Quem acompanha o mercado financeiro ou pretende começar a investir já ouviu falar sobre a Taxa Selic. Sendo que a Selic, ou a taxa básica de juro, está associada a várias outras taxas negociadas no mercado nacional. Assim, do crédito ao investimento, a Selic possui grande influência na vida dos brasileiros. Além disso, ela é o termômetro da economia, ditando muitas vezes os rumos do crescimento do país.
Similar a outras taxas e índices, a Selic, passa por ciclos. E para que você saiba aproveitá-los nos seus investimentos acompanhe o material preparado especialmente pela Suno.
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A taxa Selic hoje é 10,50%.
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou dia 19/06/2024 a manutenção da Selic em 10,50% ao ano, interrompendo um ciclo de sete cortes consecutivos na taxa. No comunicado, o comitê indicou que não deve haver novas reduções no curto prazo.
Abaixo disponibilizamos o histórico da taxa Selic mensal dos últimos anos:
Data | Período de vigência | Meta Selic % a.a |
---|---|---|
20/03/2024 | 21/03/2024 | 10,75% |
31/01/2024 | 01/02/2024 – 20/03/2024 | 11,25% |
13/12/2023 | 14/12/2023 – 31/01/2024 | 11,75% |
01/11/2023 | 02/11/2023 – 12/12/23 | 12,25% |
20/09/2023 | 21/09/2023 – 06/11/2023 | 12,75% |
02/08/2023 | 03/08/2023 – 20/09/2023 | 13,25% |
21/06/2023 | 22/06/2023 – 02/08/2023 | 13,75% |
03/05/2023 | 04/05/2023 – 21/06/2023 | 13,75% |
22/03/2023 | 23/03/2023 – 03/05/2023 | 13,75% |
01/02/2023 | 02/02/2023 – 22/03/2023 | 13,75% |
07/12/2022 | 08/12/2022 – 01/02/2023 | 13,75% |
26/10/2022 | 27/10/2022 – 07/12/2022 | 13,75% |
21/09/2022 | 22/09/2022 – 26/10/2022 | 13,75% |
03/08/2022 | 04/08/2022 – 21/09/2022 | 13,75% |
15/06/2022 | 17/06/2022 – 03/08/2022 | 13,25% |
04/05/2022 | 05/05/2022 – 16/06/2022 | 12,75% |
16/03/2022 | 17/03/2022 – 04/05/2022 | 11,75% |
2/2/22 | 03/02/2022 – 16/03/2022 | 10,75% |
8/12/21 | 09/12/2021 – 02/02/2022 | 9,25% |
27/10/21 | 28/10/2021 – 08/12/2021 | 7,75% |
22/9/21 | 23/09/2021 – 27/10/2021 | 6,25% |
4/8/21 | 05/08/2021 – 22/09/2021 | 5,25% |
16/6/21 | 17/06/2021 – 04/08/2021 | 4,25% |
5/5/21 | 06/05/2021 – 16/06/2021 | 3,50% |
17/3/21 | 18/03/2021 – 05/05/2021 | 2,75% |
20/1/21 | 21/01/2021 – 17/03/2021 | 2,00% |
09/12/20 | 10/12/2020 – 20/01/2021 | 2,00% |
28/10/20 | 29/10/2020 – 09/12/2020 | 2,00% |
16/09/20 | 17/09/2020 – 28/10/2020 | 2,00% |
05/08/20 | 06/08/2020 – 16/09/2020 | 2,00% |
17/06/20 | 18/06/2019 – 05/08/2020 | 2,25% |
06/05/20 | 07/05/2019 – 17/06/2020 | 3,00% |
18/03/20 | 19/03/2019 – 06/05/2020 | 3,75% |
05/02/20 | 06/02/2019 – 18/03/2020 | 4,25% |
11/12/19 | 12/12/2019 – 05/02/2020 | 4,50% |
30/10/19 | 31/10/2019 – 11/12/2019 | 5,00% |
