S&P 500: conheça o índice com as principais empresas americanas
Índices de ações são, sobretudo, sensíveis termômetros das economias. Nesse sentido, talvez o principal índice do mundo seja o S&P 500, que representa o comportamento da economia americana na bolsa de valores.
Por isso, conhecer o S&P 500 é fundamental para qualquer investidor. Afinal, esse índice é considerado um dos sensores mais fundamentais da maior economia do mundo, os Estados Unidos.
O que é o Índice S&P 500?
O Índice S&P 500 é um benchmark financeiro que representa o desempenho das ações das 500 maiores empresas de capital aberto dos Estados Unidos. Essas grandes companhias americanas podem estar listadas nas bolsas americanas NYSE e NASDAQ.
Assim como o índice Ibovespa representa o mercado de ações do Brasil, o benchmark S&P 500 index é o principal índice do mercado americano.E por refletir o desempenho das empresas da maior economia do mundo, ele é um benchmark minuciosamente acompanhado todos os dias pelo mercado financeiro mundial.
Esse índice foi criado pela Standard & Poor’s em 1957 com o objetivo de representar a economia americana como um todo. Nesse sentido, o S&P 500 consegue abranger cerca de 80% do valor de mercado das companhias americanas listadas.
Por isso, é classificado de fato pelo mercado financeiro como o melhor termômetro dessa economia. Outro destaque é que ele consegue fazer isso por ser bastante abrangente em representatividade de diferentes setores da economia americana.
Dessa forma, é indispensável para qualquer investidor que deseje diversificar seus investimentos no exterior conhecer e acompanhar esse índice das quinhentas maiores empresas americanas de capital aberto.
Mas para saber como o S&P 500 de fato funciona, é preciso primeiramente entender o que é e para que serve um índice de ações.
O que é um índice de ações?
Um índice de ações é a representação de uma cesta de papéis de determinadas empresas. Para ser selecionada para compor um índice, as ações devem preencher alguns requisitos, que variam de acordo com o objetivo de cada índice.
Por isso, existem diferentes tipos de índices de ações com diferentes metodologias de composição. Isso acontece para existir um conjunto de índices no mercado que possam representar o desempenho de papéis de diferentes cestas de companhias.
Nesse sentido, existem índices que representam o desempenho das empresas pagadoras de dividendos. Outros replicam o desempenho de papéis de determinado setor. E ainda existem aqueles que refletem a performance de companhias classificadas de acordo com seu valor de mercado.
O S&P 500 index se enquadra nessa última hipótese, representando a rentabilidade das quinhentas maiores empresas listadas nos Estados Unidos.
Para o que serve um índice de ações?
Essencialmente, um índice de ações serve para fornecer referência para investidores e para o mercado em geral.
Por exemplo, diversos investidores adotam a estratégia de investimento em empresas pagadoras de dividendos. Nesse caso, é extremamente recomendado o estudo da performance dos papéis dessas companhias nos últimos anos.
Então, uma das maneiras de realizar essa análise é observando um índice que represente estritamente o desempenho das empresas distribuidoras de dividendos. No Brasil, esse índice é o IDIV.
Além disso, os índices de ações também servem como benchmark para diversas aplicações financeiras. Como exemplo, temos os fundos de ações de gestão ativa, que buscam, em primeira instância, superar a rentabilidade da bolsa.
Por isso, os índices são fundamentais, visto que eles permitem analisar se uma aplicação está entregando um resultado satisfatório – ou não.
No caso do fundo de ações, o índice geral da bolsa servirá para comparar a performance obtida pela gestão em relação à média da bolsa de valores que o fundo aplica.
Como funciona o índice S&P 500?
O S&P 500 é um índice composto por 500 das maiores ações listadas nas bolsas de valores americanas New York Stock Exchange (NYSE) e NASDAQ. Por isso, seu desempenho está diretamente relacionado com o resultado dessas companhias.
