Todo bem possui um valor contábil que não necessariamente corresponde ao que foi pago em sua aquisição.
Normalmente, o valor contábil está listado no balanço patrimonial da empresa.
O valor contábil, segundo a definição dada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), é a quantia pela qual um ativo ou passivo está registrado na contabilidade da empresa. Ele considera a depreciação acumulada deste item e as provisões para perdas por redução ao valor recuperável.
Parece confuso, mas, em resumo, o valor contábil de um ativo é aquele pelo qual ele foi reconhecido no balanço patrimonial da empresa.
Vale salientar que, justamente por causa destas deduções, o valor contábil é bastante semelhante ao “valor residual”.
Isso porque o valor residual é que a empresa espera receber pelo ativo no fim de sua vida útil. Isso com os custos previstos para a venda do bem já deduzidos.
Um lembrete importante: o ativo de uma empresa, no tocante à sua contabilidade, pode ser tanto bens quanto direitos que fazem parte do patrimônio desta companhia.
Como calcular o valor contábil
Há pontos a considerar e a deduzir na hora de calcular o valor contábil de um ativo, para que as contas batam no final do ano.
O primeiro passo para saber o valor contábil é saber o valor do ativo em si. Quanto foi pago por ele na aquisição.
A partir deste valor, será possível calcular a depreciação acumulada do bem. Ou seja, o quanto de valor ela perdeu desde a sua aquisição.
Esta perda de valor segue algumas regras de cálculo, para que seja justa. Para isso, foi criada uma tabela na qual se basear.
Esta depreciação acumulada deverá ser subtraída do valor do ativo. Assim, chega-se ao valor contábil do bem.
Valor contábil e valor de mercado
É preciso ter a percepção que o valor de mercado e o valor contábil de uma empresa não são, necessariamente, iguais.
O valor contábil é aquele reconhecido pela empresa eu seu balanço.
Ou seja, o bem em questão passa por uma perda de valor programada, seguindo preceitos estabelecidos.
Já o valor de mercado é aquele pelo qual a companhia pode realmente ser vendida.
O entendimento do mercado nem sempre vai corresponder ao contábil.
Uma empresa com um patrimônio de R$ 100 mil pode ser vendida por R$ 1 milhão, por exemplo.
Logo, R$ 1 milhão é o valor que o mercado estava disposto a pagar por ela.
O contrário também pode acontecer. Uma empresa em crise pode ser vendida por um valor inferior ao seu patrimônio.
Isto, inclusive, é recorrente após o falecimento do empreendedor que não fez um planejamento sucessório adequado.
Os herdeiros preferem vender o negócio por um preço inferior ao que ele valeria contabilmente.
Desta forma, eles não têm de gerenciar a empresa com a qual não sonharam e ainda conseguem o capital desejado mais rapidamente.
Assim, a forma como o mercado vê a empresa não está atrelada ao seu valor contábil, mas a uma conjuntura de fatos e eventos que não pode ser desprezada.