Radar do Mercado: Gerdau (GGBR4) – Visando o foco nas operações no continente americano, companhia anuncia venda de ativos na Índia

A Gerdau comunicou ontem (27) aos seus acionistas e ao mercado em geral que na última sexta-feira (24) assinou contrato para venda de sua participação societária na Gerdau Hungria KFT Y CIA Sociedad Regular Colectiva, uma subsidiária localizada na Espanha e detentora de 98,89% das ações da Gerdau Steel India Ltd. para Blue Coral Investment Holdings Pte. Ltd e Mountainpeak Investment Holdings Ltd.

“A transação permitirá que a Gerdau se concentre mais no gerenciamento de seus ativos estratégicos nas Américas, onde seus principais mercados, o Brasil e os Estados Unidos, estão localizados”, ressaltou a companhia em seu comunicado.

 

Em relação ao informativo feito pela Gerdau, vale destacar que tal transação compreende 100% das suas operações e ativos na Índia, incluindo a unidade industrial de aços especiais localizada em Tadipatri, com capacidade anual instalada de 250 mil toneladas de aço bruto e 300 mil toneladas de aço laminado.

Adicionalmente, o valor econômico da transação corresponde a US$ 120 milhões, sujeitos a ajustes habituais no valor de aquisição, sendo que a conclusão da transação está ainda sujeita às condições normais de fechamento, com previsão de ocorrer até o final do ano de 2018.

O Citigroup Global Markets Inc está atuando como consultor financeiro exclusivo da Gerdau.

10 PERSONALIDADES

No mais, A Gerdau é uma companhia que segue apresentando uma variação na sua geração de caixa bastante inconsistente nos últimos trimestres, o que transmite certa sensação de incerteza frente ao seu desempenho no curto/médio prazo, e também pode justificar o interesse da companhia o recorrente processo de alienação de ativos observado nos últimos meses a fim de levantar capital no intuito de se reestruturar financeiramente.

Não bastasse, a sua dívida bruta de pouco mais de R$ 18 bilhões também preocupa, isto por que representa, de acordo com seus resultados do segundo trimestre do ano, 2,9x o Ebitda dos últimos 12 meses da companhia, além de representar também pouco mais de 6 vezes a sua posição de caixa.

Ainda, em 30 de junho 12,8% da dívida bruta eram de curto prazo e 87,2% de longo prazo e eram compostas por 14,2% em reais, 83,7% em dólar norte-americano e 2,1% em outras moedas.

Obviamente que, no âmbito do processo de venda de suas operações e ativos na Índia por nada menos que US$ 120 milhões, a tendência é que a companhia consiga amortizar e reestruturar, pelo menos parcialmente, esse representativo patamar de alavancagem financeira.

Vale lembrar que a siderúrgica atinge desinvestimentos da ordem de R$ 6,3 bilhões desde que iniciou uma reestruturação financeira em 2014, o que deixou a empresa mais focada em suas operações no Brasil e nos Estados Unidos.

Por fim, por conta da atual situação desafiadora que se encontra a empresa neste momento, bastante alavancada e se desfazendo de ativos para tentar melhorar performance operacional e aliviar a sua situação de dívida, achamos mais prudente e racional seguir de fora da Gerdau.

ACESSO RÁPIDO
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Tiago Reis
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