E apesar de ser composto por 500 papéis diferentes, cada um deles possui um peso diferente no índice. Nesse sentido, o percentual de cada empresa no S&P 500 dependerá do seu valor de mercado.
Outra importante questão desse índice é que a seleção das ações não é feita por um cálculo matemático como na maioria dos índices de ações. Na verdade, as 500 ações que irão fazer parte do índice são selecionadas por um comitê.
A seguir, veremos como é feita a composição das ações de empresas que compõem o índice S&P 500.
Como é feita a composição do S&P 500?
Como foi dito, dentre as mais de 5.900 companhias listadas na NYSE e NASDAQ, as 500 ações que irão fazer parte do índice são selecionadas por um comitê. É por isso que não são simplesmente as 500 empresas com maior valor de mercado que compõe o índice.
Na prática, para a ação de uma empresa fazer parte da cesta de companhias do índice, é preciso preencher alguns requisitos. Além disso, existem algumas características do S&P 500 importantes de serem conhecidas.
Uma delas é que o seu desempenho não é calculado apenas com base na variação de preços das ações que o constituem. A performance é, na verdade, calculada pelo float-adjusted market capitalization.
Isso quer dizer que apenas interferem no índice o desempenho das ações que estão em free-float, sendo negociadas livremente no mercado.
Ou seja, ações em posse dos donos, gestores, outras empresas ou governos não são consideradas no cálculo. Isto torna o índice mais interessante para o investidor, já que mostra o desempenho de ações que de fato ele poderia obter no mercado.
Além disso, é importante destacar também que as ações que constituem o S&P 500 index são atualizadas periodicamente pelo comitê. No entanto, as ações precisam cumprir primeiramente alguns requisitos, os quais veremos a seguir.
Metodologia do S&P 500
Alguns dos requisitos adotados pela metodologia de composição do Índice S&P 500 são:
- Ter valor de mercado mínimo de 6,1 bilhões de dólares;
- Ter sede nos Estados Unidos;
- Ter tido pelo menos 250 mil ações negociadas em cada mês dos últimos seis meses;
- Ter o seu valor de mercado negociado anualmente;
- Estar há pelo menos seis meses sendo negociada na bolsa;
- Ter quatro trimestres consecutivos de resultados positivos em balanço;
- A maioria de suas ações precisa estar no free-float, ou seja, sendo negociadas pelo público.
Diferenças do S&P 500 para o Ibovespa
Algumas das diferenças do S&P 500 para o Ibovespa são:
1. Número de papéis
Um importante ponto divergente entre os índices é a quantidade de ativos. Enquanto o índice americano é diversificado em número de papéis, o Ibovespa é composto por cerca de 70 ações de empresas.
2. Valor de mercado
Outra grande diferença é o valor de mercado das empresas que compõem cada um dos índices. A soma desse valor no Ibovespa fica próximo de 1 trilhão de dólares. Por outro lado, o valor de mercado das companhias do índice de ações americanas passa dos 20 trilhões de dólares.
3. Diversificação de setores
Outro ponto importante a ser mencionado é quanto à composição setorial de cada um dos índices. Nesse sentido, o Ibovespa é conhecido por ser um índice de ações muito concentrado em empresas do setor de materiais básicos, financeiro e de óleo e gás.
No caso do índice americano, a maior concentração está no setor de tecnologia. Contudo, a sua composição é consideravelmente mais diversificada em relação ao Ibovespa, como pode ser observado na imagem.
4. Volume de negociação diário
Por conta do maior valor de mercado e por causa do maior número de papéis, já se espera que o volume de negociação diário do S&P 500 seja bastante superior.
O Ibovespa negocia uma média de 2 bilhões de dólares ao dia, enquanto esse valor no índice americano passa dos 120 bilhões.
5. Peso de empresas
Outra questão relevante é o peso de cada empresa nos índices. No índice brasileiro, as maiores empresas chegam a representar mais de 10% do índice, como costuma acontecer com a Vale e com o Itaú, por exemplo.
