Manter o mercado funcionando livremente é a melhor forma de alocar os recursos eficientemente em toda a economia. Porém, algumas práticas formuladas por determinados grupos de empresas podem colocar tudo isso a perder. É o caso, por exemplo, da formação de um truste entre empresas.
Com o truste, as empresas ganham um grande controle sobre mercado, aumentando os seus ganhos de escala e tendo total poder sobre a oferta de produtos e serviços. Dessa forma, seus concorrentes acabam sendo prejudicados, juntamente com próprios consumidores.
O que é um truste?
Truste é a união formal ou informal de duas ou várias empresas em uma mesma organização, de modo a aumentar o poder e controle das mesmas em um determinado setor.
A expressão é uma adaptação do termo em inglês “trust”, que significa “confiança. O nome é esse porque, na prática, o truste é um acordo de confiança mútua entre corporações visando o domínio de um setor ou mercado específico.
Como funciona um truste?
Pode-se dizer que, em um truste, empresas ou grupos se juntam formalmente ou informalmente sob uma mesma orientação. Isso é feito para somar forças e suprimir a concorrência de um ou mais segmentos da economia.
Logo, o truste concentra várias unidades em uma mesma estrutura, formando assim uma grande estrutura de poder. Tal poder passa a ter condições de pressionar o mercado, com o objetivo de controlá-lo.
Dessa forma, assim como os cartéis, o dumping, o monopólio, o oligopólio, entre outros, o truste é considerado uma prática anti-concorrencial.
Tipos de trustes
Basicamente, existem dois tipos de trustes: os trustes horizontais e os trustes verticais.
Truste vertical
Um truste horizontal consiste no controle sequencial de toda a cadeia de produção de um bem ou serviço. Dessa forma, o grupo de empresas passa a dominar todas as etapas produtivas. Isto é, desde a extração da matéria-prima até a finalização e comercialização do produto.
Empresas participantes de um truste vertical podem ser de diversos ramos diferentes, mas desde que participem do processo de fabricação do mesmo bem ou serviço.
Por exemplo: no setor de sucos de laranja, existem várias etapas de produção. Ela vai desde a plantação, a colheita, a extração industrial do suco, o beneficiamento, o engarrafamento, a distribuição e a comercialização do produto.
Nesse caso, um truste nesse setor envolverá empresas que desempenham cada uma dessas atividades.
Dessa forma, a união promovida pelo truste forma uma organização empresarial extremamente forte, com grande sinergia e elevados ganhos de escala. Isso acaba colocando as empresas concorrentes em desvantagem e beneficiando os participantes do esquema, que ganham um poder maior sobre a oferta do produto no mercado.
Truste horizontal
Já um truste horizontal é formado por empresas que fazem parte do mesmo segmento e trabalham com o mesmo produto.
Um exemplo disso são postos de gasolina diferentes que se unem para pressionar e barganhar preços em conjunto do mesmo fornecedor, e ao mesmo tempo oferecer o produto ao mercado com o mesmo preço.
Dessa forma, essa estrutura acaba afetando tanto os fornecedores quanto as empresas concorrentes.
Qual a diferença entre truste e cartel?
Embora sejam práticas anti-concorrenciais semelhantes, existe uma grande diferença entre truste e cartel.
Enquanto o truste é uma união vertical ou horizontal de empresas de um mesmo segmento, o cartel é um apenas um acordo entre diversas empresas independentes. Elas atuam principalmente para combinar preços e agir em conjunto no intuito de dominar um mercado.