Quem não trabalha com Contabilidade pode se perguntar, ao ver o balanço de uma companhia, como é possível ter certeza do valor do ativo. Uma das respostar para isso pode ser encontrada pelo teste de impairment.
A questão não é tão subjetiva quanto parece. Por isso a realização de um teste de impairment, pode ser um bom parâmetro para analisar o valor de um ativo.
O que é o teste de impairment?
O teste de impairment, também conhecido como teste de ativos, é uma ferramenta para verificar se houve perda de valor nos ativos de uma empresa, a chamada depreciação. A ideia é analisar quanto seria possível obter com a venda do bem ou direito em questão, caso fosse necessário ou desejado. algo muito utilizado na gestão patrimonial de um negócio.
Este recurso também é conhecido como teste de recuperabilidade ou teste de imparidade. Isso porque se trata do dinheiro que seria recuperado com a venda do ativo.
Tal análise costuma ser feita anualmente. Porém, há empresas do Lucro Real que apresentam seus balanços trimestralmente. Nestes casos, a realização do teste de impairment tende a ser mais frequente.
Teste de impairment e suas funções
O teste de impairment é uma ferramenta contábil que auxilia no cálculo do valor recuperável de um ativo.
Saber o valor real de um bem ou direito é fundamental para todo investidor. Este dado é o principal a ser apresentado nas demonstrações contábeis de um empreendimento.
Este, inclusive, determinará quanto será cobrado por cada ação ofertada no mercado. Afinal, se a ação é uma parte da empresa, seu preço precisa estar baseado no valor total daquele negócio.
Por isso, cada mudança notada por meio do teste de impairment precisará ser registrada no balanço patrimonial do empreendimento. Logo, tanto acionistas quanto o mercado em si poderão acompanhar as alterações no valor do negócio.
Obrigatoriedade do teste de impairment
A obrigatoriedade do teste de impairment não incide sobre todas as empresas. Desde 31 de dezembro de 2018 ele se tornou obrigatório apenas para as empresas de grande porte.
Ou seja, para empreendimentos com ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões no exercício anterior.
Entretanto, os pequenos e médios negócios também estão sujeitos a ele quando passarem por situações específicas.
Uma delas ocorre quando o negócio vende parte dos seus ativos ou os reestrutura. O mesmo ocorre quando um destes bens ou direitos se tornar obsoleto ou se for descoberta uma depreciação acelerada de bens.
O teste também deverá ser feito quando a empresa não conseguir atingir suas metas, gerando menor lucro do que o previsto.
Empresas que abrirem falência ou simplesmente fecharem suas portas estão igualmente obrigadas a fazer o teste.
Tipos de teste de impairment
Há duas formas de executar um teste de impairment: utilizando o valor em uso ou o valor justo líquido de despesa de venda. Porém, a utilização de uma metodologia não exclui a necessidade da outra.
Isso porque, se forem detectadas perdas, será preciso fazer uso de ambas para, então, optar pelo resultado que apontar o maior valor contábil.
Teste de impairment pelo valor justo
O cálculo pelo valor líquido de venda, ou Unidade Geradora de Caixa, é mais simples — pois trata-se do valor que é obtido com a venda, já excluídos os custos com a transação.
Logo, se o ativo foi vendido por R$ 100 e os custos com a venda foram R$ 20, o valor líquido de venda é de R$ 80. Uma conta bem simples.
Teste de impairment pelo valor em uso
Já o cálculo pelo valor em uso é um pouco mais complicado. Nesta opção, é utilizado o Fluxo de Caixa Descontado. Assim, é preciso fazer um levantamento das entradas e saídas no caixa em decorrência do uso do bem ou direito.
Este levantamento deve abranger um período de cinco anos. Além disso, é preciso trazer essa movimentação ao valor presente. No caso, esta metodologia é a mais utilizada para calcular a depreciação de bens intangíveis.
Importância da contabilidade para os investidores
Todas estas informações podem parecer uma sopa de letrinhas para quem não está familiarizado com a contabilidade empresarial.
Porém, são informações úteis também aos investidores.
Vale a pena conferir, até para compreender com maior profundidade o impacto do teste de impairment na valorização dos próprios investimentos.