Radar do Mercado: M. Dias Branco (MDIA3) – expansão por meio de aquisições segue firme
A M. Dias Branco comunicou ao mercado ontem (29) que sua gestão e os acionistas da Indústria de Produtos Alimentícios Piraquê celebraram um contrato através do qual foi objetivada a aquisição da totalidade das ações da Piraquê pela M. Dias Branco.
Segundo reportou a companhia em seu comunicado, a sociedade foi avaliada em R$ um bilhão, quinhentos e cinquenta milhões de reais.
“A operação reflete a estratégia comercial da M. Dias Branco de acelerar seu crescimento nas regiões sul e sudeste do Brasil, bem como de incluir no seu portfólio produtos de alto valor agregado”, ressaltou a compradora em seu informativo.
A companhia finalizou o informativo ressaltando que a conclusão da operação está sujeita à implementação de condições usuais para transações desta natureza, incluindo-se a aprovação do CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
“Durante o período de análise da transação, as companhias continuarão operando de forma independente”, ressaltou.
Com mais de 60 anos de história e presença em grande parte do país, a M. Dias Branco S.A. Indústria e Comércio de Alimentos, com sede na cidade de Eusébio, no Ceará, é uma das maiores empresas brasileiras do setor alimentício, sendo uma das líderes no mercado de massas e biscoitos do Brasil.
Em relação ao mercado mundial, a empresa é a sexta maior na categoria de massas e a sétima maior na categoria de biscoitos.
Um fato positivo que nos agrada em relação a esta companhia se faz no fato de que a M. Dias Branco produz a maior parte das suas matérias-primas utilizadas para a fabricação dos seus produtos.
Em geral, a companhia produz mais de 90% dos materiais básicos que ela mesma consome.
Na visão da empresa, não existe paralelo desse nível de verticalização em sua indústria.
Essa capacidade e maior controle da produção garante à M. Dias Branco um melhor acompanhamento da qualidade do seu produto, bem como a maximização das suas margens operacionais.
No que diz respeito aos seus resultados operacionais, no 3T17, todas as suas linhas de produtos apresentaram crescimento dos volumes na comparação com o mesmo período do ano anterior, e o ritmo de crescimento foi superior ao registrado no 2T17.
Com relação à lucratividade, a companhia encerrou o 3T17 com Ebitda de R$ 291,3 milhões (-7% vs. 3T16), R$ 772,1 milhões nos 9M17 (+13,8% vs. 9M16) e margem Ebitda de 19,8% (21,7% no 3T16) e 19,1% nos 9M17 (17,3% nos 9M16).
Cabe aqui destacar que a redução da margem Ebitda do 3T17 versus o 3T16 foi consequência primordialmente dos maiores investimentos em marketing pela companhia.
Em relação ao endividamento da companhia, pôde ser observado que a M. Dias Branco apresentou passivos indexados em moeda estrangeira no montante de R$ 33,2 milhões no 3T17 (R$ 281,6 milhões no 3T16), decorrentes da importação de insumos, os quais se encontram protegidos por operações de swap, que consiste na troca do risco cambial mais taxa prefixada por percentual do CDI (108,48% do CDI em 30/09/2017).
Cabe ressaltar que o endividamento total da companhia se encontrou, ao final do período, no patamar de R$ 396,1 milhões – uma redução de 42,9 % frente ao mesmo período do ano passado – e com a maior parte desse montante compromissado pela companhia no longo prazo.
É importante destacar, também, que a companhia encerrou o 3T17 com um “caixa e equivalentes de caixa” de R$ 1.049,2 milhões (R$ 816,9 milhões no 3T16 e R$ 905,5 milhões no 2T17).
As disponibilidades líquidas geradas pelas atividades operacionais no 3T17 foram de R$ 396,5 milhões contra R$ 213,0 milhões no 3T16.
Vale ressaltar, ainda, que a companhia tem um conjunto de marcas altamente conhecidas junto aos seus consumidores, dentre elas marcas nacionais (como a Adria) e as marcas de caráter mais regional (Vitarella, Fortaleza, Richester Pillar).
É importante destacar que todas são líderes em seus respectivos mercados de atuação.
Acreditamos que o reconhecimento de marca é de grande valor no setor alimentício, pois traz consigo a credibilidade e a tranquilidade que o consumidor necessita para poder comprar um produto de confiança para os membros da sua casa.
Não bastasse esse representativo portfólio de marcas sob sua gestão, o fato da companhia anunciar a aquisição da Piraquê reforça ainda mais o interesse da M. Dias Branco em continuar se expandindo, agregando ainda mais valor naquilo que se propõe a fazer de maneira magistral.
Neste sentido, é interessante mencionar que a Indústria de Produtos Alimentícios Piraquê, é sociedade brasileira que atua no ramo alimentício, através da fabricação e comercialização de massas, biscoitos, salgadinhos e refrescos e que, no período de outubro de 2016 a setembro de 2017, registrou receita líquida total de R$ 717,0 milhões.
Avaliamos como bastante positiva essa aquisição, de modo que entendemos que a mesma pode agregar bastante valor para os próximos resultados operacionais da companhia no médio prazo.
Esse fato evidencia, ainda, nossa opinião de que a M. Dias Branco é uma ótima empresa, que detém marcas de destaque, em termos de marketshare, apresenta métricas de rentabilidade elevada, com um ROE atrativo, um histórico de crescimento bastante expressivo e que entregou excelentes resultados aos seus acionistas.
Entretanto, avaliamos que hoje a M. Dias Branco ainda não se encontra em um patamar de preços que consideramos atrativo (MDIA3 cotada a R$ 55,10 no fechamento do pregão de ontem) e, dessa maneira, acreditamos que, caso a cotação da empresa venha a sofrer retrações significativas, muito provavelmente podemos vir a indicar a nossos assinantes a compra das ações da empresa.
Isto posto, seguimos na posição de espera de boas oportunidades para realizar a recomendação de MDIA3 a preços mais descontados.