Em relatório após o avanço da fusão entre Enauta (ENAT3) e 3R Petroleum (RRRP3) vir à público, o Safra afirmou ter uma visão positiva do negócio. A casa projeta que o acordo criará um grande player no setor brasileiro de petróleo e gás, citando uma posição privilegiada para participar de novos movimentos de consolidação e potencialmente desbloquear sinergias.
A 3R Petroleum assinou um memorando de entendimentos (MOU) que encaminha a fusão com a Enauta (ENAT3), incluindo a participação da Maha Energy Offshore, segundo fato relevante divulgado na última quarta-feira (10). A proposta prevê a incorporação da totalidade das ações de emissão da Enauta pela 3R, com a atribuição, aos acionistas da Enauta, de ações ordinárias de emissão da 3R.
“A transação cria uma entidade maior com um portfólio diversificado de ativos, potencialmente desbloqueando recursos financeiros, operacionais, e sinergias fiscais, além de combinar duas equipes de gestão experientes”, escrevem os analistas Conrado Vegner e Vinícius Andrade.
O banco lembra que a administração da Enauta compartilhou a visão de que existem muitas oportunidades para realizar atividades de exploração de campo nos ativos de ambas as empresas, e que estas seriam favorecidas como forma de potencialmente agregar volumes com menores custos de produção, antes de passar para a exploração pura no portfólio.
O Safra salienta, também, que Décio Oddone, presidente da Enauta, deverá ocupar o mesmo cargo na empresa combinada, enquanto o presidente do conselho de administração deverá ser indicado pelos atuais acionistas da 3R. A expectativa é de que haja sete conselheiros no conselho.
“Os demais cargos ainda não foram decididos, mas a ideia geral é manter o maior número possível de integrantes das duas empresas, considerando as perspectivas de crescimento”, dizem os analistas.
Por fim, o banco pontua que a equipe da 3R continuará buscando oportunidades na frente onshore, incluindo aquelas já em negociações. Essas oportunidades, informa o Safra, incluem parcerias em ativos mid e downstream e a venda de campos considerados de menor importância, bem como negociações com a PetroReconcavo (RECV3).
“A possibilidade de uma combinação com a RECV3 permanece sobre a mesa, embora entendamos que parece menos provável que ocorra no curto prazo“, ressalta o Safra.
“Dada a estrutura da transação, as equipes gestoras não veem necessidade de obter aprovações nem da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), agências ambientais nem dos detentores de dívidas. No entanto, o negócio terá de ser aprovado pelo CADE, sem previsão de restrições, visto que a nova empresa, apesar de se tornar uma das maiores operadoras independentes, ainda será menor que as principais”, acrescenta o Safra.
O banco possui recomendação ‘outperform’ para as ações da 3R Petroleum (RRRP3), com preço-alvo a R$ 86,00. Para a Enauta, o Safra não informou recomendação e preço-alvo para as ações.
Desempenho das ações da 3R Petroleum (RRRP3)
Confira o desempenho das ações da 3R Petroleum (RRRP3).
Cotação RRRP3