Nada dura para sempre. Nem mesmo os bens de uma empresa. Por isso é tão importante que o valor residual de um bem seja calculado e informado no balanço patrimonial.
Afinal, o valor residual interfere no valor da empresa. Com isso, é um dado relevante para os investidores e demais interessados.
O que é o valor residual?
O valor residual é o que um bem vale ao final da sua vida útil, ou no decorrer dela, baseado nos cálculos da depreciação deste bem. Em geral, ele interfere diretamente no saldo do ativo do empreendimento.
Este ativo pode ser uma máquina industrial, um imóvel ou mesmo um automóvel, por exemplo.
Em uma empresa, tanto o valor residual quanto a vida útil de um ativo são revisados ao final de cada exercício.
Valor residual e a depreciação
A depreciação é o cálculo de perda de valor do bem ano a ano. Porém, há uma regra para que este cálculo seja realizado.
Há uma tabela, elaborada e disponibilizada pela Receita Federal, que estipula qual será o percentual de depreciação do ativo em questão ao longo do tempo.
A partir disso, é possível saber qual a duração presumida para este bem.
Ao final desta vida útil, se o bem ainda estiver em condições de uso ou não, será preciso calcular o valor pelo qual ele ainda poderia ser comercializado.
Um edifício, por exemplo, tem uma depreciação anual de 4%, com vida útil estimada em 25 anos.
Isso do ponto de vista contábil e geralmente utilizado para fins fiscais.
Porém, a maioria dos prédios continua em condições de uso após este período, não perdendo, assim, seu valor completamente.
Neste momento, surge a necessidade de aplicar um teste de recuperabilidade (ou teste de Impairment) sobre este bem.
O intuito é descobrir qual é o seu real valor no mercado, mesmo após o fim da vida útil estimada.
Como contabilizar esse valor?
Quando o tema é Contabilidade, é comum que haja fórmulas específicas para chegar a um determinado resultado.
O cálculo do valor residual é feito da seguinte forma:
- VR = Valor inicial – (depreciação x tempo de utilização).
Vamos a um exemplo de cálculo desse valor, considerando o edifício mencionado anteriormente.
Digamos que ele foi adquirido por R$ 1 milhão. Se a sua depreciação é de 4% ao ano, o valor anual a ser depreciado é de R$ 40 mil.
E, como visto anteriormente, sua duração estimada é de 25 anos.
Entretanto, ele só foi utilizado por 17 anos.
Logo, a conta será:
- VR = 1.000.000 – (40.000 x 17)
- VR = 1.000.000 – 680.000
- VR = R$ 320.000
É importante lembrar que, quanto menor for o valor residual do bem, menor será o imposto cobrado por ele.
Por isso tantos automóveis antigos gozam de isenção do Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA), por exemplo.
E o seguro destes bens costuma ser menor também, uma vez que o valor a restituir em caso de sinistro será menor.
Valor residual de um investimento
Quando o assunto é investimentos, também há um valor residual a ser calculado. Porém, aqui este conceito tem uma aplicação um pouco diferente.
O valor residual de um investimento é o valor pelo qual o investimento pode ser revendido ao final de sua vida útil.
Em geral, este cálculo é utilizado para ações. O valor obtido será considerado como uma receita ao investidor. Este é mais difícil de prever, por causa das oscilações que determinadas ações podem sofrer.
Para ajudar os interessados a fazerem esta análise, a Suno Research oferece um ebook sobre como analisar uma ação.
O que facilita a compreensão do valor residual aos investidores e interessados no tema.