Por outro lado, no S&P 500, as maiores companhias representam no máximo 5% do índice. Para se ter um exemplo, em Setembro de 2019 a Microsoft, maior empresa em valor de mercado dos EUA, representava apenas 4% do índice americano.
Quais empresas fazem parte do S&P 500?
O S&P 500 acompanha o desempenho de algumas das maiores companhias do mundo. Não é à toa que o índice é considerado um dos mais relevantes globalmente.
A seguir é possível conferir a lista de algumas ações do S&P 500, ou seja, papéis de empresas que fazem parte do índice. Além disso, o peso de cada companhias exposto na lista é aproximado e alterna de acordo com a variação do valor de mercado das empresas.
- Microsoft – 4,2%;
- Apple – 3,9%;
- Amazon – 3,0%;
- Facebook – 1,8%
- Berkshire Hathaway – 1,6%
- Johnson & Johnson – 1,4%
- Visa – 1,2%
- Walt Disney – 0,95%
- Coca Cola – 0,84%
- McDonald’s – 0,64%
- Nike – 0,43%
- Colgate – 0,25%
- Twitter – 0,12%
Note que, muito provavelmente e ao longo de um dia, qualquer cidadão médio utiliza algum dos produtos ou serviços dessas empresas americanas. Seja fazendo um pagamento, utilizando um celular, enviando uma mensagem ou ainda escovando os dentes.
Curiosidades sobre o S&P 500
Existem fatos curiosos sobre o índice americano que algumas pessoas não conhecem. Alguns desses fatos e curiosidades são:
1. É um índice antigo
O S&P 500 foi lançado em Março de 1957, ou seja, possui um histórico de mais de 60 anos. No mesmo ano que o índice americano foi lançado, no Brasil, começava a ser construída a cidade de Brasília, que viria se tornar capital do país em 1960.
Nesse momento, Warren Buffett, um dos maiores investidores de todos os tempos, estava com 27 anos. Sua fortuna, nessa época, era de “tímidos” 200 mil dólares.
2. Representa maior parte das empresas
O mercado americano possui mais de 4.000 empresas listadas. Por isso, alguns podem imaginar que o S&P 500 index representa uma parte moderada do valor de mercado das companhias americanas.
Contudo, na verdade, o índice contempla mais de 80% do valor de mercado total das empresas de capital aberto do país.
3. Performa melhor que a maioria dos fundos
Outra curiosidade é que, contraditoriamente, no longo prazo, o S&P 500 supera a rentabilidade da maior parte dos fundos de gestão ativa do mercado.
É contraditório porque os fundos são geridos por profissionais de finanças experientes, que estudam e acompanham as empresas e os papéis de perto.
E mesmo com todo esse acompanhamento, um simples índice como o S&P 500 consegue obter uma performance bastante superior em relação a rentabilidade da maioria dos fundos.
Esse fato foi comprovado pela Standard & Poor’s, criadora do índice, em uma pesquisa feita em 2016. Ao longo dos 10 anos anteriores ao levantamento feito, mais de 80% dos fundos de ações tiveram desempenho menor que o índice americano.
4. É fácil e barato de se investir
Levando em consideração que a maior parte dos fundos profissionais não consegue performar melhor que o S&P 500, uma estratégia simples e eficaz seria investir diretamente neste índice.
Warren Buffett, inclusive, endossa essa estratégia. E não só endossa, como também admite que, provavelmente, a rentabilidade futura de sua holding de investimentos, Berkshire Hathaway, será inferior ao Índice S&P 500.
No caso da Berkshire, a empresa se tornou muito grande, o que dificulta bastante a alocação de recursos.
Imagine, por exemplo, que Buffett encontre uma empresa extremamente subvalorizada no mercado, valendo 1 bilhão de dólares. Caso ele compre a companhia inteira, isso significaria um investimento de menos de 1% do valor que a Berkshire possui em reservas de dinheiro.
