Radar do Mercado: Smiles (SMLS3): reajuste em contrato com a Gol visa melhoria de performance

A Smiles Fidelidade comunicou ontem (27), por meio de nota, que calculou o reajuste do preço de transferência das passagens padrão e das milhas vendidas à Gol Linhas Aéreas, conforme previsto no contrato de compra e venda antecipada de milhas e passagens aéreas, firmado em 28 de dezembro de 2012 entre as partes.

Segundo o informado, o reajuste do preço das passagens padrão e das milhas vendidas à Gol calculado representa, em média, uma redução de 0,6% e de 1,5%, respectivamente, com base na composição dos bilhetes aéreos emitidos no último período de vigência.

“O Comitê Independente e o Conselho de Administração da companhia aprovaram, por unanimidade, os referidos ajustes que entrarão em vigor a partir de 1º de janeiro de 2018. A Administração acredita que tais procedimentos foram suficientes e adequados para garantir a comutatividade da operação e o cumprimento adequado do contrato”, ressaltou a Smiles em seu comunicado.

 

A Smiles é uma companhia que atua no setor de fidelização de clientes no Brasil e que, diga-se de passagem, possui atualmente um potencial de captura de novos clientes enorme, bem como também, na parte de acumulação de pontos.

Acreditamos que a companhia apresenta um modelo de negócios rentável e flexível, que gera margens bastante elevadas, aliado a uma plataforma informática centralizada, o que contribui para que esse empreendimento seja bastante escalável, ou seja, precisa de baixa necessidade de investimento para aumentar sua capacidade de entregar resultados.

Há de se destacar, também, que neste último trimestre foi concluído a incorporação da Smiles pela Smiles Fidelidade e as ações desta passaram a ser negociadas na B3 sob o código SMLS3 em 23/10/2017. Vale salientar, neste sentido, que esta operação gerou expressivos ganhos que contribuíram para o atingimento da marca histórica de R$ 339,5 de lucro líquido no 3T17.

Além disso, outro destaque de inovação no terceiro quarto desse ano foi a criação de uma nova versão de sua e-commerce, que passou a oferecer um marketplace bastante diversificado e com muitas promoções de acumulação e resgates de pontos.

Ao que diz respeito ao seu relacionamento com a Gol, a Smiles tem exclusividade e independência na gestão do programa por ela operado, incluindo a política de resgate de milhas e a gestão dos prêmios dos participantes.

Vale lembrar que a Smiles é uma companhia listada no novo mercado da B3, e tem a Gol Linhas Aéreas Inteligentes como sua controladora, com 52,73% do capital social, e o restante (47,27%) como free float.

Entretanto, a gestão da Smiles é totalmente separada da administração da Gol, o que confere um excelente grau de governança corporativa à companhia, dando à mesma o poder de reagir livremente de acordo com a oferta e demanda, ou qualquer alteração que por ventura venham a acontecer no setor.

Em relação ao anúncio feita pela Smiles a respeito da redução no preço de passagens e milhas vendidas à Gol, é importante frisar que os contratos que regem a relação comercial entre as partes conferem à Smiles acesso irrestrito à capacidade de ocupação da companhia aérea a preços extremamente competitivos e, assim, garantem a companhia maior flexibilidade para reagir a alterações significativas que possam impactar o seu negócio, tais como demanda e oferta, alterações nas condições econômicas e de preços dos parceiros comerciais e concorrentes.

Ainda, os contratos conferem também uma garantia mínima de acesso a assentos precificados com base no custo econômico de transporte observado pela companhia aérea.

Além disso, tem a possibilidade, como pôde ser visto mediante ao referenciado anúncio, de em algumas ocasiões, negociar assentos promocionais a preços ainda mais descontados, ampliando o apelo do programa e estimulando a demanda recíproca das duas empresas.

Esses fatores reforçam nossa crença de que o negócio da companhia gera fluxos de caixa bastante estáveis, oriundos da venda de milhas aos parceiros comerciais e operadoras de cartão.

Esse modelo garante que a Smiles receba dos seus parceiros com bastante antecedência, até que essas milhas sejam finalmente resgatadas, e isso garante uma receita financeira à companhia.

Diante dessa conjuntura, entendemos que, alicerçada em uma gestão eficiente e inovadora e dentro de um mercado ainda bastante subpenetrado, a Smiles tem ótimas perspectivas futuras e deve entregar uma rentabilidade diferenciada no longo prazo.

Além disso, fatores como uma elevada rentabilidade, vantagens competitivas, histórico de forte crescimento mesmo pagando dividendos, além de uma forte geração de caixa reforçam nossa opinião de que a companhia demonstra ser uma boa opção de investimento para longo prazo, a depender, entretanto, do preço de cotação de seu papel SMLS3.

ACESSO RÁPIDO
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Tiago Reis
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