18/09/19 | 19/09/2019 – 30/10/2019 | 5,50% |
31/07/19 | 01/08/2019 – 18/09/2019 | 6,00% |
20/06/19 | 21/06/2019 – 31/07/2019 | 6,50% |
09/05/19 | 10/05/2019 – 20/06/2019 | 6,50% |
20/03/19 | 21/03/2019 – 09/05/2019 | 6,50% |
06/02/19 | 07/02/2019 – 20/03/2019 | 6,50% |
12/12/18 | 13/12/2018 – 06/02/2019 | 6,50% |
31/10/18 | 01/11/2018 – 12/12/2018 | 6,50% |
19/09/18 | 20/09/2018 – 31/10/2018 | 6,50% |
01/08/18 | 02/08/2018 – 19/09/2018 | 6,50% |
20/06/18 | 21/06/2018 – 01/08/2018 | 6,50% |
16/05/18 | 17/05/2018 – 20/06/2018 | 6,50% |
21/03/18 | 22/03/2018 – 16/05/2018 | 6,50% |
07/02/18 | 08/02/2018 – 21/03/2018 | 6,75% |
06/12/17 | 07/12/2017 – 07/02/2018 | 7,00% |
25/10/17 | 26/10/2017 – 06/12/2017 | 7,50% |
06/09/17 | 07/09/2017 – 25/10/2017 | 8,25% |
26/07/17 | 27/07/2017 – 06/09/2017 | 9,25% |
31/05/17 | 01/06/2017 – 26/07/2017 | 10,25% |
12/04/17 | 13/04/2017 – 31/05/2017 | 11,25% |
22/02/17 | 23/02/2017 – 12/04/2017 | 12,25% |
11/01/17 | 12/01/2017 – 22/02/2017 | 13,00% |
30/11/16 | 01/12/2016 – 11/01/2017 | 13,75% |
19/10/16 | 20/10/2016 – 30/11/2016 | 14,00% |
31/08/16 | 01/09/2016 – 19/10/2016 | 14,25% |
20/07/16 | 21/07/2016 – 31/08/2016 | 14,25% |
08/06/16 | 09/06/2016 – 20/07/2016 | 14,25% |
27/04/16 | 28/04/2016 – 08/06/2016 | 14,25% |
02/03/16 | 03/03/2016 – 27/04/2016 | 14,25% |
20/01/16 | 21/01/2016 – 02/03/2016 | 14,25% |
25/11/15 | 26/11/2015 – 20/01/2016 | 14,25% |
21/10/15 | 22/10/2015 – 25/11/2015 | 14,25% |
02/09/15 | 03/09/2015 – 21/10/2015 | 14,25% |
29/07/15 | 30/07/2015 – 02/09/2015 | 14,25% |
03/06/15 | 04/06/2015 – 29/07/2015 | 13,75% |
29/04/15 | 30/04/2015 – 03/06/2015 | 13,25% |
04/03/15 | 05/03/2015 – 29/04/2015 | 12,75% |
21/01/15 | 22/01/2015 – 04/03/2015 | 12,25% |
03/12/14 | 04/12/2014 – 21/01/2015 | 11,75% |
29/10/14 | 30/10/2014 – 03/12/2014 | 11,25% |
03/09/14 | 04/09/2014 – 29/10/2014 | 11,00% |
16/07/14 | 17/07/2014 – 03/09/2014 | 11,00% |
28/05/14 | 29/05/2014 – 16/07/2014 | 11,00% |
02/04/14 | 03/04/2014 – 28/05/2014 | 11,00% |
26/02/14 | 27/02/2014 – 02/04/2014 | 10,75% |
15/01/14 | 16/01/2014 – 26/02/2014 | 10,50% |
27/11/13 | 28/11/2013 – 15/01/2014 | 10,00% |
09/10/13 | 10/10/2013 – 27/11/2013 | 9,50% |
28/08/13 | 29/08/2013 – 09/10/2013 | 9,00% |
10/07/13 | 11/07/2013 – 28/08/2013 | 8,50% |
29/05/13 | 30/05/2013 – 10/07/2013 | 8,00% |
17/04/13 | 18/04/2013 – 29/05/2013 | 7,50% |
06/03/13 | 07/03/2013 – 17/04/2013 | 7,25% |
16/01/13 | 17/01/2013 – 06/03/2013 | 7,25% |
28/11/12 | 29/11/2012 – 16/01/2013 | 7,25% |
10/10/12 | 11/10/2012 – 28/11/2012 | 7,25% |
29/08/12 | 30/08/2012 – 10/10/2012 | 7,50% |
11/07/12 | 12/07/2012 – 29/08/2012 | 8,00% |
30/05/12 | 31/05/2012 – 11/07/2012 | 8,50% |
