O Itaú Unibanco divulgou ao mercado ontem (01) os seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2018, os quais revelaram, mais uma vez, fatos surpreendentes em relação à capacidade do banco em gerar valor a seus acionistas.
Segundo reportou a companhia, foi registrado um lucro líquido recorrente de R$ 6.419 milhões no primeiro trimestre de 2018, resultante da eliminação dos efeitos de eventos não recorrentes no resultado, apresentados na tabela abaixo, em comparação ao lucro líquido de R$ 6.280 milhões no período.
Os principais efeitos desse resultado no trimestre se fizeram através dos seguintes fatores:
– Redução de 1,6% na margem Financeira com Clientes, principalmente devido ao efeito negativo da menor quantidade de dias corridos nesse trimestre;
– Redução de 11% no custo do crédito, principalmente devido à redução de R$ 372 milhões das despesas de provisão para crédito de liquidação duvidosa no trimestre no Banco de Varejo no Brasil. Adicionalmente, na América Latina houve redução devido à maior constituição de provisão pela exposição a Grandes Empresas no Chile, ocorrida no trimestre anterior.
– Redução de 7,9% nas Despesas não Decorrentes de Juros por menores (i) despesas de pessoal, devido ao menor nível de desligamentos e processos trabalhistas e (ii) despesas administrativas, com reduções em serviços de terceiros, processamento de dados e telecomunicação e propaganda, promoções e publicações, que são sazonalmente menores no primeiro trimestre; e
– Aumento de 12,7% no Resultado antes da Tributação e de Participações Minoritárias enquanto o lucro líquido cresceu 2,2% no trimestre. Isso ocorreu em função do recolhimento de impostos à uma taxa de 45% enquanto a constituição dos créditos tributários ocorre a uma taxa de 40% tendo em vista a legislação atualmente em vigor.
No que diz respeito as despesas não decorrentes de juros, o Itaú informou que, no trimestre, houve redução de 7,9%, causada, em parte, pela redução em despesas de pessoal, principalmente em desligamentos e processos trabalhistas e em participação nos resultados, além de menores despesas administrativas, principalmente pelas reduções de despesas com serviços de terceiros, processamento de dados e publicidade – conforme mencionado anteriormente.
Em relação ao primeiro trimestre de 2017, houve aumento de 6,1% nas despesas não decorrentes de juros, principalmente em decorrência das operações de varejo adquiridas do Citibank no Brasil.
A companhia informou, também, que obteve aumento com despesas de pessoal, impactadas pela negociação do acordo coletivo de trabalho, além do aumento do número de colaboradores, e em despesas de comercialização de cartão de crédito.
Paralelamente, a sua carteira de crédito atingiu R$ 601,1 bilhões ao final de março de 2018, representando aumento de 2,4% em relação ao mesmo período de 2017.
Vale destacar que, no trimestre, houve crescimento em todas as carteiras para pessoas físicas, exceto cartões de crédito, que é sazonalmente menor no primeiro trimestre do ano, além da carteira de micro, pequenas e médias empresas que cresceu 2,1%, ambas as evoluções pelo aumento da demanda.
Ainda, a redução da carteira de grandes empresas está relacionada com a desalavancagem do segmento, entretanto vale destacar que parte desses créditos tem migrado para o mercado de capitais.
Foi destacado também uma redução de R$ 372 milhões das despesas de provisão para crédito de liquidação duvidosa no trimestre, concentrada no Banco de Varejo no Brasil. Adicionalmente, na América Latina houve redução devido à maior constituição de provisão pela exposição a Grandes Empresas no Chile ocorrida no trimestre anterior.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve redução de R$ 1.281 milhões das despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa, em linha com a melhora da qualidade de crédito da carteira do Itaú.
Em relação ao retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) da companhia, este indicador se manteve praticamente inalterado no intervalo de um ano até o ultimo trimestre, isto por que a variação foi de apenas 0,2% no seu ROE recorrente anualizado médio trimestral, ao passo que o ROA recorrente anualizado médio, também trimestral permaneceu no patamar de 1,7%.
