientes que realizaram compras online. A previsão era de uma receita de US$ 81,4 bilhões. Por sua vez, os lucros dobraram para um recorde de US$ 5,2 bilhões, também superando as expectativas dos analistas.
A gigante de tecnologia de Seattle se organizou rapidamente logo no começo da pandemia, em março e abril, quando a paralisação econômica ocorreu em todo o mundo, gastando mais de US$ 4 bilhões em custos relacionados ao coronavírus. A Amazon contratou centenas de milhares de trabalhadores, aumentou os salários e tomou dezenas de medidas para garantir a segurança dos centros de distribuição, depois de enfrentar críticas de alguns funcionários.
A força de trabalho da Amazon agora ultrapassa 1 milhão de pessoas e a torna o segundo maior empregador nos EUA depois do Walmart. A companhia emergiu como uma das poucas empresas que viram um aumento nas vendas durante a pandemia, que devastou os mercados internacionais. Como o Walmart, os clientes lotaram a Amazon para comprar bens essenciais, mesmo quando a empresa lutava para acompanhar a demanda nos primeiros dias da crise de saúde pública.
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Graças também a esses resultados, a gigante do varejo eletrônico viu suas ações subirem mais de 60% este ano, mais que o dobro do aumento de outras gigantes da tecnologia, como a Apple, e o triplo do de varejistas que mantiveram grandes lojas abertas, como a Home Depot, segundo FactSet.