A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras divulgou ontem (25) que iniciou a fase não vinculante referente à venda da totalidade de suas participações em oito concessões de exploração e produção terrestres, localizadas no estado da Bahia, denominadas conjuntamente de Polo Rio Ventura.
A estatal havia divulgado o Teaser para a venda dos campos do Polo Rio Ventura juntamente com o Teaser para a venda do Polo Recôncavo no dia 03 de junho, conforme informamos aos nossos assinantes no radar de PETR4 do Suno Call #328.
Nessa etapa, os interessados classificados para tal fase receberão as instruções sobre o processo de desinvestimento, que incluem as orientações para elaboração e envio das propostas não vinculantes, além de acesso a um data room virtual contendo informações adicionais sobre o Polo.
Este polo contempla oito concessões: Água Grande, Bonsucesso, Fazenda Alto das Pedras, Pedrinhas, Pojuca, Rio Pojuca, Tapiranga e Tapiranga Norte. Além disso, sua produção total média, em 2018, foi de aproximadamente 1.500 barris por dia de óleo e 43 mil metros cúbicos por dia de gás.
Vale ressaltar que a transação também contempla a opção para que sejam celebrados contratos de compra e venda de óleo e gás com a Petrobras. Essa possibilidade permite ao comprador a venda de sua produção para a petroleira.
No mais, este desinvestimento é apenas um dentre os vários que a Petrobras vem fazendo ao longo dos últimos meses, como o Polo de Cricaré (Suno Call #323), a Breitener Energética, a Compañia MEGA, a Liquigás, dentre outros.
Segundo a Petrobras, estas operações se alinham à otimização do portfólio, melhorando a alocação de capital da companhia, visando gerar valor para seus acionistas. Além disso, representa uma busca da empresa em se livrar da crise pela qual vem passando há um bom tempo.
Nosso racional quanto à companhia se mantém diante desse tipo de notícia sobre desinvestimentos. Acreditamos que a Petrobras está no caminho certo, realizando estas operações de suma importância para sua recuperação.
No entanto, ainda entendemos que, numa estatal, os interesses do controlador, geralmente, não se alinham aos interesses dos investidores minoritários, de modo que estes últimos podem sair deveras prejudicados num investimento de longo prazo. Portanto, cabe ressaltar que um investimento neste tipo de papel seria considerado por nós apenas em caso de grande desconto com relação ao valor intrínseco.
Como informação adicional a respeito da Petrobras, vale ressaltar que, também na data de ontem (25), a oferta de ações ordinárias da Petrobras, detidas pela Caixa, foi precificada a R$ 30,25, segundo o Jornal Valor Econômico. Tal valor representa um desconto em relação à cotação de fechamento na data de ontem (R$ 30,70), configurando um patamar melhor do que quando o prospecto preliminar foi lançado, quando a cotação estava em R$ 29,85. Houve alta demanda de varejo e fundos de investimento. Com este valor, a Caixa irá captar R$ 7,3 bilhões.
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