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Radar do mercado: Ser Educação (SEER3) adquire UNINORTE

A Ser Educacional S.A. (SEER3) emitiu comunicado ontem (17) informando aos seus acionistas e ao mercado em geral que foi celebrado, na data anterior, Contrato de Cessão e Transferência de Quotas e Outras Avenças, por meio da qual sua subsidiária Centro Nacional de Ensino Superior Ltda. (CENESUP) acordou adquirir 100% do capital social da Sociedade de Desenvolvimento Cultural do Amazonas Ltda. (SODECAM), mantenedora do Centro Universitário do Norte (UNINORTE), com sede em Manaus – AM.

 

Ao final de 2018 a UNINORTE possuía um número total de 25.172 alunos com matrícula ativa, sendo 23.233 de graduação e 1.939 de pós-graduação. Seu EBITDA ajustado foi de R$ 18,7 milhões.

Através da CENESUP, a Ser Educacional pagará, na data de fechamento da transação, um preço de compra base (Enterprise Value) no valor aproximado de R$ 194,8 milhões. Deste valor, será deduzido o endividamento líquido, conforme aplicável, no montante de cerca de R$ 9,8 milhões.

Além disso, a companhia espera sinergias de ao menos R$ 70 milhões em 10 anos, provenientes, sobretudo, de três áreas: administrativa, já que a UNINORTE não operava de forma integrada com a Laureate, sua antiga dona; integração da matriz curricular e negociação com fornecedores.

Após a transação, a companhia informa que seu caixa líquido passará de R$ 497 milhões para R$ 302 milhões.

A aquisição foi estratégica para a empresa, pois o grupo enfrentava dificuldades para operar em Manaus, e agora conta com a liderança do mercado. O presidente informou que a concorrência local é muito forte, e disse que não pretende entrar em guerra de preço na região.

No mais, o grupo Ser Educacional foi fundado em 2003, com sede no Recife. É um dos maiores grupos privados de educação no Brasil e líder nas regiões Norte e Nordeste em quantidade de alunos matriculados, sendo este seu foco.

Além disso, busca marcar presença em outras regiões do país, para futuramente ser um player relevante. A companhia oferece cursos de graduação, pós-graduação, técnicos e ensino a distância, em uma base consolidada de mais de 150 mil alunos. No total, a empresa oferece mais de 1600 cursos por meio de suas marcas.

No que tange aos resultados da companhia, pode-se observar bons crescimentos oriundos de seus investimentos, além de um baixo endividamento e boa geração de caixa. No entanto, a empresa possui bastante dependência do programa de financiamento estatal, o FIES, representando 31,6% da base de estudantes de graduação presencial.

Acreditamos que essa dependência não configura um aspecto saudável, além de ser um fator muito difícil de se projetar. Portanto, preferimos ficar longe desse tipo de companhia, até que tenhamos seus preços em um patamar consideravelmente barato para realizarmos um investimento.

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