Vantagem comparativa: entenda o que diz esse conceito econômico
É muito comum no mundo dos negócios ter em discussão a vantagem competitiva de determinados empreendimentos. Mas e quanto à vantagem comparativa?
A teoria da vantagem comparativa faz parte da base da economia clássica e é relevante tanto para quem deseja ter um negócio em um país quanto para quem deseja investir.
O que é a teoria da vantagem comparativa?
A vantagem comparativa busca explicar diferenças de produção e comércio entre dois países ou nações diferentes, baseando-se em um mesmo produto. A ideia é analisar qual dos envolvidos possui um menor custo de oportunidade de um mesmo bem.
O termo foi apresentado pela primeira vez por David Ricardo, em seu livro The Principles of Political Economy and Taxation, lançado em 1817.
Surpreendentemente, esta teoria foi criada como um contraponto ao já existente conceito de vantagem absoluta, criado por Adam Smith, o mesmo teórico da Teoria da Mão Invisível.
Ela pode ser encontrada em um dos dez livros para investidores indicada pela Suno Research em seu ebook sobre o tema.
A relação entre vantagem comparativa a vantagem absoluta
De certa forma, há dois meios de enxergar qual negócio tem um custo menor em determinado bem. A primeira delas é a vantagem absoluta e a outra é a vantagem competitiva.
A vantagem absoluta é a mensuração da produtividade de um negócio acerca de um bem específico.
Ou seja, quando o negócio utiliza a menor quantidade possível de insumos para a sua produção.
Logo, estes insumos podem ser, por exemplo:
- Tempo,
- Matéria-prima, ou
- Mão de obra.
Esta análise é feita a partir da comparação dentre duas empresas ou pessoas, porém considerando o mesmo insumo.
Já a Teoria das Vantagens Comparativas mensura, em vez dos insumos, o custo de oportunidade que o produtor possui em determinado bem.
Lembrando que custo de oportunidade é o valor que um produtor renuncia ao tomar uma decisão.
A Teoria das Vantagens Comparativas utiliza a análise da Fronteira de Possibilidades de Produção, também conhecida como curva de possibilidade de produção.
Esta, por sua vez, é utilizada, em geral, para comparar a capacidade produtiva de dois produtos diferentes.
Com isso, é possível perceber que a ideia é produzir determinado bem com baixo custo, mas sem renunciar a outro tipo de produção possível e mais lucrativa.
Ao mesmo tempo, o intuito aqui é focar em exportar seu produto principal. E, deste modo, importar aqueles que não se enquadram na sua vantagem comparativa.
Quais são os benefícios da vantagem comparativa?
A ideia de David Ricardo era que as nações se especializassem naquilo que estão mais propícias a produzir, como uma espécie de vocação. Isto consideraria o solo, o clima e até mesmo a geologia de cada país.
Ou seja, ideia é que esta nação de especialize em uma determinada produção — seja ela de vegetais, carne, tecidos, óleos, ou afins. Desta forma, a nação em questão teria a vantagem comparativa naquele produto, em relação aos demais países.
Entretanto, esta teoria não é aceita por todos os economistas. Isso porque ela quase não considera a lei da oferta e da procura.
Problemas e críticas à teoria da vantagem comparativa
Apesar de tudo, muitos especialistas acreditarem que esta forma de especialização não apresenta vantagens para todos os países. Isso porque os produtos a serem comercializados, em geral, não têm o mesmo valor.
Com isso, os países que se especializarem em um produto mais barato ficarão em desvantagem frente aos demais, com bens de maior valor. Logo, isso geraria uma desigualdade econômica difícil de reparar. Afetando assim o desenvolvimento da economia.
Este é o motivo que leva muitos a rejeitarem a ideia da prática da vantagem comparativa.