O Itaú Unibanco Holding informou ao mercado que celebrou com a Fundação Antônio e Helena Zerrenner – Instituição Nacional de Beneficência – no último dia 13 (quarta-feira), instrumento de compromisso de participação em leilão para compra e venda de ações ordinárias de sua própria emissão.
De acordo com o informado, a Fundação deseja alienar, por meio do leilão, 31.793.134 ações ordinárias de emissão do Itaú negociadas na B3 – Brasil, Bolsa, Balcão – e a companhia tem interesse em participar do leilão para adquirir ações ordinárias de sua emissão no âmbito de seu programa de recompra de ações.
“A companhia compromete-se, assim, a participar do referido leilão para aquisição de ações próprias pelo preço máximo de R$ 37,00 por ação (…) totalizando o valor máximo de R$ 1.176.345.958,00, caso a totalidade das 31.793.134 ações ordinárias sejam por nós adquiridas”, salientou o banco em seu comunicado
Foi mencionado, ainda, que outros interessados poderão participar do referido leilão e que o processo de aquisição, caso venha a se concretizar, tem como objetivo a maximização da alocação de capital através da aplicação eficiente dos recursos disponíveis.
A companhia destacou, também, que imediatamente após a aquisição, ocorrerá o cancelamento das referidas ações.
Por fim, a companhia foi informada pelo Sr. Pedro Moreira Salles de que ele e outros integrantes da Família Moreira Salles que compõem o grupo de controle do Itaú também celebraram instrumento de compromisso de participação em outro possível leilão para a compra e venda de ações ordinárias também de emissão do banco, porém maiores informações acerca dessa transação não foram divulgadas.
O Itaú Unibanco carrega consigo o mérito de ser, agregadamente a outras empresas do mesmo setor no Brasil, um dos bancos mais rentáveis do planeta, muito por conta das altas taxas de juros tradicionalmente praticadas no Brasil.
Esta posição é uma consequência de seus números, que ano após ano, trimestre após trimestre, seguem liderando a lista da Bovespa dentre as empresas mais lucrativas de sua composição.
Prova disso se faz no último resultado trimestral, através do qual o Itaú apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 6,254 bilhões no terceiro trimestre de 2017 – um aumento de 11,8% frente ao mesmo período do ano passado – resultante da eliminação dos efeitos de eventos não recorrentes no resultado.
É importante destacar, nesse sentido, que foram desconsiderados no resultado apresentado acima a venda de ações do IRB, amortizações de ágio geradas por aquisições feitas e provisões fiscais e previdenciárias para perdas decorrentes de planos econômicos que vigoraram na década de 1980, além de um ajuste no valor de ativos para adequação ao provável valor de realização, principalmente relacionados à tecnologia, que foram considerados efeitos de eventos não recorrentes no resultado do Itaú.
Em relação ao retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) da companhia, este indicador se manteve praticamente inalterado no intervalo de um ano até o ultimo trimestre, isto por que a variação foi de apenas 0,1% no seu ROA recorrente anualizado médio trimestral, e 1,7% no ROE recorrente anualizado médio, também trimestral.
Pelos números e informações disponibilizadas pelo Itaú em seu resultado, confirmamos nosso posicionamento de avaliarmos essa companhia como uma das mais rentáveis do planeta no seu segmento e, por conta disso, gostamos muito do seu modelo de gestão e de criação de valor para o acionista no longo prazo.
No que diz respeito ao anúncio da possível recompra de ações ordinárias no referenciado leilão, entendemos ser esta uma transação que agrega valor aos minoritários, isto por que, conforme destacou a companhia, o seu interesse é, posteriormente, vir a cancelar as referidas ações, imediatamente após a aquisição.
Movimentações desse tipo, inevitavelmente, aumentam a proporção da participação dos acionistas minoritários no negócio, o que, em nossa visão, agrega muito valor aos sócios do negócio e, em se tratando de Itaú, quando mais relevante a proporção dos minoritários, maior o valor agregado para os mesmos.
Ainda, um processo de recompra de ações por parte de uma empresa, qualquer que seja o seu ramo de atuação, transparece a ideia de que a própria gestão do negócio entende que o preço proposto na transação se encontra abaixo do valor intrínseco da companhia, o que reforça ainda mais o pensamento de que a companhia se encontra bastante saudável e com boas perspectivas para o longo prazo.
Vale mencionar que o processo de recompra anunciado pelo Itaú refere-se às suas ações ordinárias ITUB3, que fecharam o pregão de ontem sendo negociadas a R$ 36,95, preço esse R$ 0,05 abaixo do preço máximo proposto no referenciado leilão.
Contudo, sabemos que o mercado brasileiro é de extrema volatilidade, o que nos remete a acreditar que esse preço atuação de cotação desses papéis tem tudo para voltar a subir no decorrer do tempo.
Ademais, acreditamos que o Itaú Unibanco, por atuar num setor que consideramos ser perene e bastante lucrativo no Brasil, aliado a uma gestão altamente eficiente, resultam numa combinação bastante favorável para o investidor valor focado no longo prazo.
O que não gostamos no momento, entretanto, é do preço de suas ações preferenciais – que apresentam maior liquidez – que estavam sendo cotadas, no fechamento do último pregão, a R$ 41,09 (ITUB4).
Em casos como esses, o que fazemos é esperar por uma turbulência no mercado, que faça suas ações caírem e possibilitem nossa entrada no negócio.
Vale reforçar, nesse sentido, que é interessante para o investidor de valor que se avalie nossa indicação de participação na companhia através de Itaúsa, empresa que faz parte de nossas carteiras Suno Dividendos e Suno Valor e tem possui participação relevante no Itaú.
Sugerimos, entretanto, o respeito ao preço teto de entrada para que, assim, margens de seguranças satisfatórias possam ser estabelecidas na aplicação.
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