Quando os juros sobem, os fundos imobiliários caem. Quando os juros caem, os fundos imobiliários sobem.
Essa é uma relação inversa que acontece entre os juros e os FIIs. Isso porque a precificação dos fundos imobiliários e de outros ativos de bolsa é feita com base em um ativo livre de risco, como os títulos públicos.
Renda variável ou renda fixa
Afinal, investimos em renda variável para ganhar mais do que a renda fixa no longo prazo.
Por exemplo, abaixo temos a comparação entre o IFIX (índice de fundos imobiliários) e o cupom do IPCA+ 2035.
Fonte: Economatica | Elaboração: Suno Research.
Veja como as linhas têm comportamentos similares, mas em sentidos opostos. A linha azul representa o quanto o título IPCA+ 2035 está pagando acima da inflação. Podemos usar esse cupom como um medidor dos juros futuros, ou seja, a expectativa do mercado em termos do risco do país e para onde os juros devem seguir.
Conforme esse cupom subir, temos indícios de que os fundos imobiliários poderão cair.
Hoje, vivemos uma taxa Selic de 13,75%, a nossa taxa básica de juros e está em um valor consideravelmente alto e, como mencionado, pressiona as cotações dos ativos de bolsa para baixo.
O que esperar da Selic para 2023
A expectativa é que, ainda em 2023, tenhamos uma Selic acima de dois dígitos, o que deverá manter a pressão nos fundos imobiliários. Porém, é importante reforçar que essas quedas nas cotações estão ligadas à precificação e não à perda de qualidade.
Em outras palavras, a qualidade dos fundos imobiliários e seu valor seguem intactos. Apenas as cotações estão caindo, pois muitos investidores migram para a renda fixa e reprecificam seus investimentos.
Portanto, entenda que ainda teremos bons tempos com juros altos e isso deve manter as cotações pressionadas. Mantenha o foco em ativos de alta qualidade e identifique oportunidades de comprá-los a preços convidativos nos momentos atuais.
Afinal, como vimos no gráfico, quando os juros derem sinais de queda, as cotações dos fundos imobiliários podem começar a reagir.