123milhas: CPI das pirâmides financeiras solicita indiciamento de sócios

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das pirâmides financeiras com criptoativos, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), propôs na segunda-feira (9) que o Ministério Público indicie 45 pessoas por crimes contra o sistema financeiro e fraudes, incluindo os donos da 123 milhas.

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No caso da agência de viagens, a CPI pede o indiciamento dos sócios Ramiro, Augusto e Cristiane Madureira pelos supostos crimes de estelionato, gestão fraudulenta, organização criminosa, lavagem de dinheiro e contra as relações de consumo.

Além disso, foi solicitado o indiciamento de Tânia Madureira, sócia da HotMilhas (empresa do mesmo grupo econômico) e outros quatro familiares dos donos, entre eles o pai, José Augusto Madureira, que atuava como dono da agência de publicidade Caeli, que prestava serviços para a 123 milhas.

123milhas: o que diz o texto do relator

De acordo com o relator, “há fortes indícios” de que a 123milhas já tinha viabilidade antes da linha “promo” e que se sustenta com empréstimos bancários.

“Pelo que se infere da análise das contas analisadas, repise-se que a 123milhas sempre operava no vermelho com tendência à insustentabilidade, já que necessitava de aporte financeiro todos os meses oriundos de empréstimos expressivos, o que foi virando uma ‘bola de neve’. Constituiu-se, desde a sua origem, em um negócio fraudulento, que nunca teve saúde financeira“, diz o texto.

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CPI pede indiciamento de ex-jogador de futebol

O relator Ricardo Silva também propôs que o ex-jogador de futebol Ronaldo de Assis Moreira, o “Ronaldinho Gaúcho“, seja processado por estelionato, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e operação de instituição financeira sem autorização.

O pedido também se estende ao irmão, Assis Moreira, e a Marcelo Lara, antigo dono da 18K Ronaldinho. Todos são acusados de participarem de um golpe em milhares de pessoas com um esquema de pirâmide que prometia remuneração de 2% ao dia (400% ao mês).

Ainda no texto do relator, foram incluídos dados de um relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com “várias operações suspeitas sem justificativa aparente”.

No depoimento à CPI, Ronaldinho e seu irmão negaram ter vínculo com a empresa e acusam uso indevido de imagem. Disseram ainda que o contrato ocorreu apenas para divulgação de uma marca de relógios e que não operou com investimentos.

Nos dois casos relatados acima, tanto de Ronaldinho quanto da 123milhas, para que os pedidos sejam encaminhados ao Ministério Público, é necessário que o documento seja aprovado pelos integrantes da CPI. Caso haja pedido de vista, a votação precisa ocorrer até quarta-feira (11), data final de funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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