18/04/12 | 19/04/2012 – 30/05/2012 | 9,00% |
07/03/12 | 08/03/2012 – 18/04/2012 | 9,75% |
18/01/12 | 19/01/2012 – 07/03/2012 | 10,50% |
30/11/11 | 01/12/2011 – 18/01/2012 | 11,00% |
19/10/11 | 20/10/2011 – 30/11/2011 | 11,50% |
31/08/11 | 01/09/2011 – 19/10/2011 | 12,00% |
20/07/11 | 21/07/2011 – 31/08/2011 | 12,50% |
08/06/11 | 09/06/2011 – 20/07/2011 | 12,25% |
20/04/11 | 21/04/2011 – 08/06/2011 | 12,00% |
02/03/11 | 03/03/2011 – 20/04/2011 | 11,75% |
19/01/11 | 20/01/2011 – 02/03/2011 | 11,25% |
Conforme podemos ver na tabela, a taxa de juro é bem volátil, passando por momentos de alta e outros de queda. Isso porque a taxa Selic reflete diretamente o cenário econômico do país.
Se você observar, no período entre 2015 e 2016 a Selic ficou acima de 14%. Ao mesmo tempo, esse período coincidiu com inflação acima de 10% e recessão econômica. Então, o recurso usado pelo governo na época era aumentar a Selic para tentar conter a inflação.
Além disso, o ano de 2020 foi marcado pela Selic no menor patamar histórico, 2% a.a.
Por outro lado, no início de 2022, com a alta da Selic, a taxa anual voltou a ter 2 dígitos, ficando em 10,75% a.a. Desse modo, a taxa Selic permaneceu em 13,75% de 04 de agosto de 2022 a 02 de agosto de 2023. A partir de agosto de 2023, a Selic começou a cair, passando por cortes de 0,5 p.p em sequência. Agora a taxa de juro está em 10,75% ao ano.
De forma simples e direta, a Selic é a taxa que o governo paga quando pega dinheiro emprestado. Determinada pelo Copom, a Selic é a taxa referencial de juros do Brasil. Assim, a taxa de juro é usada para controlar a inflação, além de garantir a segurança bancária, essencial para o controle econômico nacional.
A Selic é ainda dividida em duas outras taxas, de acordo com sua finalidade. Uma delas é a taxa Selic Meta, sendo a meta deliberada em reuniões do Comitê de Política Monetária, que serve para balizar os juros no país. A segunda é a taxa Selic Over, utilizada como juros nos empréstimos interbancários de curta duração.
Taxa Selic Meta
A taxa Selic Meta é aquela, que normalmente é citada em noticiários e tem maior importância no dia a dia dos brasileiros.
Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária e corresponde ao valor que o governo paga quando pega dinheiro emprestado.
Como os juros em geral estão diretamente ligados ao risco de não pagamento, convencionou-se que o risco do Estado ficar inadimplente é o menor possível. E, como pagador mais seguro, o governo tem a prerrogativa de determinar a própria taxa de juros a ser paga.
Por ser a de menor risco, ela é considerada o ponto de partida para todas as demais taxas de juros da economia.