Ou seja, mesmo que o investimento fosse muito bem sucedido, ele faria pouca diferença na rentabilidade geral do portfólio da holding.
No caso dos fundos de investimentos em ações, os problemas com a alocação de recursos é um pouco diferente. Por exemplo, investidores de fundos, historicamente, costumam fazer mais resgates durante períodos de crises e de quedas nas cotações.
Esse movimento de retiradas pode acabar acontecendo em massa, ou seja, em volumes grandes. Por isso, o gestor pode precisar de se desfazer de algumas posições ou de manter uma grande quantia de dinheiro em caixa para garantir a liquidez.
Contudo, esse momento de stress e de queda no mercado é o melhor para comprar ações de boas empresas que acabam ficando desvalorizadas. Com isso, em outras palavras, o gestor fica de mãos atadas.
Isto é, a maioria dos fundos não conseguem aproveitar suficientemente as barganhas no mercado. Em contrapartida, um índice simples como o S&P 500 Index passa por esses períodos de quedas, logicamente, sem ter que se desfazer de “posições”.
Os índices também sofrem com as quedas do mercado. Contudo, quando as crises passam e o mercado, enfim, “respira”, eles, normalmente conseguem obter performance superior ao desempenho de muitos fundos.
Isso porque, em outras palavras, muitos fundos acabam ficaram de fora do mercado no melhor momento de se investir.
5. Possui dividend yield
Sim, o Dividend Yield é um indicador mais utilizado individualmente para cada papel de empresa. Contudo, costuma-se calcular também esse indicador para o S&P 500.
O cálculo se mantém o mesmo, ou seja, é feito pela razão entre os dividendos pagos em um ano e o preço. A diferença é que, para o índice americano, se utiliza os dividendos totais pagos pelas empresas nos últimos 12 meses e o valor de mercado total das companhias do índice.
Na última década, o Dividend Yield do S&P 500 esteve na faixa de 2% ao ano. Esse valor está bem abaixo da média histórica, próxima de 4,5% a.a.
A queda do indicador se deve a dois principais fatores:
1. Queda da taxa de juros americana
A redução da taxa de juros da maior economia do mundo causou uma escalada de preços dos ativos. Esse aumento é justificado por causa da menor taxa de desconto introduzida.
Contudo, a escalada aconteceu de maneira mais expressiva com os preços do que com os dividendos. Ou seja, o denominador da fórmula de DY aumentou mais que o numerador, reduzindo o yield.
2. Mudança do perfil de empresas
Outra questão importante para a redução do Dividend Yield do S&P 500 foi a mudança no perfil das empresas do índice. Isto é, a partir de 1995, com a sequência de IPOs, o setor de tecnologia passou a ocupar cada vez mais espaço no índice americano.
Conforme o tamanho do setor tecnológico crescia no índice, o Dividend Yield reduzia. Isso porque esse setor, tradicionalmente, adotou um perfil de menor distribuição de proventos.
Como investir no S&P 500?
Levando em conta todas essas considerações, alguns investidores podem desejar se expor de alguma maneira ao índice americano. Existem algumas diferentes formas de se fazer isto, que podem ser:
Contratos futuros do S&P 500
Os contratos futuros do S&P 500, ou apenas S&P Futuros, consistem em operações compromissadas. Eles estão diretamente atrelados a uma pontuação futura que o índice pode – ou não – atingir.
Por exemplo, é possível comprar contratos futuros atrelados a uma pontuação do índice maior que a do momento da compra. Nesse caso, a operação é feita com base em uma expectativa de alta do índice em determinado tempo.
Caso essa expectativa se concretize e o índice realmente suba até o vencimento, há um prêmio. Contudo, caso isso não ocorra, esse investimento pode trazer bastante prejuízo para investidores.
Destaca-se que esse tipo de operação não é considerado um investimento, mas sim um tipo de aposta.
