O Ibovespa encerrou a última semana registrando 95.343 pontos, o que representou, na sexta-feira (08), uma alta de +0,99%. Na semana, no entanto, o índice apresentou uma variação negativa de -2,57%. Em 2019, contudo, o principal índice das ações da bolsa de valores do Brasil segue apresentando uma representativa alta, de +8,48%.
Já o Ifix – índice que representa o desempenho médio dos fundos imobiliários – encerrou a sexta-feira aos 2.403 pontos (alta de +0,07% no dia). Na semana, a sua variação, assim como o Ibovespa, foi também negativa (-0,22%), sendo que, no acumulado de 2019, o índice segue também em alta, porém de +2,17%. Isso demonstra a relativa baixa volatilidade dos fundos imobiliários na comparação com as ações negociadas na bolsa de valores.
Dentre os principais acontecimentos da semana, não poderíamos deixar de destacar a afirmação feita na terça-feira (5) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a intenção da equipe econômica é obter uma economia de R$ 1 trilhão em dez anos com a proposta de reforma da Previdência a ser encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional. Ainda segundo o ministro, também há simulações de uma economia de R$ 1 trilhão em 15 anos. Em 2018, o déficit da Previdência bateu recorde e alcançou R$ 290 bilhões, segundo números do governo.
“A ideia é que chegue a R$ 1 trilhão [de economia] em dez anos. Há simulações em que é R$ 1 trilhão em 15 anos. Isso é o que está sendo calibrado. O importante é que tenha potência fiscal [de economia de recursos] para resolver o problema, que se inaugure um período novo para a Previdência”, declarou o ministro. Ele afirmou que, pelas propostas em estudo, o Brasil terá um novo regime trabalhista e previdenciário. “Tem várias possibilidades”, afirmou.
Outra informação bastante representativa no cenário econômico se fez na quarta-feira (06), quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por manter os juros básicos da economia estáveis em 6,5% ao ano. Foi a sétima manutenção seguida da taxa Selic, que segue no menor patamar da série histórica, que começou em 1986. A decisão confirmou a expectativa dos analistas do mercado financeiro. Após a reunião do Copom, o Banco Central informou que a decisão é compatível com a convergência da inflação para a condução da política monetária (definição dos juros para atingir as metas de inflação) em 2019 e, “com peso menor e gradualmente crescente”, em 2020. “O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”, acrescentou. Por fim, a instituição projetou, com juros e câmbio projetados pelo mercado, que a inflação ficará em 3,9% para 2019 e 3,8% para 2020, ou seja, em linha com as metas de inflação predefinidas.
No mesmo dia, foi informado também que o número de brasileiros que investem na Bolsa de Valores chegou a 858 mil. Esse aumento de investidores chega em um momento de sucessivos recordes do Ibovespa. Somente em janeiro, 45 mil pessoas físicas se tornaram investidores na B3 (BM&F Bovespa), um aumento de 5,5%, movimentando R$ 227 bilhões em ações.
Nos últimos 12 meses, de janeiro 2018 a janeiro 2019, o número de investidores na Bolsa de Valores aumentou em 237 mil pessoas, cerca de 38% a mais. Graças a esse aumento, o número de investidores na Bolsa voltou a superar o de investidores ativos no Tesouro Direto, que ficaram em 786 mil participantes em 2018. Entretanto, os investidores estrangeiros continuam dominando o mercado da Bolsa de Valores de São Paulo, movimentando 44,4% do total das ações. Em segunda posição estão os investidores institucionais, com 28,7% e somente em terceiro lugar as pessoas físicas, com 20% do volume financeiro negociado na B3. Esse patamar não era negociado na Bolsa brasileira desde o começo de 2012.
Ainda nessa semana, foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na sexta-feira (08), a notícia de que a inflação oficial brasileira ficou em 0,32% no mês de janeiro, pressionada por preços dos alimentos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do primeiro mês do ano foi muito superior ao 0,15% registrado em dezembro. No acumulado de 12 meses o IPCA registrou um aumento de 3,78%. Segundo o IBGE, esse foi um resultado levemente superior aos 3,75% registrados nos 12 meses anteriores.
Seja mensalmente ou no acumulado do ano, a inflação em janeiro foi a maior desde 2017. Naquele ano o aumento dos preços foi de 0,38% em janeiro e de 5,35% no acumulado de 12 meses. O IPCA terminou o ano passado com uma alta de 3,75%. Um resultado que ficou abaixo do centro da meta de inflação de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para 2019 será menor do que o ano passado, sendo fixada em 4,25%.
Os analistas entrevistados pelo Banco Central no Boletim Focus preveem uma alta da inflação em 2019. Segundo eles, o IPCA deste ano deveria chegar a 4,01%. Um pouco abaixo da meta fixada pelo BC este ano, que é de 4,25%. Na base do intervalo de tolerância, a meta será cumprida se o IPCA ficar entre 2,75% a 5,75%.
Por fim, mas não menos importante, as companhias abertas seguiram, na semana que se encerrou, divulgando seus resultados operacionais relativos ao quarto trimestre de 2019, através dos quais foi possível perceber uma performance interessante da maioria das empresas, o que demonstra que a economia, de fato, parece estar confirmando o seu reaquecimento. Seguiremos acompanhando os resultados das companhias que ainda não lançaram os seus números, sempre atentos às melhores oportunidades de investimentos, sempre em busca de indicar bons ativos a preços descontados a nossos assinantes.