Taxa Selic Over
A taxa Selic over atua como um referencial no mercado interbancário do Brasil, facilitando operações de financiamento de curto prazo lastreadas em títulos públicos. Os bancos são obrigados a manter uma porcentagem específica (17%) de seus fundos sob custódia em uma conta especial com o Banco Central do Brasil (Bacen).
No entanto, essa porcentagem flutua diariamente devido às atividades financeiras dos bancos. Para cumprir essa exigência, os bancos com déficit emprestam daqueles com fundos excedentes em transações overnight.
Essas transações são praticamente isentas de risco e são garantidas por títulos do Tesouro, estabelecendo assim o cenário para a taxa Selic over. Essa taxa é determinada diariamente com base na média dos juros pagos nessas transações interbancárias e geralmente é muito próxima às taxas de juros pagas em títulos públicos federais.
A taxa é divulgada diariamente pelo Departamento de Operações de Mercado Aberto (Demab), uma unidade subordinada ao Bacen, fornecendo um mecanismo transparente para os participantes do mercado.
Qual a importância da taxa Selic?
A Taxa Selic é a principal forma e, a mais rápida, do governo impactar a economia, uma vez que o juro influencia diretamente os mais diversos setores da economia.
Dessa maneira, ela é um importante instrumento para o controle da inflação, já que tem impacto direto sobre o consumo das famílias e, principalmente, a oferta de crédito na economia.
Com uma taxa de juros elevada, a oferta de crédito não encontra demanda suficiente, já que os tomadores entendem que o custo está muito elevado e, assim, postergam investimentos em seus negócios.
Além disso, como esses empréstimos e financiamentos ficam cada vez mais onerosos aos empresários, eles acabam por aumentar seus custos de produção, o que deságua nos preços finais.
Com preços maiores, o consumidor pensa duas vezes antes de gastar, o que retrai a economia e, dessa maneira, controla os níveis de inflação.
Assim, a taxa Selic é fundamental para que o governo, por meio do Banco Central, consiga controlar as distorções econômicas, tanto retraindo quanto expandindo o nível de consumo da população e a oferta e demanda por crédito.
Portanto, dentre os instrumentos de política econômica e monetária, a Selic é a mais eficiente e rápida, gerando efeitos imediatos na economia.
A Taxa Selic é definida através de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central, formado pelo seu Presidente e diretores. As reuniões do Copom para a definição da taxa Selic são realizadas 8 vezes ao ano, ou a cada 45 dias. As reuniões sempre acontecem em uma terça e uma quarta-feira.
No primeiro dia de reuniões (terça), os membros do comitê analisam a conjuntura da economia com base em indicadores recentes. Para isso o Copom leva em consideração o desempenho de indicadores como:
- Inflação;
- Contas públicas;
- Atividade econômica;
- Cenário externo;
- Operações de mercado aberto.
Já no segundo dia, baseado nas informações apresentadas no dia anterior, o diretor de política monetária apresenta as propostas, além de mencionar alternativas para a taxa de juro. Após isso acontece a votação das propostas para a taxa.
Por fim, a decisão sobre a taxa Selic é divulgada oficialmente nos meios de comunicação ao mesmo tempo em que é divulgada no Sisbacen.
O que é Ata do Copom?
A ata do Copom é considerada por alguns, como o item mais importante da reunião. Superando até mesmo a relevância da decisão em si. Por meio da Ata, que costuma ser divulgada na semana seguinte à reunião, os diretores justificam as decisões tomadas. Nela expressam as expectativas do Banco Central para o juro, a taxa de câmbio e a inflação.
Além disso, por meio dela é possível entender o tom do Comitê. Se mais brando ou duro com a inflação. Com isso as instituições financeiras conseguem precificar, tanto as taxas de captação quanto as de empréstimos.
Como o Banco Central garante a taxa Selic?
