Radar do Mercado: Usiminas (USIM5) – Lucratividade demonstrando um retorno gradual

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais – Usiminas – divulgou, na última sexta-feira (20), os seus resultados referentes ao primeiro trimestre do exercício de 2018 (1T18) e, em tal documento, a companhia ressaltou que, no referenciado período, o conjunto dos indicadores de atividade econômica mostrou recuperação consistente da economia brasileira.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, a Produção Industrial registrou alta de 4,3% no indicador que compara o primeiro bimestre de 2018 com igual período de 2017, os setores industriais intensivos no consumo de aço tiveram altas mais expressivas, e a produção de bens de capital avançou 12,6% e a de bens duráveis, 17,9%.

A melhora se reflete nos indicadores de confiança dos empresários industriais que, segundo a Confederação Nacional da Indústria, CNI, atingiu 59 pontos em março, acima da média histórica do índice, de 54 pontos.

Paralelamente, a inflação baixa seguiu em direção às metas e o câmbio seguiu flutuando em um intervalo entre R$3,14/US$ e R$3,34/US$ no primeiro trimestre, apesar da volatilidade recente nos mercados internacionais, com a cotação atingindo R$3,42/US$ no dia 10/04/18.

TRIAL 1 REAL

Nessa conjuntura, de acordo com o reportado pela companhia, a receita líquida do 1T18 foi de R$3,2 bilhões, contra R$3,1 bilhões no 4T17, devido ao melhor desempenho de todas as Unidades de Negócio, destacando-se os maiores volumes de vendas e preços de aço no mercado doméstico, os maiores preços de aço no mercado externo e os maiores volumes de exportação de minério de ferro.

Com isso, o seu EBITDA Ajustado foi de R$641,2 milhões no 1T18, contra R$450,4 milhões no 4T17, principalmente devido ao melhor desempenho de todas as Unidades de Negócios da companhia, com destaque para a Unidade de Siderurgia, que atingiu EBITDA Ajustado de R$568,6 milhões no trimestre, e a margem de EBITDA Ajustado no 1T18 foi de 19,8% contra 14,6% no 4T17.

Vale aqui destacar que o EBITDA Ajustado é calculado a partir do lucro (prejuízo) líquido do exercício, revertendo o lucro (prejuízo) das operações descontinuadas, o imposto de renda e contribuição social, o resultado financeiro, depreciação, amortização e exaustão, a participação no resultado de controladas em conjunto e coligadas e desconsidera impairment de ativos.

Dessa maneira, o EBITDA Ajustado considera a participação proporcional de 70% da Unigal e outras controladas em conjunto.

Ainda, no 1T18, o resultado financeiro de R$133,8 milhões negativo, contra R$172,1 milhões negativo no 4T17, uma redução de 22,3% principalmente em função de menores perdas relacionados à variação cambial, em decorrência da desvalorização do Real frente ao Dólar de 4,4% ocorrida no 4T17 contra uma desvalorização de 0,5% ocorrida no 1T18.

Como resultado, no 1T18 a companhia registrou um lucro líquido de R$157,2 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$44,9 milhões do 4T17, representando uma recuperação de R$202,1 milhões neste período.

Por fim, em 31/03/18, a dívida bruta consolidada era de R$5,7 bilhões, uma redução de R$976,6 milhões em relação à de 31/12/17.

Vale ressaltar que a composição da dívida por prazo de vencimento era de 0,5% no curto prazo e 99,5% no longo prazo. No mesmo período, a parcela da dívida em moeda estrangeira era de 19%, contra 26% em 31/12/17.

Dessa maneira, a dívida líquida consolidada em 31/03/18 era de R$4,1 bilhões, contra R$4,3 bilhões em 31/12/17, ao passo que o indicador dívida líquida/EBITDA encerrou o 1T18 em 1,8x, contra 2,0x no 4T17.

Por fim, é interessante destacar que a Usiminas é uma empresa do setor siderúrgico líder na produção e comercialização de aços planos laminados a frio e a quente, placas e revestidos, bobinas, destinados principalmente aos setores de bens de capital e de bens de consumo da linha branca, além da indústria automotiva.

Isto posto, seguimos com nossa opinião a respeito do negócio e, apesar de sua redução de dívida no último trimestre, além do registro de um lucro líquido de R$157,2 milhões – a que reverteu o prejuízo líquido de R$44,9 milhões do 4T17 – achamos mais prudente esperar até que se consolide o processo de retomada de performance e melhoria da companhia e do seu segmento de atuação no médio prazo.

Setores cíclicos e atrelados à moeda estrangeira são bastante desafiadores e, por conta disso, preferimos seguir de fora da Usiminas por considerarmos que existem melhores oportunidades nesse momento em outros setores no mercado de capitais.

ACESSO RÁPIDO
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Tiago Reis
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