Entramos em 2025 com uma expectativa otimista para a renda fixa no Brasil.
Desse modo, o cenário ainda desafiador na economia global, com incertezas em relação à inflação, ao crescimento econômico e às políticas monetárias de grandes economias, também reflete no nosso mercado.
Adicionalmente, por aqui, temos a divergência das políticas fiscal e monetária, que acarretam desafios específicos para o país.
Nesse contexto, a renda fixa apresenta oportunidades interessantes para aqueles que buscam proteger seu patrimônio.
Assim, vamos explorar as melhores opções de investimentos em renda fixa para este ano, considerando diferentes estratégias e tipos de títulos.
Para definir quais são os melhores investimentos em renda fixa para 2025, precisamos considerar tanto a expectativa de cenário econômico quanto o perfil de cada investidor.
Nesse sentido, é fundamental estar atento às projeções de inflação e taxa de juros, já que essas variáveis afetam diretamente a atratividade dos títulos.
No momento em que redigimos este artigo (novembro-2024), a expectativa para o mercado para inflação oficial (IPCA) e para a taxa básica de juros (Selic) para 2025 são de 4,10% e 12,00%, respectivamente.
Histórico
Antes de avaliar os melhores produtos de renda fixa para 2025, devemos resgatar o passado macroeconômico recente do Brasil. Isso porque existem muitos investidores iniciantes, que começaram na jornada dos seus investimentos nos últimos 2 ou 3 anos, e se depararam com taxas de juros mais baixas. Primeiro, como resultado de uma política de ajuste econômico, e depois, artificialmente durante a pandemia.
Todavia, esse foi um tempo atípico para os investidores de renda fixa, já que a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, ficou extremamente baixa se comparada com o seu histórico. Na prática, a taxa caiu de 6,50% ao ano (durante o governo Temer), e chegou até 2,00% ao ano, abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – resultando em um rendimento real negativo.
Nova alta
Após alguns meses mantendo-se nesse patamar, a taxa Selic voltou a subir a partir de março/2021, chegando ao seu pico (13,75%) em agosto/2022. Um ano depois, a nossa taxa básica de juros começou o seu ciclo de queda, mas ainda permanece acima dos dois dígitos.
Contudo, a partir do segundo semestre de 2024, a Selic voltou a subir e agora, as expectativas são para Selic permanecer em dois dígitos ao longo de 2025. Esse novo aumento, tem como causa, a alta da inflação e o aumento dos gastos por parte do governo federal.
Em geral, as alternativas recomendadas para este cenário de juros elevados e inflação acima da meta são títulos pós-fixados atrelados ao DI e/ou Selic e títulos cujo indexador é a inflação. De forma geral, podemos elencar a adequação para cada alternativa:
1 – Tesouro Selic:
Indicado para quem busca liquidez, segurança e busca.um retorno em linha com a taxa Selic. Assim, o Tesouro Selic é ideal para reserva de emergência.
2 – Tesouro Prefixado:
Exige mais cautela. Atrativo em cenários quando há expectativa de queda nos juros, podendo garantir um retorno fixo.
3 – Títulos bancários, como CDBs, LCIs e LCAs: Para investidores que desejam diversificação com garantias adicionais, desde que avaliados com atenção.
4 – Títulos corporativos:
Temos como exemplos de títulos corporativos, as debêntures incentivadas e os CRIs/CRAs. Nesse sentido, esses artigos são destinados aos investidores que buscam rendimentos mais elevados e estão dispostos a aceitar mais riscos.
5 – ETFs de Renda Fixa:
Alternativas práticas e de baixo custo para diversificar em títulos públicos e privados.
6- Fundos de Infraestrutura:
Opções isentas de imposto e que investem em projetos de longo prazo. Vantajosos para quem visa horizonte longo.
A seguir, vamos explorar cada uma dessas opções detalhadamente.
Repleto de ativos, a renda fixa possui uma grande variedade de investimentos. Nesse sentido, conheça a seguir, cada um deles:
Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ é uma ótima opção para investidores que buscam proteção contra a inflação e possuem um horizonte de investimento mais longo. Como ele paga uma taxa fixa mais a variação do IPCA, ele é ideal para preservar o poder de compra ao longo do tempo. Com projeções de inflação para o ano levemente controladas, porém incertas, investir em Tesouro IPCA+ garante que seu dinheiro acompanhe as variações do custo de vida. Assim, esse título é especialmente interessante para quem deseja guardar recursos para o longo prazo, como aposentadoria ou objetivos de longo prazo.
Quando investir? Em cenários de incerteza inflacionária ou de médio a longo prazo, especialmente quando a inflação está em trajetória ascendente ou incerta.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é o título com menor risco e com maior liquidez entre os títulos públicos. Desse modo, ele é ideal para quem deseja ter uma reserva de emergência ou busca uma alternativa segura com rendimentos atrelados à taxa Selic. Em 2025, com a taxa de juros provavelmente ainda alta, o Tesouro Selic é uma escolha sólida, garantindo que o investidor acompanhe a política monetária nacional sem correr o risco de perdas caso precise resgatar antes do vencimento.
