O índice Ibovespa encerrou o pregão da última sexta-feira (18) registrando 83.082 pontos, o que representou uma desvalorização de -0,65% no dia. No acumulado da semana, a desvalorização foi de -2,51%. Entretanto, a variação do índice em 2018, até então, segue positiva, de expressivos 8,74%.
Paralelamente, o Ifix – indicador do desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários (FIIs) negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da BM&FBOVESPA – apresentou um comportamento semelhante ao do Ibovespa, porém em proporções menores, o que demonstra que, de fato, a média dos FIIs apresentam uma volatilidade menor que à médias das ações negociadas na bolsa.
Neste sentido, o Ifix apresentou, no pregão de ontem, uma queda de -0,63%, encerrando o dia apontando 2.251 pontos, sendo que, na semana encerrada também ontem, tal variação também foi negativa em -2,27%. No acumulado de 2018, contudo, a variação vem se mostrando positiva em 1,09%.
No cenário econômico, o principal destaque da semana se fez através do anúncio – um tanto quanto surpreendente – por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na última quarta-feira (16), quando a entidade reportou a manutenção da taxa básica de juros da economia em 6,5% ao ano.
Com a medida, o Copom colocou fim a um ciclo de 12 cortes consecutivos na Selic, que se iniciou em outubro de 2016. Em nota, o Banco Central relacionou a decisão à recente volatilidade que tem levado à disparada do dólar.
Na ata da última reunião, em março, o Copom havia sinalizado um corte “moderado” nos juros na reunião desta quarta, caso o cenário econômico evoluísse conforme o esperado. Por isso, grande parte dos analistas financeiros apostava em um corte de 0,25 ponto percentual.
É importante destacar que a mudança de posicionamento do comitê se deveu, em grande parte, à volatilidade do cenário externo, que tem causado uma forte desvalorização do real frente ao dólar nos últimos dias. Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em alta pelo sexto dia seguido, cotada em R$ 3,738.
Não é preciso se aprofundar muito no assunto para se concluir que o aumento do dólar pode encarecer produtos e serviços importados consumidos no Brasil e, com isso, pressionar a inflação no Brasil.
Isto posto, a definição da taxa de juros pelo Banco Central tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o sistema permite uma margem de tolerância e a meta não será, formalmente, considerada descumprida caso fique entre 2,5% e 6,5%. O mercado financeiro projeta uma inflação de 3,45% ao final do ano. No comunicado desta quarta, o Copom informou que projeta uma inflação de 3,6% para 2018, portanto, abaixo do centro da meta.
Por fim, a semana foi marcada, também, pela continuação da divulgação dos resultados operacionais referentes ao primeiro trimestre de 2018 por parte das companhias abertas listadas na bolsa brasileira e, segundo o Economatica – empresa de informações financeiras – o lucro consolidado das empresas no período foi de R$ 50,82 bilhões contra R$ 47,31 bilhões no ano de 2017, crescimento de R$ 3,51 bilhões ou 7,43% nos últimos 12 meses.
Novamente, o destaque do primeiro quarto do ano ficou para o setor financeiro (Bancos e seguradoras) que, com 30 empresas, registrou um lucro de R$ 19,49 bilhões no primeiro trimestre de 2018 contra R$ 17,29 bilhões de 2017, crescimento de 12,68% ou R$ 2,19 bilhões.
Em contrapartida, dos 26 setores analisados somente o setor de Construção teve prejuízo no período (-R$ 482,9 milhões). O setor no primeiro trimestre de 2017 registrou prejuízo de –R$ 489,3 milhões.
Ademais, como sempre salientemos, seguiremos acompanhando e analisando os fatos noticiados no dia-a-dia do mercado, no intuito de indicar a nossos assinantes as melhores oportunidades de associação à sólidos empreendimentos, nos sustentando sempre nos fundamentos do Value Investing e no horizonte de longo prazo.