Isso porque não há como afirmar o que irá acontecer com o índice nos próximos meses. Costumamos ver, por exemplo, altas e quedas repentinas e que surpreendem o mercado com certa frequência.
Por isso, a estratégia de operar contratos futuros é bastante perigosa e pode causar grandes perdas concretas, principalmente para investidores iniciantes.
COE do S&P 500
Outra maneira de estar exposto ao S&P 500, criado pela Standard and Poor’s, é por meio dos COEs (Certificados de Operações Estruturadas).
Esse é um produto financeiro que fica desempenha de acordo com a performance determinado ativo, mas sem estar atrelado à volatilidade do mesmo.
Em resumo, a rentabilidade do COE depende da valorização do ativo que ele está relacionado. Caso não ocorra essa valorização, a operação é cancelada e o investidor recebe o capital investido inicialmente.
Em um COE do Índice S&P 500, caso o índice valorize, o investimento entrega rendimentos positivos. Mas se o índice se desvalorize, o investidor recebe o valor aportado inicialmente.
Apesar dessa vantagem aparente, o COE possui um complexo e grande custo associado. Esse custo gera um grande spread para os investidores do produto, que na grande maioria das vezes não entendem o que estão comprando.
É o spread na volatilidade implicado do Black & Scholes, um modelo de precificação de opções. Para se ter uma ideia, o modelo é tão complexo que sua criação rendeu aos seus criadores um Prêmio Nobel de Economia.
Por isso, a grande maioria dos investidores que aderem a um COE na verdade não sabem em o que estão investindo ou quanto estão pagando pelo investimento.
Acreditamos que para realizar um bom investimento e com segurança, o investidor deve, em primeiro lugar, entender o produto em que está investindo. Portanto, não recomendamos para investidores iniciantes o investimento em Certificados de Operações Estruturadas (COE).
ETFs
A melhor forma de investir no S&P 500 é, sem dúvida, por meio dos Exchange Traded Funds (ETFs). Eles funcionam como fundos de investimento, administrados por gestoras que montam uma carteira de ações conforme a composição de um índice específico.
No caso de um ETF do S&P 500, a gestora aloca os recursos dos cotistas de acordo com a composição do índice americano. Dessa forma, a carteira irá desempenhar, antes das taxas, exatamente conforme a variação do índice.
A vantagem é que, diferente dos fundos de investimento e dos COEs, as taxas dos ETFs são baixas, na faixa de 0,4% ao ano. Isso ocorre porque os Exchange Traded Funds possuem gestão passiva.
Em outras palavras, eles alocam capital de acordo com uma metodologia pré- estabelecida – o que reduz a despesa. Isto é, não há o custo de vários gestores profissionais para definir estratégias e escolher o “melhor momento” de comprar e vender ativos.
É importante destacar que o desempenho das cotas varia não só de acordo com o S&P 500, mas também conforme a variação cambial. Isso porque os ativos do ETF são as empresas americanas do índice, negociadas em dólar nos Estados Unidos.
Enfim, os Exchange Traded Funds são boas alternativas para investir no exterior. O investidor pode comprar as cotas de um ETF pelo Home Broker, da mesma forma como compra ações. No Brasil, temos o IVVB11 e o SPXI11 como ETFs do S&P 500, existem também outros ETFs como o VOO.
IVVB11
O IVVB11 é o principal ETF brasileiro atrelado ao S&P 500. Ele é administrado pela maior gestora de ativos do mundo, a Black Rock.
Os ativos que compõem sua carteira são preponderantemente cotas do IVV, um ETF americano que performa de acordo com as quinhentas empresas do S&P. Curiosamente, ao longo do tempo o IVV teve uma rentabilidade ligeiramente superior ao índice americano.
Vale destacar também que o IVV distribui dividendos. Ou seja, o IVVB11 aqui do Brasil recebe os dividendos do IVV, mas não os repassa para os cotistas. Na verdade, o principal ETF brasileiro do S&P 500 utiliza os proventos recebidos para comprar mais cotas do IVV.
