Resumo da Semana: Recorde do Ibovespa, manutenção da Selic, Joaquim Levy, RJ da Odebrecht e retomada das atividades da Vale em MG
O Índice Bovespa, principal indicador da B3, a bolsa de valores de São Paulo, encerrou a semana batendo recorde histórico, no patamar de 102.013 pontos, com alta de 1,70% na sexta-feira (21). O índice já passara o patamar de 100.000 pontos três vezes neste ano, mas nunca havia encerrado um pregão acima desta marca. A primeira vez da história, foi nesta quarta-feira, quando o fechamento do mercado apontou para 100.303 pontos, com alta de 0,90% no dia. No acumulado da última semana e de 2019, as variações do Ibovespa são de +4,05% e de +16,07%, respectivamente.
O Ifix, principal índice dos fundos imobiliários do país, encerrou a semana aos 2.593 pontos, com alta de 0,47% na sexta-feira. No acumulado da semana e do ano, o índice segue atrás do Ibovespa, com alta de 1,22% e 10,25%, respectivamente.
Na última semana, o grupo Odebrecht entrou com o maior pedido de recuperação judicial da história do país. Desde o envolvimento na operação lava jato, o conglomerado empresarial aos poucos foi reduzindo e chegou a perder 80% do quadro de colaboradores que já contou com mais de 276 mil pessoas. As dívidas, que superam os R$98 bilhões, associadas ao cenário de retração da companhia, levou a mesma à recuperação judicial. O valor da causa é de R$ 83,627 bilhões, o que torna a recuperação da Odebrecht o maior pedido de recuperação judicial da história do país, superando o pedido da Oi de R$ 64 bilhões, em 2016. A causa exclui alguns ativos controlados pelo conglomerado como a Braskem, a Ocyan, a Odebrecht Transport, a empreiteira OEC, a incorporadora OR e o estaleiro Enseada. Além destes, a Atvos Agroindustrial fica fora deste pedido, pois já entrara em recuperação judicial no mês passado.
Outro acontecimento relevante da semana foi a 223ª reunião, na última quarta-feira (19), do Comitê de Política Monetária (Copom) para definir a taxa básica de juros da economia. Como esperado, o Copom manteve a taxa na mínima da série histórica pela décima vez consecutiva, no patamar de 6,5% ao ano. A Selic, que em 2016 atingiu a marca de 14,25% ao ano, desde março de 2018 está estabilizada em 6,5% ao ano. A redução da taxa é uma tentativa do governo de estimular o crédito e o reaquecimento da economia. O Comitê se reúne a cada 45 dias para definir a meta da taxa Selic com o intuito de controlar a inflação do país para atingir a meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Ainda nesta semana, a Vale informou sobre a decisão do Presidente do Superior Tribunal de Justiça, cancelando os efeitos da suspensão das atividades da barragem de Laranjeiras, localizada em Brucutu, possibilitando uma retomada integral das atividades a úmido na mina. Além disso, é importante ressaltar que ela é a maior do estado de Minas Gerais, representando cerca de 9% da produção nacional da Vale. A suspensão das atividades vinha fazendo com que a unidade operasse com um terço da sua capacidade. No mais, é importante dizer também que a cotação do minério está na máxima em 5 anos, isso porque, no cenário atual, as siderúrgicas chinesas operam a todo vapor, com alta demanda em face a pouca oferta devido a vários fatores, dentre eles, a pressão originada com o rompimento da barragem de Brumadinho.
Também nesta semana, bem no seu começo, o então presidente do BNDES, Joaquim Levy, enviou uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, solicitando seu desligamento do cargo. Levy foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, por causa a nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto, que trabalho em governos do PT, para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco. Pinto é considerado homem de confiança de Guido Mantega, Ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma. Bolsonaro havia declarado ao presidente do banco: “Levy, demite esse cara na segunda (17) ou eu demito você sem passar pelo Guedes. Levy está com a cabeça a prêmio há algum tempo”. Após o pedido de Levy, Paulo Guedes indicou Gustavo Montezano ao cargo.