O Banco Central controla a taxa por meio da oferta e procura de títulos públicos, comprando ou vendendo os mesmos para garantir uma taxa adequada. Caso a taxa suba, os novos títulos são emitidos com base na nova taxa. Já os títulos antigos, passam a se ajustar à nova taxa.
O mesmo ocorre com a queda, gerando flutuações nos preços de títulos pré e pós fixados.
Quais fatores causam aumento ou redução da taxa Selic?
As alterações na taxa Selic ocorrem, principalmente, por conta de dois gatilhos: inflação e nível de atividade. Para cada um há um tratamento específico da taxa.
Em caso de alta da inflação acima da meta, a Selic é acionada para controlar os valores. Se mantendo acima, ela encarece a tomada de empréstimo e retira dinheiro de circulação. Isso leva a uma diminuição do consumo e aumento da oferta, baixando os preços.
Já se o nível de atividade está muito baixo, a Selic cai para facilitar a tomada de empréstimo e tornar a aquecer a economia. Com uma Selic baixa empresas preferem se endividar para crescer com mais velocidade, e com isso empregam, contratam e compram mais.
A Selic influencia os investimentos de duas formas: diretamente, quando a rentabilidade do título está atrelada a Selic, ou indiretamente, quando o título compete com os de renda fixa.
Não precisa ir muito longe para comprovar esse comportamento do investidor. Em 2016 o Tesouro Direto chegou a render 14% ao ano, na época a procura por esse tipo de título era enorme. Algo similar aconteceu entre 2022 e 2023.
Por outro lado, em 2019 como uma Selic de 5,5% o que se viu foi um número cada vez maior de investidores migrando para a renda variável. Então fique atento, pois mudanças na taxa Selic podem servir para que você revise seus investimentos.
Títulos públicos
Nem todo o título público é influenciado diretamente pela Selic. Isso acontece porque existe hoje no mercado três tipos de títulos que diferem quanto a forma como rendem. São eles:
O título do Tesouro Selic está em linha com a taxa Selic, então ele vai se comportar de forma idêntica ao desempenho da Selic. Ou seja, se a Selic cai, a rentabilidade do título também cai e vice-versa.
Já o Tesouro IPCA e Prefixado não sofrem influência direta da Selic, pois remuneram por outros caminhos, como o índice IPCA e a taxa fixa de rentabilidade.
Caderneta de poupança
A taxa Selic também influencia diretamente as variações no rendimento da poupança de duas formas diferentes.
No primeiro caso, se a taxa Selic estiver em um patamar maior que 8,5% ao ano, a poupança terá rendimento de 0,5% ao mês + a TR (taxa referencial).
No segundo caso, se a taxa de juro for menor ou igual a 8,5% ao ano, a poupança terá um rendimento equivalente a 70% da taxa Selic vigente no período + TR.
Renda Fixa
Servindo como base para os juros no país, a taxa Selic é uma das principais métricas utilizadas para a remuneração de investimentos em renda fixa como:
- Certificado de Depósito Bancário;
- Letra de Crédito Imobiliário;
- Letra de Crédito do Agronegócio;
- Debêntures.
No caso dos títulos como LCI, LCA e o CDB, a mudança na Selic ao longo do tempo pode influenciar o rendimento do investimento. Isso porque, se ela cai, a remuneração sobre o valor investido é menor. O mesmo acontece se ela sobe.
Ações
Diferente do que ocorre com os ativos de renda fixa, as ações e demais ativos de risco apresentam um efeito inverso às alterações da Selic.
Quando a taxa básica da economia está baixa as empresas tendem a apresentar um crescimento maior, tornando as ações mais valorizadas. Já quando os juros estão altos, as empresas tendem a diminuir seu crescimento enquanto investimentos de baixo risco apresentam grande retorno nominal.
Linha de crédito
Quando a Selic está alta os bancos a transformam em taxa mínima de empréstimos, demandando um spread (diferença entre o juros aplicado e o recebido) que encarece as linhas de crédito. Logo, uma Selic alta significa um empréstimo caro, enquanto uma Selic baixa se traduz em empréstimos baratos.