Algumas das características do IVVB11 são:
- Valor da cota na casa dos 100 reais (conforme variação);
- Listado desde 2014;
- Lote padrão de investimento de 10 cotas;
- Taxa de administração de 0,25% ao ano.
SPXI11
Outra maneira de investir no S&P 500 é por meio do ETF SPXI11. Assim como o IVVB11, esse ETF também possui como objetivo performar conforme o índice americano.
Para isso, o SPXI11 também aloca seu recurso majoritariamente em outro ETF, o SPY, negociado na bolsa americana. Este último, inclusive, é o maior ETF do mundo, tendo mais de 250 bilhões de dólares sob gestão.
Ademais, o SPXI11 também recebe dividendos, sendo que estes são reinvestidos em mais cotas do SPY. Essa metodologia de realocação do provento é um tipo de remuneração ao cotista, assim como a distribuição dos dividendos.
Algumas das características do SPXI11 são:
- Valor da cota na casa dos 100 reais (conforme variação);
- Listado desde 2015;
- Lote padrão de investimento de 10 cotas;
- Taxa de administração de 0,24% ao ano.
- Administrado pelo banco Itaú.
Outros índices do mercado americano
Além do S&P 500, o mercado norte-americano possui outros índices de ações também muito relevantes. Cada um desses índices possui uma metodologia diferente para representar o desempenho de diferentes conjunto de empresas.
Dow Jones
Outro índice de ações americanas bastante conhecido é o Dow Jones Industrial Average (DJIA). Ele também possui ações da NYSE e NASDAQ, mas apenas considera 30 empresas. Logo, é visto como mais restrito que o S&P 500.
Uma particularidade desse índice é que não existe uma metodologia clara e pré-determinada como o S&P. Nesse sentido, as 30 empresas do índice são escolhidas pelos editores do jornal financeiro americano The Wall Street Journal.
Isso porque o Índice Dow Jones foi criado em 1896 por um editor do jornal. Desde então, são os editores do The Wall Street Journal os responsáveis pela seleção das empresas do índice, que devem ser norte-americanas e líderes em seu segmento.
O Dow Jones é um índice importante porque existe há mais de um século. Por isso, conseguimos observar como foi o seu comportamento durante períodos importantes da história, como na I e II Guerra Mundial.
Nasdaq Composite
O Nasdaq Composite (.IXIC) é um índice bastante amplo, contendo mais de 3.300 ações listadas na bolsa de valores Nasdaq. É também um índice jovem, criado em 1971.
Uma peculiaridade do índice Nasdaq é a existência em sua composição de REITs (fundos de investimentos imobiliários) e de ADRs (american depositary receipts).
O mais famoso pico atingido por esse índice foi durante a bolha da internet, nos anos 2000. Após o “estouro”, o Nasdaq sofreu uma queda de quase 80% em apenas dois anos, saindo dos 5.132 e atingindo 1.108 pontos em outubro de 2002.
S&P 500 Dividend Aristocrats
Outro índice do mercado de ações norte-americano muito conhecido é o S&P 500 Dividend Aristocrats. Ele busca refletir o desempenho das empresas pagadoras de dividendos do S&P 500.
Para isso, o índice seleciona empresas que aumentaram a distribuição de dividendos todos os anos ao longo dos últimos 25 anos. Além disso, as empresas devem ter ao menos 5 bilhões de valor de mercado.
Normalmente, o S&P 500 Dividend Aristocrats possuir em média de 40 a 50 empresas. Algumas das principais companhias do índice são: Coca Cola, Johnson & Johnson, McDonald’s e Walmart.
S&P 100 e S&P 50
Além do índice das empresas pagadoras de dividendos, outros índices de ações se originaram do S&P 500 com outros objetivos. Dentre eles está o S&P 500 Top 50, constituído das 50 maiores ações do S&P 500. E o S&P 100, que tem 100 ações do S&P 500 selecionados por um comitê.
