Considerado um dos investimentos mais seguros do Brasil, o Tesouro Direto pode se beneficiar das recentes decisões relacionadas à taxa de juros.
Na reunião do COPOM realizada em setembro o Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,25, levando a Selic para 10,75%.
Com as projeções de juros ainda maiores, como o investimento no Tesouro Direto pode se tornar mais vantajoso? Confira mais detalhes sobre o tema a seguir.
Em um cenário de inflação e juros altos, as letras do Tesouro Direto tendem a remunerar mais os investidores.
Isso acontece porque os juros em si, já estão subindo. Portanto as letras, como o Tesouro Selic, passam a pagar mais.
Observando que a expectativa do mercado é de juros maiores por mais tempo, então as letras que pagam juros prefixados, como o Tesouro Prefixados e o Tesouro IPCA, vão passar a pagar juros prefixados maiores. Uma vez que tais letras oscilam conforme o mercado futuro de juros.
E por fim, ainda existe a inflação. Os juros costumam subir, para combater os efeitos nocivos da inflação, e assim reduzir o próprio aumento dos preços.
Desse modo, sob o atual contexto, o Tesouro Direto está e estará negociando letras com ótimas taxas, proporcionando uma boa oportunidade para os investidores que visam o longo prazo.
Inclusive, os investidores que estão procurando construir uma boa reserva financeira com alta liquidez e segurança, também podem aproveitar este momento, para comprar letras do Tesouro Selic.
Mas além disso, esse cenário de alta dos juros também abre oportunidade para alguns “Trades”.
As letras do Tesouro Direto sofrem diariamente com a marcação a mercado. Ou seja, diariamente as letras são precificadas pelo mercado, sendo que isso pode gerar algumas “anomalias” bem interessantes.
Principalmente nas letras que possuem juros prefixados relevantes, como as letras do Tesouro IPCA e Prefixado.
Dessa maneira, os investidores mais arrojados, podem desenvolver estratégias, visando comprar essas letras na busca por bons lucros no curto e médio prazo.
Mas como eu posso ganhar dinheiro no curto prazo com o Tesouro Direto?
Devido ao cenário de juros e inflação elevada, o mercado julga que esta situação pode se estender por muito tempo, contudo, isso nem sempre se torna uma realidade.
Nesse sentido, as coisas podem mudar no meio do caminho e a tendência de alta, pode se tornar, de queda.
Assim, quando o mercado troca de tendência, as letras do Tesouro podem oscilar, sendo que neste caso, a variação poderá proporcionar uma valorização considerável.
Como atualmente o rendimento prefixado das letras está elevado, uma mudança de tendência (para juros menores), pode derrubar essas taxas e valorizar as letras.
Portanto, antes do vencimento da letra, o investidor pode auferir ganhos consideráveis.
Dependendo da valorização, os ganhos podem ser equivalentes àqueles vistos na bolsa de valores.
Por exemplo, no dia 2 de julho de 2024, o Tesouro IPCA+ 2035 estava sendo negociado a partir de R$ 2.133,07. Já no dia 12 de agosto de 2024, a mesma letra estava precificada a R$ 2.321,70. Em questão de pouco mais de 1 mês, a letra registrou valorização de aproximadamente 9,5%.
Mas quais são as letras que mais sentem a volatilidade do mercado?
Analisando todas as letras, concluímos que todas elas podem sofrer com a volatilidade do mercado. Isso acontece, porque todas as letras possuem parte de seus rendimentos atrelados a uma taxa prefixada.
Porém, no caso do Tesouro Selic, essa taxa é bem pequena, por isso, tal letra é menos suscetível a volatilidade.
Mas o Tesouro Prefixado e o IPCA, possuem parte relevante do rendimento vinculado a uma taxa prefixada. Desse modo, quanto mais longo for o vencimento, mais volátil pode ser a letra.
Nesse sentido, o Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2035, vai sofrer menos volatilidade, do que a letra do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055.
Coisa similar acontece com aqueles que vão investir no Tesouro IPCA+ 2029, em comparação ao Tesouro IPCA+ 2045.
Por exemplo, entre o dia 2 de julho a 12 de agosto de 2024, enquanto o Tesouro IPCA+ 2035 registrou valorização de 9,5%, o Tesouro IPCA+ 2029 obteve ganhos de 4,06% e o Tesouro IPCA+ 2045, conquistou valorização de 11,86%.
Agora, quando analisamos as letras do Tesouro Prefixado, temos um cenário similar. Ou seja, o Tesouro Prefixado 2027 registrou variação próxima dos 2,59% entre os dias de 2 de julho a 12 de agosto de 2024. Enquanto o Tesouro Prefixado 2031, variou 7,1% no mesmo período.
Sendo assim, se o investidor pretende se arriscar mais, na busca por uma operação de venda no curto e médio prazo, as letras do Tesouro Prefixadas e do Tesouro IPCA, com vencimentos mais longos, podem ser uma opção.
Ao optar pelo investimento, com o foco na marcação a mercado, o investidor corre o risco de não conseguir encerrar a operação com lucro desejado.
Ou seja, ao invés da tendência de juros caírem, elas podem acabar se mantendo em alta, e isso pode levar a depreciação ainda maior das letras e de um aumento contínuo nas taxas oferecidas pelo Tesouro Direto.
Desse modo, o investidor no curto ou médio prazo não conseguirá liquidar o investimento com lucro.
Assim, se vender as letras antecipadamente, provavelmente terá prejuízo. Ou, para evitar as perdas, o investidor pode alterar a estratégia, e permanecer comprado, segurando a posição até o vencimento.
Ao permanecer investido até o vencimento, o investidor receberá o valor investido mais os ganhos acordados na compra da letra.
Por isso, se você está pensando em ganhar dinheiro com a marcação a mercado, é fundamental estudar bem o cenário econômico antes de executar o investimento.
Mas, de qualquer forma, as taxas oferecidas no momento são muito interessantes, e mesmo os investidores que foram permanecer com as letras até o vencimento, poderão aproveitar ótimas oportunidades no momento.