Nível de consumo
Similar ao funcionamento das ações, o nível de consumo flutua em ordem inversa à Selic. Uma alta da Selic tira dinheiro de circulação – e, consequentemente, o consumo diminui – enquanto uma baixa torna o crédito barato e a empregabilidade cresce, o que se traduz em mais consumo.
Qual a relação entre a Selic e o CDI?
O Certificado de Depósito Interbancário-CDI é um recurso que os bancos utilizam para emprestar dinheiro uns para os outros. A taxa do CDI é calculada diariamente pela Cetip (atual B3), mas em regra é muito parecida com a taxa Selic, geralmente ficando 0,2p.p abaixo da própria.
Como investir na Selic?
Investir diretamente na taxa Selic é possível via títulos públicos federais, através do Tesouro Selic, que paga exatamente a remuneração da taxa básica de juros da economia.
Entretanto, existem outras formas de se expor a taxa Selic: os Certificados de Depósitos Bancários, as LCAs, LCIs, a LIG, as CRIs e CRAs, entre outros ativos da “sopa de letrinhas” da renda fixa.
Mas a taxa Selic não influencia somente os investimentos. A taxa de juro vai além, sendo que qualquer alteração na Selic pode afetar a economia como um todo, de forma encadeada. Isso porque ela representa também um instrumento de política monetária.
Então é sempre importante compreender algumas das múltiplas finalidades que a taxa Selic tem sobre a economia brasileira, bem como sua influência sobre a criação de empregos, consumo e poupança da população em geral.
Por exemplo, ao reduzir a Selic o juro dos empréstimos acabam reduzindo também, isso estimula o consumo mas pode provocar um aumento da inflação.
Por isso, é tão importante a análise da situação econômica conduzida pelo Copom. Através dessa análise, é possível determinar se haverá necessidade de alterar, ou não, a taxa básica de juros.
Além disso, uma Selic alta pode desestimular o crescimento econômico. Para ficar mais fácil entender imagine a seguinte situação:
Pedro é um investidor e tem R$1.000.000 separado para pensar em seu futuro. Imagine que ele pode escolher entre investir em uma empresa ou em comprar títulos do Tesouro.
Se esses títulos estiverem pagando juros de cerca de 15% ao ano, Pedro se sentiria desestimulado a investir em qualquer companhia por dois motivos principais:
Primeiro porque pouquíssimas empresas conseguiriam dar um rendimento anual de 15%.
Segundo, porque existe o risco atrelado a todo investimento, que é menor em títulos públicos. Pedro poderia ganhar mais do que os 15%, mas também poderia ganhar menos – o que já seria um cenário ruim – ou ainda pior, perder parte e até tudo o que investiu.
Então Pedro escolheria investir no governo em vez de direcionar seus recursos para a empresa. Assim, o efeito disso, em uma escala maior, seria a desaceleração do crescimento econômico.
Taxa Selic e a inflação
A Selic é o principal instrumento usado pelo Bacen para controlar a inflação. Foi isso que vimos, por exemplo, durante a crise que iniciou em 2013. A inflação, que estava em 6,5% em meados de 2013 atingiu 10% em 2015.
Ao mesmo tempo, a Selic, que estava em 7,25%, logo começou a subir, até atingir 14,25% em setembro de 2015.
Em outras palavras, quando a Selic reduz, o consumo da população acaba aumentando, já que o juro ficou menor. Como consequência, as pessoas se sentem estimuladas a comprarem mais.
Então, comprando mais, a demanda por produtos pode superar o que o mercado tem para ofertar. Para equilibrar esse descompasso entre oferta e demanda é necessário aumentar o preço dos produtos e isso acaba levando ao aumento da inflação.
