O Ibovespa encerrou a última semana registrando 95.416 pontos, o que representou, na sexta-feira (29), uma alta de +1,09%. No acumulado da semana, a sua variação foi também positiva, porém de +1,79%, após um cenário de grande volatilidade, quando o índice chegou a ficar abaixo dos 92 mil pontos. No acumulado de 2019, contudo, o principal índice referente às ações negociadas na bolsa de valores apresenta uma alta de expressivos +8,57%.
Já o Ifix – índice referência dos fundos imobiliários – mais uma vez se mostrou resistente frente às altas variações percebidas no mercado de ações. Na sexta-feira, a sua variação foi de +0,26%. No acumulado da semana e do ano suas variações foram também positivas, de +0,47% e +5,58%, respectivamente.
Dentre os acontecimentos da semana, vale aqui ressaltar a divulgação feita através dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na segunda-feira (25) pelo Ministério da Economia de que a economia brasileira gerou 173.139 empregos com carteira assinada em fevereiro deste ano. Esse é o melhor resultado para meses de fevereiro desde 2014, quando foram criados 260.823 empregos formais. É interessante mencionar, ainda nesse sentido, que o saldo positivo é a diferença entre as contratações (1.453.284) e as de demissões (1.280.145) no período. Adicionalmente, esse é o melhor saldo para esse mês em cinco anos. Após três anos seguidos de demissões, a economia brasileira voltou a gerar empregos com carteira assinada em 2018, quando foram abertas 529.554 vagas formais, de acordo com dados oficiais.
Outro ponto de destaque da semana se fez pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou, na terça-feira (26), que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,54% em março, uma aceleração em relação a fevereiro, quando a taxa ficou em 0,34%. Segundo o instituto, essa é a maior variação para o mês de março desde 2015, quando a taxa registrou aumento de 1,24%. No ano passado, a taxa no mês foi de 0,10%. No trimestre, chamado de IPCA-E, o índice acumula alta de 1,18%, acima dos 0,87% registrados de janeiro a março do ano passado. No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 4,18%, acima dos 3,73% do período anterior. Apresentaram deflação os grupos artigos de residência (-0,23%) e comunicação (-0,19%). As maiores altas foram em alimentação e bebidas (1,28%) e transportes (0,59%). Somados, os dois grupos corresponderam a cerca de 80% do índice do mês.
Não poderia deixar de ser mencionado que o Banco Central reduziu a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2019. De acordo com os dados divulgados pela instituição na quinta-feira (28), a nova previsão é de uma expansão de 2% e não mais 2,4%. Conforme os Banco Central, a redução da estimativa de alta do PIB aconteceu por conta dos desdobramentos da tragédia de Brumadinho, que deve prejudicar a produção da indústria do minério de ferro. Além disso, outros pontos citados para tal prospectiva é a redução das estimativas sobre a safra agrícola e também o ritmo lento de recuperação da economia nacional. No entanto, as expectativas da instituição estão de acordo com o esperado pelo mercado financeiro. Conforme os resultados de uma pesquisa do próprio Banco Central na última semana, com mais de 100 bancos, os investidores esperam que o PIB nacional cresça 2% neste ano. Além do PIB, o banco também divulgou a estimativa sobre a inflação, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No entanto, para este ano ele segue estável em 3,9%. De acordo com o BC, para 2020, o IPCA vai somar 3,8%. Dessa forma, a projeção foi elevada em 0,2%, já que dezembro último foi estimada uma alta de 3,6%. Já para a Selic, o banco estima uma meta central de 4,25%, com um intervalo tolerante entre 2,75% e 5,75%. Para 2020, o mercado financeiro manteve a estimativa de 4%.
Por fim, o mercado segue com a sua atenção voltada para os desdobramentos políticos em Brasília, mais precisamente nas articulações que estão sendo tomadas no que tange o andamento da Reforma da Previdência. Seguiremos vigilantes aos principais acontecimentos nesse sentido – que pode continuar contribuindo para um cenário de grande volatilidade na bolsa de valores – sempre no intuito de proporcionar boas oportunidades àqueles que seguem e confiam em nossas teses de investimentos.