Muito utilizada pelo Banco Central, a ferramenta de swap cambial reverso é fundamental para manter a estabilidade do cambio da moeda brasileira.
O swap cambial reverso pode ser considerado um instrumento derivativo que funciona como uma espécie de compra de dólar no mercado futuro.
Essa operação consiste em uma troca entre o Banco Central e instituições financeiras, equivalente à compra de dólares no mercado futuro por parte do BC, porém sem envolver a troca física de moeda estrangeira.
Desse modo, a autoridade monetária, por meio de um contrato, aposta que o cupom cambial (divisão entre o juro local e os juros dos EUA) será maior que a variação do dólar no período entre a assinatura e o vencimento do contrato.
Ao final do processo, se a variação do cupom for realmente maior que a variação percentual do dólar ante o real ambos apuram qual foi a diferença entre esses dois indicadores.
Esse percentual será aplicado sobre o montante estabelecido e pago pelo BC. No entanto, caso a variação percentual do dólar supere o cupom fiscal, a mesma conta é feita, porém, quem pagará ao BC serão os bancos.
Esse mecanismo é uma das principais formas usadas pelo Banco Central quando há a necessidade de controlar quedas bruscas da moeda norte-americana.
Diferença ente o swap cambial puro e o swap cambial reverso
Os dois conceitos embora facilmente confundidos, são contrários entre si, a seguir temos a definição básica de ambos:
- Swap cambial puro: nessa operação o Banco Central fica “vendido” em dólar, o que significa dizer que ele ganha com a queda da moeda estrangeira, e comprado na taxa Selic, o que significa ganhar com uma variação positiva da taxa básica de juro.
- Swap cambial reverso: a situação é totalmente contrária. Nessa modalidade o Banco Central fica comprado em dólar, o que significa que a autoridade monetária ganharia com a valorização da moeda norte-americana, enquanto isso fica vendido na taxa Selic.
Esse tipo de operação é relativamente comum dentro de uma economia de câmbio flutuante. Isso ocorre em determinados momentos, pois o BC necessita intervir nas variações bruscas das moedas, de modo a proteger as exportações e a balança comercial do seu país.
Exemplo prático de um swap cambial reverso
Digamos que o BC vende contratos de swap reverso no dia 1° de janeiro, com vencimento para 1° de novembro.
Nesse 1° de janeiro, suponha que o dólar terminou cotado em R$ 1, e que o BC se compromete a comprar dólares dos bancos a R$ 1,10, no dia 1° de novembro, uma variação de 10%.
Nesse sentido, suponha que o cupom cambial que o Banco Central entregará aos bancos seja de 12% para o período abordado.
Desse modo, a variação de 10% do dólar no período proposta pelo BC é menor que os juros de 12% que o Banco Central se dispõe a entregar aos bancos sobre o valor do contrato de 1° de janeiro.
Logo, nesse exemplo hipotético, os bancos receberam R$ 0,12 por dólar que venderam e perderam R$ 0,10 da variação do dólar.
Desse modo, o lucro das instituições financeiras nessa operação foi de R$ 0,02 por dólar. Finalizando assim a operação de swap cambial reverso.