123milhas: Procon-SP pede informações para definir como tratar reclamações

O Procon-SP está requerendo informações à 123milhas para entender como a empresa irá se organizar para atender os consumidores e quais serão os critérios de tratamento das reclamações registradas em sua plataforma, a partir da aceitação do pedido de recuperação judicial, ocorrido na quinta-feira (31) pela juíza Cláudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.

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Para o órgão paulista, a decisão representa uma mudança importante ao colocar o consumidor como um dos grupos preferenciais a serem ressarcidos, considerando que a empresa atua diretamente no varejo, ou seja, tem neste segmento o seu principal fator de captação de recursos. Por conta disso, são as pessoas que compraram os serviços as maiores impactadas com a suspensão das emissões dos pacotes de viagem já adquiridos.

“A partir da entrada da 123milhas em recuperação judicial, o Procon-SP agora se preocupa em como auxiliar os mais de 5 mil consumidores que registraram suas reclamações e que precisam da melhor orientação sobre como proceder, em função desta nova configuração jurídica”, explica Luiz Orsatti Filho, diretor Executivo interino do Procon-SP.

“Trata-se de uma decisão de extrema relevância e que pode ditar novos paradigmas, considerando que a 123 Milhas é uma empresa de varejo, ou seja, que se relaciona com um grande número de clientes, amplificando as consequências de suas atitudes. E com o agravante de, neste caso específico, se tratar de um grupo que adquiriu os pacotes promocionais mais baratos, ou seja, são potencialmente consumidores mais vulneráveis, que precisam ainda mais do apoio dos órgãos de defesa como o Procon-SP’, completa o executivo.

Além do tratamento das reclamações registradas em sua plataforma, o Procon-SP multou a 123milhas em mais de R$ 2,5 milhões e compartilhou informações com o Ministério Público, contribuindo para reforçar a atuação do órgão junto ao Poder Judiciário na defesa dos interesses dos consumidores.

A iniciativa do Procon-SP também atende a outro aspecto da decisão sobre a recuperação judicial, quando afirma que, “no processo, poderão intervir todos os órgãos colaboradores que possam informar, mediar e apresentar propostas e fiscalizar etapas processuais”.

“Além do potencial de indicar um novo caminho para casos de grande impacto, especialmente no segmento de varejo, a decisão evidencia a importância e a necessidade de os consumidores, sempre, formalizarem suas reclamações junto a órgãos oficiais quando enfrentarem problemas em suas relações de consumo, pela relevância e representatividade que possuem para oferecer orientação qualificada e serem reconhecidos pela Justiça”, completa Orsatti.

A solicitação a ser encaminhada à 123milhas vai ser para que os esclarecimentos sejam feitos presencialmente, permitindo um diálogo mais amplo para o encaminhamento mais ágil de soluções para as demandas dos consumidores paulistas.

123milhas: pedido de recuperação judicial é aceito pela Justiça

A juíza Claudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, deferiu o pedido de recuperação judicial da empresa 123Milhas. Segundo a decisão, o plano de recuperação deve ser apresentado no prazo de 60 dias e deve conter medidas para reparação aos consumidores. 

“Em se tratando de pedido de Recuperação Judicial de empresas cujo objeto principal é a atuação no mercado consumerista que goza de especial proteção legal de caráter público, o Plano de Recuperação a ser apresentado ao juízo deve conter medidas de reparação ao universo dos credores consumeristas pelos danos causados em todo território nacional”, informa a juíza, na sua decisão. 

A 123Milhas, bem como as sócias HotMilhas e Novum Investimentos, deverão apresentar em 48 horas a sua planilha de credores. Os credores têm o prazo de 15 dias para apresentar à Administração Judicial suas habilitações ou divergências em relação aos créditos relacionados. 

O pedido de recuperação judicial da 123Milhas foi apresentado ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais na última terça-feira (29). Segundo a empresa, a recuperação judicial tem como objetivo assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores. A agência de viagens suspendeu a emissão de passagens para embarques previstos entre setembro e dezembro deste ano, por “motivos alheios à sua vontade”.

Também foi deferido o pedido de entidades de defesa do consumidor e de órgãos públicos para participar no processo de recuperação judicial como amicus curie podendo apresentar sugestões, requerimentos e audiências públicas.

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Número de reclamações sobre a 123milhas em agosto é o maior de 2023 no Reclame Aqui

Os clientes da 123milhas continuam a expressar seu descontentamento com a decisão da empresa de suspender pacotes de datas flexíveis. Nos canais destinados a queixas dos consumidores, como o Reclame Aqui, a quantidade de reclamações sobre a empresa em agosto já é a maior registrada em um mês em 2023.

Reclame Aqui afirma que foram publicadas 15.483 reclamações entre sexta-feira, 18, quando a suspensão dos pacotes foi anunciada pela 123milhas, até a terça-feira, 29. O total de reclamações do mês de agosto chegou a 17.303, número que corresponde a mais de cinco vezes o total registrado em julho, de 3.039.

Em 2023, o mês com maior número de reclamações sobre a empresa até então tinha sido janeiro, com 6.473 queixas registradas.

Os principais motivos das reclamações contra a 123 milhas na plataforma em agosto foram “estorno do valor pago” e “propaganda enganosa”.

A 123milhas informou no dia 18 deste mês a suspensão de pacotes com datas flexíveis, afetando milhares de clientes com passagens compradas e viagens marcadas entre setembro e dezembro.

Na última segunda-feira, 28, a agência informou que iniciou um plano de reestruturação “com redução do tamanho da equipe para se adequar ao novo contexto da empresa no mercado”, sem informar quantos funcionários foram demitidos.

Na terça, 29, a 123milhas deu entrada no processo de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Em nota, a empresa afirmou que o processo tem como objetivo “assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores” e que a recuperação judicial “permitirá concentrar em um só juízo todos os valores devidos”.

O Procon-SP, por sua vez, registrou o total de 5.685 reclamações sobre a empresa em agosto, até o último dia 29. Apenas cerca de 200 dessas reclamações tinham sido registradas até o fim de semana em que a 123milhas fez o anúncio dos cancelamentos. Em julho, o número total de reclamações contra a empresa foi de 247.

Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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