Mas onde a Selic entra nessa história? Para conter a inflação, é necessário desestimular o consumo, então o Copom aumenta a Selic. Com essa medida as pessoas se sentem mais estimuladas a investir do que a gastar. Então ao diminuir a demanda por produtos a inflação acaba reduzindo também.
Em resumo, esta é uma representação mais simples, da dinâmica entre Selic e inflação. Na prática, esse sistema é muito mais complexo e envolve outras variáveis.
Mas a grosso modo, o que você precisa entender é que Selic alta controla a inflação e Selic baixa, se não for bem administrada provoca inflação.
Taxa Selic e os juros
Quem faz um empréstimo, realiza uma compra no crédito ou paga uma conta parcelada, geralmente paga juros também.
Sendo que esses juros, tem como base, a taxa Selic. Destacando que a taxa Selic influencia todas as taxas de juros do país. Desde os juros cobrados em empréstimos e financiamentos, até aqueles ofertados em aplicações financeiras.
Então, podemos concluir que os juros seguem alinhados com a taxa Selic.
Sendo assim, se a Selic sobe, o custo de captação dos bancos aumenta e o acesso ao crédito fica mais caro, já que o juros do empréstimo está mais caro.
Como consequência, o consumo diminui e a roda da economia desacelera.
Taxa Selic e o emprego
Por fim, a taxa de emprego segue caminho contrário à Selic. Nesse sentido, quando a Selic cai, a tendência é de aumento das vagas de trabalho e redução do desemprego.
Isso acontece porque, como vimos, uma redução na Selic estimula o consumo.
Como efeito, as empresas produzem e consequentemente, contratam mais. Ou seja, a redução da Selic provoca uma reação em cadeia na economia de um país.
Por outro lado, se a Selic subir, o consumo tende a cair. Desse modo, as empresas deixarão de contratar e podem até começar a demitir, já que não há mais tanto consumo.
Acompanhar com frequência o patamar da Selic é algo fundamental e básico para quem é investidor. Justamente porque ela pode indicar qual é o melhor investimento naquele momento.
O investidor tem basicamente dois caminhos a seguir quando o objetivo é ganhar da Selic: Ele pode escolher a opção mais segura que é optar por aplicações que paguem acima de 100% do CDI. Entretanto, você precisa ter em mente que ainda assim os rendimentos serão baixos.
O outro caminho é migrar aos poucos para a renda variável. Por exemplo, em um cenário de Selic em baixa, a tendência é que os investimentos em renda variável valham mais a pena do que em renda fixa.
Isso porque o acesso a crédito tende a ser facilitado, além de ficar mais barato. Dessa forma, as empresas podem alavancar seu crescimento.
Além disso, a Selic baixa também representa um cenário de mais estabilidade econômica no país, o que é bom para as empresas, que podem planejar bem seu futuro.
Por consequência, esse cenário também é bom para o mercado de capitais, já que as empresas tendem a produzir mais e consequentemente, acabam ganhando mais valor no mercado.
Isso cria um ciclo virtuoso, já que um mercado competitivo e eficiente é o motor para que o país se mantenha estável economicamente.
Ficou alguma dúvida sobre como funciona a taxa Selic? Deixe nos comentários abaixo.
Qual é a taxa Selic hoje?
A taxa Selic hoje, em abril de 2024, está fixada em 10,75%.
O que é taxa Selic e para que serve?
A Selic é a taxa básica de referência usada pela economia na totalidade. Então ela pode ser usada com diversos objetivos. Por exemplo, para indicar a rentabilidade de um investimento, como também, pode servir de instrumento de política monetária. Assim, a Selic auxilia no controle da inflação, além de atuar como referência para definir a taxa de juros de financiamentos e demais linhas de crédito.
Qual o mínimo para investir no Tesouro Selic?
Você não precisa comprar um título inteiro, ou seja, é possível adquirir frações a partir de 1% do título. Em abril de 2024 o investimento mínimo para adquirir o Tesouro Selic é de aproximadamente R$ 147,00.