Teoria quantitativa da moeda: a inflação pelo excesso de oferta de moeda
Em economia, diversas teorias tentam explicar o que gera inflação. Uma delas é a teoria quantitativa da moeda.
Também chamada teoria clássica, a teoria quantitativa da moeda é associada a uma vertente de economistas denominados monetaristas.
O que é a teoria quantitativa da moeda?
A teoria quantitativa da moeda é a teoria que relaciona a inflação à oferta de moeda em uma economia, sendo que a quantidade de moeda disponível determina o nível dos preços em uma economia, e por sua vez, a taxa de crescimento da quantidade de moeda determina a taxa de inflação.
Dentro dessa visão, existe um equilíbrio entre a oferta e a demanda de moeda em uma economia em um determinado nível produtivo. Se houver uma variação nessa oferta e demanda por moeda sem mudanças na capacidade produtiva dessa economia haverá uma variação de preços.
Para entender como se pode ocorrer tais desequilíbrios é preciso entender o que é a oferta e demanda de moeda.
Oferta e demanda de moeda
A moeda é ofertada em uma economia pelo Banco Central (BC), que possui o poder de literalmente imprimir dinheiro. Mas há outros meios do Banco Central interferir da quantidade disponível de moeda, como:
- Comprar ou vender títulos públicos;
- Redesconto;
- Depósito compulsório.
Ao vender títulos, por exemplo, o BC está retirando moeda da economia em troca de um título. Já ao comprar, ele está colocando mais moeda na economia, pagando pelo título adquirido. O BC também pode aumentar ou reduzir o compulsório dos bancos.
Em outras palavras, o Banco Central pode mudar a oferta de moeda em uma economia com políticas monetárias.
Já a demanda da moeda é a quantidade de papel-moeda, ou em conta-corrente, que uma população deseja ter. Essa quantidade possui diversas variáveis. Porém, duas seriam as mais importantes.
A primeira a taxa de juros. Se os juros forem altos, há maior incentivo para aplicar em títulos públicos, por exemplo. E a segunda é o nível de preços em uma economia. Se o nível de preços for alto, será necessária uma quantidade maior de dinheiro para realizar as compras necessárias.
Os efeitos do desequilíbrio monetário na teoria quantitativa da moeda
Dito isso, tendo como hipótese que uma economia estava com a sua quantidade de moeda em equilíbrio e o Banco Central ofertou mais moeda e nada mais mudou nessa economia. O que aconteceria?
As pessoas teriam imediatamente mais moeda em mãos e não teriam mais incentivos para aplicar esse dinheiro. Logo, iriam usar o dinheiro para consumir mais. No entanto, a produção do país continuou a mesma.
Em outras palavras, a demanda aumentou para os produtos, porém a capacidade de produção continua a mesma. O resultado é um aumento geral de preços. Ou seja, inflação. Que por sua vez irá demandar uma quantidade maior de moeda para cada consumidor fazer uma transação.
O que resultará em um aumentando da demanda por moeda até essa economia chegar a um novo equilíbrio de oferta e demanda de moeda.
Dessa forma, de acordo com a teoria quantitativa da moeda, a quantidade de moeda disponível em uma economia determina o valor da moeda. E assim, o crescimento da quantidade de moeda é a principal causa da inflação.