A SLC, uma das maiores produtoras mundiais de grãos e fibras, comunicou ontem (14) aos seus acionistas e ao mercado em geral que o Conselho de Administração da Companhia aprovou, em 13 de março de 2019, um novo plano de recompra de ações. Além disso, foram divulgados os resultados do 4T18 da companhia.
A SLC é uma empresa agrícola que comercializa algodão, soja e milho em diversos países. A companhia possui uma área cultivada de aproximadamente 457.453 hectares, sendo a maior parte voltada para o cultivo de soja (53.2%). Além disso, mais de 16.000 hectares aguardam o processo de licenciamento.
A empresa, sediada em Porto Alegre, possui boa parte da sua operação distribuída no centro oeste e no nordeste do país. Sua produção é basicamente voltada para a exportação e entre os países que mais consomem seus produtos está a China. Este fato é extremamente importante, pois permitiu que a empresa se beneficiasse da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China para ampliar as exportações de seus produtos.
A guerra comercial não foi o único fator que reduziu as exportações de algodão dos Estados Unidos. As condições climáticas extremas vividas em 2018, com dois furacões devastadores no segundo semestre – Florence em setembro e Michael em outubro – levaram a produção do país a uma perda de qualidade e queda de 11% em relação ao ciclo anterior.
O gráfico abaixo mostra as exportações de algodão do Brasil por país de destino. Em 2017, o Brasil exportou aproximadamente 83.000 toneladas de algodão para a China. O número cresceu rapidamente e, em 2018, atingiu a marca de 283.000 toneladas, aumento de 240% no período.
Em relação à soja, a China também lidera o consumo, o que a coloca na posição de principal país importador dos produtos da companhia. A exportação de soja do Brasil em 2018 superou os 83 milhões de toneladas, aumento de 23% em relação ao ano anterior. Tal crescimento deve-se quase que exclusivamente ao aumento da importação chinesa que em 2017 foi de de 53.8 milhões de toneladas e passou, em 2018 à marca de 69.1 milhões de toneladas.
Neste cenário de franca expansão das exportações, a gestão da companhia teve de tomar uma importante decisão relacionadas às finanças corporativas da empresa. Entre os reinvestimentos e a distribuição de dividendos, a administração julgou que a decisão que maximizaria o valor para o acionista seria um Plano de Recompra de Ações.
O Plano prevê a recompra de 1.000.000 das 43.535.355 ações em circulação da companhia. Segundo a administração, a realização do programa de recompra não acarretará alterações na composição do controle acionário ou na estrutura administrativa.
O prazo para liquidação do programa de Recompra de ações será de 18 meses e a operação será intermediada pela corretora ITAU CORRETORA DE VALORES S/A.
O conselho de Administração da Companhia acredita que o plano não acarretará em qualquer prejuízo aos fluxos de caixa da empresa e, portanto, não impactará o pagamento de dividendos e de compromissos onerosos.
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