TIRM: entenda como funciona a Taxa Interna de Retorno Modificada

A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) serve, assim como a Taxa Interna de Retorno convencional (TIR), para avaliar a viabilidade econômica de um determinado projeto. Logo, essa rentabilidade encontrada é usada para auxiliar no processo de tomada de decisão de um investimento.

Entretanto, diferentemente da TIR convencional, a TIRM leva em conta o custo de capital da empresa. Dessa forma, ela consegue se aproximar mais da realidade financeira do projeto analisado. Por isso, é fundamental conhecê-la e saber como seu cálculo é feito.

?UTM_CAMPAIGN=_SNC97EF13F8_

O que é a TIRM?

A Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM) é um método de análise da viabilidade de empreendimentos que traz os fluxos de caixa negativos a valor presente líquido; e que leva os fluxos de caixa positivos para valor futuro.

Esse método é importante porque o fluxo negativo (investimento da empresa no projeto) necessita de ser descontado a uma taxa que represente seu custo de capital.

Nesse sentido, conforme o tempo do empreendimento passa, o primeiro investimento feito já “custa mais caro”, levando em conta que temos a inflação, os juros de empréstimos, e a taxa livre de risco.

Além disso, a utilização dessa técnica permite representar que os retornos obtidos do empreendimento serão reinvestidos a uma taxa de reinvestimento definida, normalmente a TMA (Taxa Mínima de Atratividade).

?UTM_CAMPAIGN=_SNC97EF13F8_

Vantagens da TIRM

Esse método de análise de viabilidade é muito utilizado por gestores porque resolve alguns problemas chave da convencional Taxa Interna de Retorno (TIR). Portanto, algumas das vantagens da TIRM são:

Leva em conta o custo de capital

Vamos supor que para realizar determinado empreendimento uma empresa tome um empréstimo bancário com juros de 1% ao mês. Utilizando apenas a TIR convencional, o custo desse passivo não seria levado em consideração na viabilidade do projeto – o que é possível com a TIRM.

Determina uma taxa de reinvestimento

No cálculo da TIR, os fluxos de caixa positivos gerados pelo projeto são reinvestidos à própria TIR. Isso, muitas vezes, não compreende a realidade. No caso da TIRM, é possível determinar essa taxa de reinvestimento – normalmente, utiliza-se a TMA.

Como fazer o cálculo da TIRM?

O cálculo da TIRM leva em conta alguns conhecimentos de contabilidade, como do fluxo de caixa. Esses conhecimentos são fundamentais para o investidor conhecer melhor a companhia que está analisando. Além disso, eles também servem para dar mais segurança ao realizar um determinado investimento.

A seguir, mostraremos como o cálculo da Taxa Interna de Retorno Modificada é feito no Excel, ferramenta que calcula essa taxa por meio de uma fórmula com alguns critérios.

?UTM_CAMPAIGN=_SNC97EF13F8_

Cálculo da TIRM no Excel

tirm

Para esse fluxo de caixa de um determinado projeto, levaremos em conta as seguintes premissas:

  • Custo de Capital (Taxa de Financiamento): 10%;
  • Taxa de Reinvestimento: 6%.

Então, para calcular no Excel usamos a fórmula da TIRM, que é: =MTIR(valores; taxa_financ; taxa_reinvest):

TIRM

Desvantagens da TIRM

As desvantagens da TIRM são justamente os pontos em que ela se difere da Taxa Interna de Retorno (TIR).

  1. Não é apropriado utilizar a Taxa Interna de Retorno Modificada quando a taxa de reinvestimento dos fluxos positivos é igual à taxa de retorno do próprio empreendimento.
  2. Também não se deve utilizar esse método quando não se conhece o custo de capital da empresa ou a taxa de reinvestimento.

?UTM_CAMPAIGN=_SNC97EF13F8_

Exemplo de TIRM e de TIR

Viabilidade de Incorporadoras

É possível que vendas ocorram ao longo do andamento da construção de um prédio residencial, por exemplo. Nesse caso, o capital recebido dessas vendas (fluxos positivos) é usado para financiar o próprio empreendimento. Por isso, o fluxo positivo desse empreendimento é reinvestido à própria TIR.

Este, portanto, é o melhor método de análise de viabilidade econômica para o projeto da Incorporadora, e não a TIRM.

Viabilidade de Concessões Rodoviárias

Por outro lado, no caso de concessões rodoviárias, há um aporte de capital intensivo no começo do empreendimento, gerando um grande investimento inicial. Durante o período desses investimentos para a instalação da concessionária, via de regra, não existem fluxos positivos (receitas com pedágio).

Então, após o início da operação da concessão, e com o fim dos grandes aportes iniciais, os fluxos positivos começam a ser gerados. Contudo, eles não são reinvestidos a própria TIR, pois o investimento no projeto já foi feito integralmente.

Por isso, é preciso estimar qual será a taxa de reinvestimento dos valores recebidos pela cobrança de pedágio, visto que eles serão destinados, por exemplo, a aplicações financeiras, e não ao próprio empreendimento.

Usar a TIR ou a TIRM?

Como foi visto, o uso de cada um dos métodos resultará em taxas diferentes. Por isso, antes de fazer o cálculo, é fundamental escolher qual o critério de avaliação de viabilidade (TIR ou TIRM) que irá traduzir melhor a realidade de empreendimento. Essa escolha será essencial para fornecer a melhor informação para o processo de tomada de decisão de um investimento.

?UTM_CAMPAIGN=_SNC97EF13F8_

ACESSO RÁPIDO
Tiago Reis
Compartilhe sua opinião
2 comentários

O seu email não será publicado. Nome e email são obrigatórios *

  • Frederico Faleiro 26 de setembro de 2022
    Mais informacoes financeiras para auxilio na tomanda de decisao. Muito bom.Responder
  • Douglas Lima 10 de janeiro de 2023
    Ótima explicação!Responder