A Via Varejo S.A. comunicou ontem (12) que recebeu uma correspondência de seu acionista controlador, Companhia Brasileira de Distribuição (Grupo Pão de Açúcar).
A correspondência, por si, já esclarece o que havia sido solicitado pela B3 ontem, conforme trouxemos no radar de VVAR3, no Suno Call #334.
Nela, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), acionista controlador da Via Varejo S.A. informa que recebeu carta de Michael Klein, comunicando que, caso o GPA realize a venda de todas as ações que detém no capital social da Via Varejo S.A. em leilão de venda de ações em pregão da B3, apresentará individualmente (direta ou indiretamente) e em conjunto com outros investidores, uma ou mais ordens de compra para aquisição de tais ações pelo preço máximo de R$ 4,75 por ação.
Diante da correspondência de Michael Klein, o conselho de administração da GPA, em reunião realizada na mesma data, aprovou a venda de todas as ações da Via Varejo detidas pela companhia, nos termos solicitados.
Atualmente, a fatia do GPA na Via Varejo é de 36,27%, o que é capaz de configurar um montante mínimo de R$ 2,23 bilhões.
As ações ordinárias da Via Varejo fecharam o dia em queda de 3,2%, cotadas a R$ 4,84.
A aquisição representa a volta do empresário Michael Klein à linha de frente do varejo, dez anos após a fusão de Casas Bahia e Ponto Frio, em 2009.
Fundada em 1957 pelo pai de Michael Klein, Samuel, a Casas Bahia teve seu controle vendido ao GPA em 2009, que já operava a rede de lojas Ponto Frio. A união de ambas resultou na criação da Via Varejo. Por meio de três fundos de investimentos, a família Klein já detém 25,43% do capital da Via Varejo.
Além disso, segundo o Jornal Valor Econômico, na investida, Klein se uniu a um grupo de investidores, contando com a assessoria da XP Investimentos. Juntos, eles têm R$ 2 bilhões para o investimento, dos quais R$ 500 milhões seriam de Klein e o restante seria aportado por dez fundos de mercado.
Segundo fontes, Starboard e Apollo não fazem parte desse grupo de dez fundos e, portanto, se quiserem disputar o ativo, devem entrar sozinhos no leilão.
O GPA buscava um comprador para a fatia desde 2016, no entanto, apenas na semana passada, com a retirada da “poison pill” do estatuto da companhia, a venda foi facilitada. Isso porque a cláusula previa a obrigatoriedade de uma oferta pública de ações (OPA) a todos os acionistas da companhia no caso de um acionista passar a deter mais de 20% do capital da Via Varejo.
Atualmente, a estrutura societária da Via Varejo é dada pela composição a seguir, na qual as três menores participações configuram os três fundos pelos quais a família Klein detém participação na companhia.
Leia mais sobre Radar do Mercado