A primeira reunião do Grupo de Contato Internacional para a Venezuela (ICG) ocorreu na quinta-feira (7) no Uruguai. Líderes da Europa e da América Latina se reuniram para debater a situação venezuelana. Ao fim da reunião, pediram diálogo e a realização de eleições presidenciais em Caracas.
O grupo também advertiu contra precipitadas intervenções no no país. Enquanto caminhões com auxílio humanitário fazem fila perto da fronteira da Venezuela, segundo a agência “Reuters”.
A pressão internacional para que o presidente bolivariano venezuelano, Nicolás Maduro, renuncie ao cargo, tem aumentado esta semana.
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Comunicado do Grupo de Contato Internacional para a Venezuela
Em comunicado emitido após a reunião, o grupo disse que enviará uma equipe de trabalho técnico à Caracas. O grupo deverá estimular a realização de eleições o mais rápido possível.
Ainda no comunicado, foi destacado que uma intervenção excessivamente agressiva pode agravar a crise do país, segundo a “Reuters”.
A chefe da política externa da União Europeia (UE), Federica Mogherini, contou que o ICG foi lançado no fim de janeiro, e busca solução política e pacífica para a crise.
Segundo Mogherini, a decisão, no fim das contas, precisa vir do povo venezuelano.
“Esse não é apenas o resultado mais desejado, mas é o único resultado se queremos evitar mais sofrimento e um processo caótico”, completou a chefe da UE.
O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, acredita que “o maior dilema que a Venezuela enfrenta é entre a paz e a guerra, e é por isso que estamos insistindo em nosso pedido por calma entre as partes envolvidas e por prudência da comunidade internacional”.
O comunicado também informou que o ICG se reunirá novamente no início de março, para avaliar o progresso de seu plano.
O estados-membros da União Europeia que estão no Grupo de Contato Internacional para a Venezuela são:
- França;
- Alemanha;
- Itália;
- Holanda;
- Portugal;
- Espanha;
- Suécia;
- e Reino Unido.
Os membros da América Latina no ICG são:
- Bolívia;
- Costa Rica;
- Equador;
- México;
- e Uruguai.
Caminhões com auxílio humanitário
Os primeiros caminhões carregando auxílio humanitário chegaram à cidade colombiana Cúcuta, fronteira com a Venezuela. As autoridades foram orientadas a aguardar instruções acerca da distribuição dos alimentos e medicamentos.
Conforme a “Reuters”, os caminhões estavam escoltados por motos de polícia e estacionaram na cidade ao norte da Colômbia.
Lá, cidadãos venezuelanos desesperados aguardavam para ver se o governo Maduro iria liberar a estrada, que tem estado bloqueada.
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Nicolás Maduro x Juan Guaidó
O mandante do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), Nicolás Maduro, assumiu como presidente em 10 de janeiro, via eleição. Porém, a legitimidade de sua posse é contestada internacionalmente.
No último domingo (3), encerrou-se o prazo do ultimato de vários países da Europa para a convocação de eleições presidenciais no país.
Em resposta, Maduro recusou-se à deixar a liderança da nação. Com isso, países europeus, desde bálticos a escandinavos, reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Deputado pelo Partido Vontade Popular, Juan Guaidó é o líder da Assembleia Nacional da Venezuela. Em 23 de janeiro de 2019, declarou-se presidente interino da nação, e iniciou uma crise presidencial.
Com a autodeclaração de Guaidó como líder do Parlamento, as portas abrem-se para que funcionários, policiais e integrantes das Forças Armadas possuam respaldo legal para desobedecer o regime de Maduro.
Dentre os países que reconheceram o governo de Guaidó, estão:
- América Latina: Brasil, Argentina, Colômbia, Peru, Costa Rica, Paraguai.
- América do Norte: EUA e Canadá.
- Oceania: Austrália.
- Europa: Reino Unido, Espanha, França, Holanda, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Áustria, Bélgica, Letônia, Lituânia, Estônia, Macedônia, Ucrânia, República Tcheca, Polônia, Alemanha e Portugal.
Do outro lado, países que apoiam Maduro ou não reconheceram o governo do oponente:
- América Latina: México e Cuba.
- Ásia: China e Irã.
- Europa: Turquia, Noruega, Itália e Russa.
Maduro tem governado a Venezuela durante um colapso econômico. Os principais desafios que o país enfrenta incluem: escassez de comida e de medicamentos e uma hiperinflação. Estima-se três milhões de venezuelanos deixaram o país.
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