Quando investir? Para reserva de emergência, investimentos de curto prazo e em cenários de alta de juros.
Tesouro Prefixado
O Tesouro Prefixado é uma opção do Tesouro Direto, para investidores que acreditam em uma redução da taxa de juros ao longo do ano. Esse título oferece uma taxa fixa, garantida no momento da compra, proporcionando previsibilidade nos rendimentos. Ele é interessante em um cenário de queda de juros, pois o investidor pode travar uma taxa maior hoje e se beneficiar ao longo do tempo.
Quando investir? Quando há expectativa de queda na taxa de juros, para garantir uma taxa atrativa por um longo período.
Títulos Bancários
Os títulos bancários são boas alternativas para diversificar dentro da renda fixa. Entre eles:
- CDBs (Certificados de Depósito Bancário): pagam uma taxa fixa ou atrelada ao CDI, ou ao IPCA. O CDB também possui prazo de vencimento e taxas variadas. Bancos menores tendem a oferecer taxas mais atrativas, porém com maior risco.
- LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio): são isentas de imposto de renda, o que as torna interessantes para quem busca rendimentos líquidos mais altos. Essas letras são atreladas a setores específicos (imobiliário e agronegócio) e contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), da mesma forma que os CDBs.
Quando investir? Em cenários de juros altos ou para objetivos de médio prazo, aproveitando a garantia do FGC e as taxas atrativas. Cabe destacar que os títulos bancários se tornam interessantes desde que remunerem a uma taxa superior àquelas apresentadas, em mesmas características, pelos títulos públicos. Naturalmente, possuem mais risco, sendo o principal deles o risco de crédito.
Títulos Corporativos: Debêntures Incentivadas, CRIs e CRAs
Os títulos corporativos são uma forma de diversificação que conferem um maior risco. Porém com rendimentos potencialmente superiores. Entre eles:
- Debêntures Incentivadas: destinadas ao financiamento de infraestrutura, são isentas de imposto de renda para pessoa física. Fato que eleva seu rendimento líquido.
- CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio): são títulos lastreados em recebíveis de setores específicos, que também são isentos de imposto. Eles são recomendados para quem busca um retorno superior à média da renda fixa tradicional, mas aceitam os riscos associados a esses setores.
Quando investir? Para investidores com perfil moderado a agressivo, que buscam rendimentos mais altos e têm um horizonte de médio a longo prazo. São títulos que possuem maior risco, especialmente de crédito (atrelado ao emissor) e de liquidez.
ETF de Renda Fixa
Os ETFs de Renda Fixa são fundos que têm o objetivo de acompanhar a rentabilidade de determinado indexador (índice de mercado) ou alguma estratégia de investimento predefinida. Assim, ao comprar ETFs, o investidor contará com uma diversificação ampla e com custos reduzidos. Esses ETFs são vantajosos pela praticidade e facilidade de diversificação entre diferentes tipos de títulos. Nesse sentido, os ETFs não exigem a gestão ativa. Por característica, os ETFs não possuem data de vencimento. Porém, no caso dos fundos de índice de renda fixa, como todos os ativos da sua carteira têm prazo de vencimento – por serem títulos de renda fixa –, podemos dizer que os ETFs têm um prazo médio (duration).
Com relação à sua tributação, não há incidência de IOF e come-cotas, como nos fundos de investimento tradicionais. As alíquotas aplicáveis ao imposto de renda (IR) variam conforme o prazo médio de repactuação (“PMR”) da carteira de ativos financeiros, que vai de 25% a 15%.
Por seguirem a tendência de um índice específico – IMA-B, IRF-M etc. –, entendemos que tanto os ETFs de renda fixa nacionais quanto internacionais são veículos eficientes para os investidores em 2025.
Quando investir? Para investidores que desejam diversificar, com baixa taxa de administração, e preferem uma abordagem de gestão passiva.
Fundos de Infraestrutura
Fundos de infraestrutura são veículos que investem em debêntures incentivadas de projetos de longo prazo. Com isenção de imposto de renda e a possibilidade de obter retornos atrativos, eles são uma alternativa interessante para investidores que querem alinhar o investimento a um horizonte de longo prazo e apoiar o desenvolvimento de setores estratégicos para o país. Dessa maneira, um dos motivos para esse tipo de investimento estar se popularizando é sua distribuição periódica de rendimentos.
Quando investir? Para investidores com horizonte de longo prazo, visando a aposentadoria ou construção de patrimônio, e que aceitam maior risco em troca de rendimentos periódicos. Sem falar que tal investimento oferece: isenção fiscal e boas perspectivas de retorno.
Quando pensamos em investimentos, podemos dividir os ativos em dois grandes grupos: aqueles de renda fixa e os de renda variável.
Desse modo, os produtos de renda fixa são aqueles que possuem previsibilidade quando tratamos dos rendimentos. Ou seja, o investidor, antes de adquirir o produto, saberá com antecedência, quanto receberá de rendimento.
Já os investimentos de renda variável, não possuem tal previsibilidade. Dessa maneira, o investidor ao invés de ter lucros, pode acabar tendo prejuízos.