É importante mencionar, também, que na última sexta-feira (27), o Itaú divulgou ao mercado o seu Relatório Anual Consolidado e seu Relato Integrado de 2017, através do qual trouxe informações sobre seu desempenho financeiro e não financeiro, estrutura, atividades, operações e estratégia de geração de valor aos diversos stakeholders da instituição.
Tais relatórios conectam seus principais temas com a agenda global dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Cada vez mais o desafio das empresas é desenvolver negócios que gerem impacto positivo para a sociedade. Com essa mentalidade, avaliamos produtos, processos e serviços e seu respectivo potencial de impulsionar o desenvolvimento, criar oportunidades, e ser relevante na economia e na sociedade. Este é o nosso propósito: estimular o poder de transformação das pessoas. Queremos, por meio dele e dessas iniciativas, conectar nossas ações, avaliar impactos e contribuir cada vez mais para a agenda Global dos ODS”, afirma Denise Hills, superintendente de Sustentabilidade e Negócios Inclusivos do Itaú Unibanco.
Um dos destaques de tal documento se fez para o capítulo referente à Responsabilidade Bancária, no qual o banco mencionou que amplia a ótica de mensuração de impactos socioambientais, por meio de estudos que mensurem as principais consequências da sua atuação. “Com isso, o Itaú volta as atenções para os impactos que suas atividades causam para a sociedade”, ressaltou.
O Itaú Unibanco destacou, também, que foi pioneiro entre as instituições financeiras brasileiras e um dos primeiros bancos do mundo a aderir, em 2013, ao programa piloto para relatos integrados do International Integrated Reporting Council (IIRC).
Em 2014, o banco publicou a primeira versão de seu Relato, segundo as diretrizes do framework do IIRC. No mesmo ano, divulgou também seu primeiro Relatório Anual Consolidado, fruto da unificação do Relatório Anual de Sustentabilidade, do Formulário 20F e do Prospecto de Dívida (Medium Term Notes).
Ressaltamos aqui que os dois documentos, Relato Integrado e Relatório Anual Consolidado, são importantes fontes de informações sobre a companhia, e descrevem as suas estratégias, desempenho, principais negócios, governança corporativa, gestão de riscos e práticas de sustentabilidade.
Neste sentido, cabe aqui ressaltar que o Relato Integrado promove uma abordagem mais coesa e eficiente ao processo de elaboração de relatos corporativos, visando melhorar a qualidade da informação disponível a todos os stakeholders, ao passo que o conteúdo do Relatório Anual Consolidado foi reformulado e ampliado, principalmente sobre os temas: (i) Remuneração dos Administradores; (ii) Estratégia; (iii) Fatores de Risco; (iv) Gestão de Risco; (v) Governança Corporativa; (vi) Pontos Fortes Competitivos; (vii) Negócios; e (viii) Análise Financeira da Operação.
No mais, pelos números e informações disponibilizadas pelo Itaú em seu resultado, confirmamos nosso posicionamento de avaliarmos essa companhia como uma das mais rentáveis do planeta no seu segmento e, por conta disso, gostamos muito do seu modelo de gestão e de criação de valor para o acionista no longo prazo.
O que não gostamos, contudo, é do seu preço de cotação, o que nos coloca numa posição de espera até que boas oportunidades de entrada no ativo possam ser observadas.
O Brasil é um país de oportunidades, e acreditamos que a qualquer momento possa surgir uma janela interessante para indicação neste valioso banco.
Para que se compreenda melhor como chegamos a tal conclusão a respeito do preço do ativo, recomendamos a visualização do Suno Responde do dia 24/04, quando nosso sócio fundador, Tiago Reis, demonstrou o seu Valuation do Itaú e informou qual seria o seu preço de entrada ideal no papel.
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