Vale a pena investir no S&P 500?
Sem dúvida o investimento no S&P 500 trouxe excelentes retornos ao longo do tempo. Nesse sentido, historicamente, o índice obteve uma rentabilidade média de 8% ao ano.
Além disso, é ressalta-se que muitos fundos de investimentos não conseguiram se quer superar esse retorno do índice passivo ao longo do tempo. Por isso, investir no exterior por meio do S&P 500 pode fazer sentido.
Contudo, podemos dizer que, dentro da carteira de 500 empresas do S&P existem excelentes empresas, mas também algumas não tão boas assim.
Existem no índice, por exemplo, companhias de setores menos rentáveis, com margens muito baixas e sem muitas vantagens competitivas, como o setor de aviação civil. O resultado dessas empresas, ao longo do tempo, pode impactar negativamente o retorno médio do S&P 500 index.
Por isso, acreditamos que seja bastante possível que o investidor individual também possa realizar investimentos de forma direta em ações de empresas norte-americanas.
Ao fazer isso, o investidor poderá montar uma carteira de ações um menor número de companhias, aquelas mais rentáveis, com valuation atrativo e que possuem vantagens competitivas.
Além disso, o investidor individual também não enfrentará os problemas de alocação de capital que foram expostos. Por exemplo, não terá dificuldade com relação ao volume de dinheiro a ser investido – como Warren Buffett.
E também não terá o problema que os fundos de investimentos e os investidores institucionais possuem. Ou seja, a dificuldade de realizar investimentos em momentos de crises, quando grandes oportunidades surgem.
Esses pontos oferecem grandes vantagens ao investidor individual frente aos fundos e aos grandes gestores. Contudo, é importante lembrar que para aproveitar dessas vantagens o investidor deve focar na constância de seus investimentos e ter paciência.
Afinal, o investimento em empresas é poderoso, mas não milagroso. Isto é, o poder dos juros compostos é um grande aliado, mas ele precisa de tempo e de persistência, principalmente nos períodos de crises.
Conseguiu tirar suas dúvidas sobre o S&P 500? Deixe abaixo seu comentário ou pergunta em relação ao índice do mercado norte-americano.
O que é o S&P 500?
O S&P 500 é um dos principais índices de ações do mercado acionário norte-americano. Seu objetivo é de refletir a média da performance das quinhentas maiores empresas de capital aberto dos Estados Unidos na bolsa de valores.
Como investir no S&P 500?
A melhor maneira de investir no índice S&P 500 é por meio de ETFs (Exchange Traded Funds). Eles funcionam como fundos e possuem em carteira as mesmas empresas do S&P 500 index. Por isso, a rentabilidade desses ETFs acompanha o desempenho do índice.
Como funciona o índice S&P 500?
O índice S&P 500 funciona a representar o desempenho das quinhentas maiores empresas de capital das bolsas americanas. Por isso, sua metodologia seleciona e pondera as companhias no índice levando em consideração principalmente o valor de mercado e a liquidez.
Quais empresas fazem parte do S&P 500?
As principais empresas que fazem parte do S&P 500 são: Microsoft, Apple, Amazon, Facebook, Alphabet (Google) e Berkshire Hathaway. Além dessas, o índice possui outras quase 500 companhias muito importantes e conhecidas ao redor do mundo.
Vale a pena investir no S&P 500?
Historicamente, a estratégia de investir no S&P 500 valeu a pena e entregou uma rentabilidade satisfatória. Desde que foi criado, em 1957, o retorno anual médio do índice foi de 8% em dólar.
Bibliografia
https://www.newyorkfed.org/medialibrary/media/research/staff_reports/sr484.pdf
ftp://ftp.repec.org/opt/ReDIF/RePEc/ibf/ijbfre/ijbfr-v7n5-2013/IJBFR-V7N5-2013-1.pdf
http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.199.4563&rep=rep1&type=pdf