O índice Ibovespa encerrou a última sexta-feira (05) registrando 97.108 pontos, o que representou, naquele dia, uma variação positiva de +0,83%. No acumulado da semana e do ano, as variações do índice seguem também positivas, de +1,77% e +10,49%, respectivamente.
Já o Ifix encerrou a última semana aos 2.485 pontos, tendo apresentado, com isso, uma variação negativa de -0,05% na sexta-feira. Na semana, entretanto, a variação do índice representativo dos fundos imobiliários se mostrou positiva, de +0,07%, e em 2019, sua alta já soma +5,66%.
Dentre os acontecimentos econômicos da semana, cabe aqui ressaltar a informação dada pelo Ministério da Economia na segunda-feira (1º) de que a balança comercial registrou superávit de US$ 4,99 bilhões em março deste ano. De acordo com o governo federal, ao todo, as exportações somaram US$ 18,12 bilhões em março, e as importações, US$ 13,13 bilhões. O saldo positivo do mês passado representa queda de 22,27% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o superávit chegou a US$ 6,42 bilhões. Também representa queda na comparação com 2017, ou seja, o pior resultado dos últimos três anos. É interessante ressaltar, aqui, que quando as exportações superam as importações, o resultado é de superávit. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit.
Na mesma semana, outra notícia relevante foi feita na terça-feira (02), quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção industrial brasileira teve um crescimento de 0,7% em fevereiro em relação a janeiro, revertendo a queda de 0,7% no mês anterior. No comparativo com fevereiro de 2018, a alta da produção industrial foi ainda maior, de 2%. O desempenho quebra uma sequência de três meses com taxas negativas. Segundo o instituto, o calendário ajudou a alavancar o desempenho de fevereiro, “já que em 2019 o mês teve dois dias úteis a mais do que em fevereiro de 2018, com o feriado de carnaval transferido para março”, escreveu o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, em nota. No acumulado do ano, a produção industrial teve recuo de 0,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor perdeu dinamismo no meio da lenta recuperação da economia. Os desdobramentos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) causaram estrago na produção das indústrias extrativas. A atividade teve queda de 14,8% – a maior da série histórica iniciada em 2002.
No ambiente político, não poderia deixar de ser mencionada a participação do Ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para defender a PEC (Proposta de Emenda da Constituição e Justiça) da Previdência e detalhar a proposta para deputados. Além disso, o ministro também ressaltou a importância de se implementar um sistema de capitalização da Previdência. “Se vocês aprovarem essa reforma com uma potência menor, não se preocupem, eu não lanço o sistema de capitalização. Se os senhores preferem que filhos e netos de gerações futuras sofram desse mesmo problema, como de alguns estados que não estão pagando salários, eu não vou lançar um sistema de capitalização, eu não sou irresponsável”, declarou Guedes na ocasião. Na última segunda-feira (01), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse em evento que o novo sistema de capitalização da Previdência não tem a menor chance de ser aprovado. Segundo Maia, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) não passará da forma como foi concebida pelo ministro da economia, Paulo Guedes.
Guedes participou de uma sessão na CCJ, onde respondia perguntas da comissão que analisa a reforma no Congresso. Após horas respondendo perguntas, a reunião foi interrompida com bate-boca entre o ministro e os deputados da oposição. Aberto para questões, o ministro respondeu os deputados por horas e a sessão, que já estava tensa devido a troca de farpas entre Bolsonaro e Maia nas últimas semanas, acabou com bate-boca entre Guedes e os deputados da oposição. Os deputados mostravam ser contrários a introdução do regime de capitalização e também ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), que constam na reforma. Dessa forma, a cautela entrou novamente em cena, com o mercado inseguro sobre a possível aprovação do texto que ainda tramita no primeiro estágio de avaliação, mostrando a dificuldade que a equipe econômica terá para aprovar o documento.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, admitiu nesta sexta-feira, que o sistema de capitalização incluso na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência poderá ficar para um segundo momento. A fala ocorreu em meio a um café da manhã com jornalistas convidados. “Se tiver reação grande [o sistema de capitalização], tira da proposta. Alguma coisa vai tirar, tenho consciência disso”, disse Bolsonaro, conforme jornalistas da “Valor Econômico”. Bolsonaro declarou que tem conhecimento da “desidratação” do texto da reforma da Previdência no Congresso Nacional.
Diante da atual conjuntura, seguiremos vigilantes aos principais acontecimentos – o que pode continuar contribuindo para um cenário de grande volatilidade na bolsa de valores – sempre no intuito de proporcionar boas oportunidades àqueles que seguem e confiam em nossas teses de investimentos.