A Sul América S.A. informou ontem (02) aos seus acionistas e ao mercado em geral o recebimento de uma oferta indicativa e não vinculante da Allianz SE para a aquisição de sua operação de Automóveis e Ramos Elementares, que inclui produtos como seguro residencial e empresarial.
Diante deste cenário, a companhia entrou em discussões bilaterais com a Allianz SE sobre uma eventual transação que poderia resultar na concentração de suas operações nos segmentos de Saúde, Odontologia, Vida, Previdência e Gestão de Ativos.
No fato relevante publicado, a empresa disse que avalia constantemente, em conjunto com seus assessores, diversas oportunidades estratégicas com relação aos seus negócios em suas diversas linhas, que podem vir a incluir diferentes alternativas, inclusive eventuais investimentos ou desinvestimentos.
No entanto, a companhia destacou que não existe, até o momento, qualquer definição, conclusão ou acordo vinculante relacionado a essas oportunidades. Ressaltou ainda que, caso venham a se concretizar, serão divulgadas ao mercado conforme previsto nos regulamentos acerca desse tipo de operação.
O Brazil Journal trouxe a informação, de fontes que acompanham a empresa, que possuem a crença de que isso possa ser apenas o primeiro passo em direção a mais desinvestimentos para um foco completo em saúde (leia mais aqui). Vale ressaltar que este negócio é o que faz, hoje, uma parte extremamente expressiva do lucro da seguradora.
O segmento de seguro de automóveis possui alto grau de competição, além de receitas cíclicas. Deste modo, a empresa estava exposta a um segmento suscetível a apresentação de variações inesperadas em seu desempenho. Assim, com a venda deste segmento, ela será capaz de focar mais ainda na parte que possui maior expressividade em suas receitas e lucros.
Além disso, é importante notar que a companhia não apresenta – na parte de automóveis e ramos elementares – retornos equiparáveis ao de seus concorrentes, como Porto Seguro e outros players internacionais que atuam no país, de modo que faz sentido a venda da operação para focar na parte mais rentável.
No ano de 2018, as receitas da SulAmérica atingiram R$ 20,5 bilhões. Este mesmo ano se encerrou com a companhia tendo R$ 41,6 bilhões de ativos sob gestão. Trata-se de uma empresa com aproximadamente cinco mil funcionários, cujos negócios são realizados por meio de uma ampla e diversificada rede de distribuição que inclui mais de 30 mil corretoras independentes, além de parcerias com mais de 20 instituições financeiras de varejo, que adicionam à companhia 16 mil pontos de venda.
Sendo assim, acreditamos que se trata de uma boa notícia para a SulAmérica. Trata-se de uma empresa que apresenta rentabilidade consistente, receitas fortes e crescentes, dentre outros bons aspectos, configurando um case no qual seguimos otimistas e confiantes.
No mais, entendemos que a SulAmérica será capaz de melhorar ainda mais seu desempenho, caso seja concluída a venda em questão, permitindo a geração de mais valor ao seu acionista.
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