Radar do mercado: Hapvida (HAPV3) compra Grupo América
A Hapvida Participações e Investimentos S.A. comunicou ontem (09) aos seus acionistas e ao mercado em geral que, na mesma data, celebrou acordos para aquisição de empresas que compõem o Grupo América. A Operação será concretizada por meio da Ultra Som Serviços Médicos S.A. e da Hapvida Assistência Médica Ltda., sociedades de capital fechado controladas pela companhia.
Com a aquisição, a Hapvida passará a deter, indiretamente, 100% do capital votante das empresas que compõem o Grupo América:
- Hospital Jardim América Ltda.;
- Hospital Multi Especialidades Ltda.;
- Jardim América Saúde Ltda. e América Clínicas Ltda.;
- AME Planos de Saúde Ltda.;
- PROMED Assistência Médica Ltda.;
- Hospital PROMED Ltda.;
- Clínica de Oftalmologia Jardim América Ltda.;
- Centro de Diagnóstico e Laboratório Santa Cecília Ltda.; e
- 47% do capital votante da empresa Saúde – Instituto de Análises Clínicas Ltda.
Assim, o grupo é constituído por três operadoras de saúde, três hospitais com um total de 140 leitos, além de clínicas e laboratórios.
O Grupo América foi fundado em 1982, na cidade de Goiânia. Sua atuação se dá, majoritariamente, no setor de saúde suplementar, mas também é complementada pela prestação de serviços hospitalares, análises clínicas e diagnóstico por imagem.
Com carteiras de planos de saúde de cerca de 190 mil vidas, é a operadora mais verticalizada do Centro-Oeste brasileiro. Sua receita líquida em 2018 foi de aproximadamente R$ 320 milhões.
A Hapvida pagou um múltiplo implícito de 5,3x EBITDA esperado para o Grupo em 2020, já incluindo as sinergias entre as empresas. Isso representa um enterprise value de R$ 426 milhões. A título de comparação, a Hapvida negocia a 15,3 vezes a sua geração de caixa de 2019 (número pro-forma, já incluindo a São Francisco).
Vale lembrar que esta é a segunda incursão da companhia fora do Nordeste, em menos de um mês. A última, havia sido a aquisição do Grupo São Francisco, por R$ 5 bilhões, no começo de maio.
É importante dizer que a área de atuação do Grupo América – Goiânia e Anápolis – é complementar ao portfólio do Grupo São Francisco. A carteira deste é de cerca de 800 mil vidas, das quais 600 mil estão no interior de São Paulo e 200 mil em outros estados.
Trata-se de uma aquisição que faz parte da estratégia da companhia de se tornar uma companhia com abrangência nacional.
O CFO da Hapvida, Bruno Cals, disse ao Brazil Journal, nesta matéria, que a Hapvida tem “operações em diferentes estágios”, e que o São Francisco e o Grupo América estavam no topo da lista.
O Grupo América tem uma sinistralidade consolidada de 72%, comparada aos cerca de 60% da Hapvida e aos 69% do Grupo São Francisco.
A transação foi estruturada pela equipe de M&A (Fusões & Aquisições) da própria Hapvida, sem concorrência. O fechamento da operação ainda está sujeito à aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), além da aprovação dos acionistas.
No mais, acreditamos que a Hapvida está no caminho certo, alinhado com sua estratégia, mostrando um potencial muito grande de geração de valor. Deste modo, mantemos o nosso racional acerca da companhia, mantendo nossa confiança com relação ao case.