Número de startups ‘unicórnios’ cresce 74% no mundo em 2021; Brasil só lançou um deles
Dados divulgados recentemente pela CB Insights apontam que, em 2021, foi atingido um recorde no número de startups que se tornaram unicórnios: foram 209 até esta terça, dia 22 de junho, número 74% maior do que os 120 no ano anterior. Nos dois anos anteriores, de 2019 e 2018, foram 123 e 122, respectivamente – seguindo um panorama semelhante no setor. Agora, o mercado demonstra estar mais aquecido.
A alta se dá especialmente devido ao maior crescimento de companhias de tecnologia – ou vinculadas a serviços digitais. Os unicórnios e as startups em geral, em grande parte, ficam dentro desse guarda-chuva. Na mesma toada, diversas big techs americanas tiveram desempenho financeiro recorde em 2020.
Os unicórnios, por definição, são as startups que ultrapassaram a marca de R$ 1 bilhão em valor de mercado. Segundo a CB Insights, atualmente são 725 startups que já romperam esta marca.
Nos setores que mais se popularizaram e entraram para o rol de unicórnios, as fintechs encabeçam o ranking:
- Fintechs (55 do total)
- Serviço de Software (43 do total)
- Saúde (21 do total)
- E-commerce (17 do total)
- Inteligência Artificial (15 do total)
Na segmentação por país, contudo, há uma predominância absoluta dos Estados Unidos, que lançaram 135 unicórnios neste ano, enquanto o segundo colocado, Israel, lançou 10. Outras nações também permanece nesta média, com cerca de 8 ou 9 unicórnios lançados (Alemanha, Canadá e Índia), ou entre 6 e 7 (França, China e Reino Unido).
O Brasil, contudo, lançou somente um unicórnio no ano de 2021: a MadeiraMadeira, varejista de e-commerce de artigos do lar, que recebeu um aporte de US$ 190 milhões em 2021.
Após entrar para o clube de unicórnios, MadeiraMadeira faz sua primeira aquisição
A MadeiraMadeira, startup varejista de móveis, anunciou sua primeira aquisição enquanto unicórnio ainda em junho. A operação envolve US$ 190 milhões (cerca de R$ 963,9 milhões) e fez com que a companhia passe a ser dona da iTrack Brasil, que rastreia entregas.
Segundo a MadeiraMadeira, a compra da iTrack já era previsível, já que foi feito um anúncio prévio de que, com novos recursos, a startup iria ampliar sua malha logística. Considerando a complexidade do transporte de móveis, a compra deve ajudar a impulsionar a varejista de móveis.
Além disso, com a ampliação da companhia, novas fusões e aquisições também devem ocorrer.
A MadeiraMadeira foi impulsionada pelo japonês SoftBank, que foi a grande protagonista em investimentos anteriores, com um aporte de US$ 110 milhões em 2019 e um novo aporte com negociação em novembro do ano passado, acelerando o trajeto da varejista na corrida de unicórnios.