A JBS divulgou ontem (13) seus resultados referentes ao terceiro trimestre do ano e, de acordo com a companhia, houve, no período, um Ebitda recorde de R$4,3 bilhões, o que representa um aumento de 37,4% frente ao mesmo período do ano passado, com margem Ebitda crescendo de 7,6% no 3T16 para 10,5% no 3T17.
Esse resultado foi consequência de uma receita líquida de R$41,1 bilhões no período, resultado que ficou praticamente estável quando comparado ao mesmo período do ano passado, o que demonstra, de certa forma, que houve uma melhora operacional considerável da JBS no período.
A companhia demonstrou, ainda, uma geração de caixa livre de R$3,2 bilhões, aumento de 312,1% comparado ao 3T16, ao passo que houve, também, uma diminuição de R$4,8 bilhões na dívida líquida e sua alavancagem também foi reduzida de 4,16x no 2T17 para 3,42x no 3T17.
Mesmo com a melhora da performance da companhia, há de se destacar de que um patamar de dívida líquida de R$ 45 bilhões representando uma alavancagem de 3,42x ainda se encontra em um alto nível para empresas de qualquer segmento de atuação.
É importante destacar, também, que grande parte dessa dívida é proveniente de empréstimos bastante “amigáveis” provenientes do BNDES em troca de favores e contribuições financeiras a políticos de Brasília e suas campanhas eleitorais, fato este recorrentemente noticiado pela mídia.
Cabe lembrar, também, que a JBS se desfez de muitos ativos após a fatídica delação, no dia 18 de maio deste ano, do seu então presidente Joesley Batista – a qual revelou escândalos que envolveram até o presidente Michel Temer e muitos de seus aliados – o que contribuiu, em grande parte, para a alta de performance do empreendimento no período.
Preferimos seguir as orientações de Decio Bazin, que sugerem que os investidores evitem empresas envolvidas em situações que podem levantar certa “suspeita” por parte de sua gestão e, por conta disso, seguimos de fora por tempo indeterminado da JBS.
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