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Radar do Mercado: Via Varejo (VVAR3) – Migração para o Novo Mercado é, enfim, consolidada

A Via Varejo, empresa controlada pelo GPA e que opera as marcas Casas Bahia, Pontofrio e móveis Bartira, informou ao mercado que realizou ontem (26) a migração de suas ações para o Novo Mercado da B3.

“Esse movimento nos coloca em um outro patamar do ponto de vista de governança corporativa e nível de transparência”, comenta Flavio Dias, CEO da Via Varejo. Segundo Dias, o novo padrão de governança adotado permite potencializar a atratividade pelo investimento. “Esperamos atingir uma nova base de público investidor que somente investe em empresa com o maior nível de governança, ou seja, que fazem parte do Novo Mercado”, finaliza o CEO.

 

Mesmo entendo que governança vai muito mais além do que a listagem no Novo Mercado, é importante destacar que as empresas listadas nesse segmento, que representa o mais elevado padrão de governança corporativa, somente podem ter seu capital social composto por ações com direito de voto, as chamadas ações ordinárias (ON).

Lançado no ano 2000, o Novo Mercado estabeleceu desde sua criação um padrão de governança corporativa diferenciado.

A partir da primeira listagem, em 2002, ele se tornou o padrão de transparência e governança exigido pelos investidores para as novas aberturas de capital, sendo recomendado para empresas que pretendam realizar ofertas grandes e direcionadas a qualquer tipo de investidor.

Adicionalmente, a chegada da Via Varejo ao Novo Mercado ocorre há pouco menos de um ano da revisão do regulamento deste segmento de listagem, um trabalho que envolveu a B3, participantes do mercado e companhias listadas.

Ainda no que tange tal comunicado feito pela Via Varejo, vale ressaltar que o mesmo foi feito, de maneira inicial, no ato da sua divulgação dos resultados referentes ao segundo trimestre desse ano, mais precisamente no dia 23 de julho.

Na ocasião, a companhia destacou que, por recomendação de seu acionista controlador, a Companhia Brasileira de Distribuição, havia sido deliberado o início do processo para migração da Via Varejo para o segmento de listagem no Novo Mercado da B3 e, por consequência, a conversão das suas ações preferenciais em ações ordinárias, na proporção de 1 para 1.

Na época, a companhia informou, ainda, que o seu Programa de Units seria encerrado, passando cada detentor de uma de suas Units, que hoje é representada por uma ON e duas PN, a deter três ações ON da companhia.

Ainda em relação a tal operação, a empresa ressaltou que essa iniciativa, alinhada à estratégia de criação de valor de longo prazo e à contínua avaliação de opções estratégicas, colaboraria para:

– Aumentar do nível de governança corporativa e transparência, com extensão do direito de voto a todos os acionistas;

– Potencializar a liquidez das ações, por meio da concentração de negociação dos valores mobiliários exclusivamente em ações ordinárias; e

– Facilitar acesso à Via Varejo por parte de uma vasta gama de investidores de mercado alinhados aos conceitos de maior liquidez e mais elevado padrão de governança, em linha com sua posição de liderança.

“A administração entende o movimento de migração para o Novo Mercado como positivo e oportuno dentro de uma visão de valor de longo prazo, proporcionando uma estrutura mais simples, ganhos de liquidez e atratividade de investimento”, ressaltou na ocasião Ronaldo Iabrudi, presidente do Conselho de Administração.

Ainda sobre a migração para o Novo Mercado, o vice-presidente do Conselho de Administração Arnaud Strasser disse: “Esse é um compromisso da Via Varejo para o avanço de sua governança, proporcionando igualdade de direitos políticos e econômicos” e, Michael Klein, membro do Conselho de Administração complementou: “A migração para o Novo Mercado traz a Via Varejo para o grupo das empresas brasileiras com os mais altos padrões de governança e cria benefícios para todos os acionistas”.

Geraldo Samor, do Brazil Journal, escreveu uma matéria bastante completa sobre essa decisão do conselho da Via Varejo. Para acessá-la, clique aqui.

Por fim, apesar de a companhia se apresentar, nesse momento, com uma posição de dívida líquida inexistente por conta da atual robustez na sua posição de caixa, continuamos com nosso posicionamento e opinião acerca do setor de varejo, não só no Brasil como no resto do mundo.

Segmento de baixas margens, poucas vantagens competitivas e concorrência elevada, além da realidade cada vez mais consolidada da Amazon expandindo suas operações no Brasil, o que, sem dúvidas, deve ser um motivo de bastante alerta para todas as varejistas do país nesse momento.

Seguimos de fora da Via Varejo.

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