Contudo, no longo prazo, os investimentos de renda variável tendem a oferecer mais ganhos do que perdas, proporcionando retornos bem mais vantajosos do que aqueles vistos na renda fixa.
Ao avaliar os perfis dos investidores em comparação aos dois grandes grupos de investimentos, observamos que os investidores conservadores, acabam se identificando mais com os produtos de renda fixa.
Enquanto os investidores arrojados, que toleram mais ricos, se identificam mais com os produtos de renda variável.
E no meio deles, temos os investidores moderados, que costumam construir carteiras mais equilibradas, aceitando algum grau de risco e consequentemente, investindo na renda variável. Mas, em suas carteiras, tais investidores ainda contam com grande parte do patrimônio alocado em produtos de renda fixa. Assim, a volatilidade do mercado, não gera grandes oscilações na performance da carteira.
Ao considerar os melhores investimentos em renda fixa para 2025, é importante avaliar seus objetivos financeiros, horizonte de tempo e nível de tolerância a riscos. Em um ano com perspectivas de juros elevados e inflação controlada, mas em altos patamares, a renda fixa se apresenta como um porto seguro para diferentes perfis:
- Tesouro IPCA+ e Tesouro Selic: indicados para proteger o poder de compra e garantir segurança para reservas de emergência.
- CDBs, LCIs e LCAs: ótimos para diversificar com proteção do FGC e rendimentos competitivos.
- Debêntures Incentivadas e CRIs/CRAs: para investidores dispostos a correr mais risco em busca de retornos superiores, aproveitando a isenção de impostos.
- ETFs e Fundos de Infraestrutura: adequados para diversificação e para quem busca praticidade e exposição a setores estratégicos.
Nesse sentido, a renda fixa oferece opções para todos os perfis de investidor. Assim, avaliar o cenário econômico e escolher as estratégias corretas pode fazer a diferença nos resultados ao longo do ano.
Qual é a taxa de juros da Renda Fixa?
A taxa de juros de um investimento em renda fixa depende do produto específico e das condições de mercado no momento da aplicação. Pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida.
Qual é o investimento que rende mais?
O investimento que mais rende varia conforme o perfil de risco, o prazo do investimento e as condições de mercado. Renda fixa tende a ser mais segura com retornos menores, enquanto renda variável tem potencial de maiores retornos com mais riscos.
Como investir diretamente ou ter lucro mensal?
Para investir diretamente em renda fixa, você pode comprar títulos por meio de uma corretora ou banco. O lucro mensal pode vir de investimentos com pagamentos periódicos de juros, como CDBs com pagamento de cupons mensais.
Como ganhar dinheiro na renda fixa?
Você ganha dinheiro em renda fixa através dos juros que são pagos pelo emissor do título. O retorno pode vir na forma de juros periódicos ou no vencimento do investimento.
O que é renda fixa e como funciona?
A renda fixa é um termo utilizado para qualificar os investimentos que possuem certo grau de previsibilidade em seus rendimentos. Portanto, quando investimentos em produtos de renda fixa, já sabemos qual será o retorno que tal produto irá nos oferecer. Por exemplo, um CDB que paga 100% do CDI, vai nos proporcionar ganhos equivalentes a 100% do CDI até o seu vencimento.
Qual é a melhor opção de renda fixa para 2025?
Observando que a taxa Selic estará elevada e que há incertezas com relação a uma eventual redução do juro, os melhores investimentos são os títulos pós-fixados, como os CDB, LCI, LCA e as Letras do Tesouro Selic.
A renda fixa é indicada para quais perfis de investidor?
A renda fixa é indicada para todos os perfis, visto que todo investidor precisa de uma boa reserva de emergência. Mas sem dúvidas, os investidores de perfil conservador, são aqueles que mais se identificam com as qualidades dos produtos de renda fixa.
Quais são os riscos de investir em renda fixa?
Os riscos estão associados a uma eventual falência da instituição emissora dos títulos. A inadimplência relacionada aos pagamentos, também é um risco. Sendo que alguns títulos de renda fixa são precificados a mercado e, portanto, os preços dos títulos podem sofrer com a volatilidade. Assim, caso o investidor deseje negociar tais ativos, ele poderá ter perdas consideráveis (caso o mercado esteja desfavorável). Investimentos de renda fixa com vencimento muito longo, também proporcionam riscos ao investidor. Uma vez que ele terá que aguardar muito tempo para conseguir reaver o capital investido e em alguns casos, até os rendimentos gerados.
Como a taxa de juros afeta o rendimento da renda fixa?
No caso de títulos pós-fixados, a taxa de juro por vezes influencia diretamente os rendimentos. Já que a Selic e o CDI são impactados diretamente. Os demais investimentos prefixados, e atrelados ao IPCA, sofrem de forma indireta. Por exemplo, quando o juro sobe, tais ativos costumam se desvalorizar no mercado, visto que o juro começa a ficar maior. Agora, quando há o corte da Selic, tais investimentos se valorizam, uma vez que os rendimentos prefixados, se tornam mais vantajosos.