A Engie Brasil Energia anunciou na última sexta-feira (23) os resultados financeiros relativos ao quarto trimestre de 2017 (4T17) e, de acordo com a companhia, a sua receita operacional líquida apresentou aumento de 24,1%, (R$ 401,2 milhões), quando comparada à receita líquida do 4T16, passando de R$ 1.666,2 milhões para R$ 2.067,4 milhões.
Na comparação entre os anos, a receita operacional líquida passou de R$ 6.442,4 milhões em 2016 para R$ 7.010,0 milhões em 2017, ou seja, elevação de R$ 567,6 milhões (8,8%).
Segundo a companhia, esse aumento decorreu, essencialmente, das seguintes combinações: R$ 350,4 milhões, pelo aumento da receita nas operações realizadas no mercado de curto prazo, em especial as na CCEE; R$ 165,1 milhões, devido ao maior volume de venda de energia, parcialmente atenuada por ligeira queda do preço médio de venda para comercializadoras e consumidores livres; e R$ 47,9 milhões, por registro de receita resultante da operação das Usinas Hidrelétricas Jaguara e Miranda.
A Engie destacou, também, que as suas despesas com vendas, gerais e administrativas, aumentaram em R$ 6,6 milhões nos trimestres em análise, em razão, substancialmente, de reconhecimento de provisão com desligamento voluntário e remuneração variável, bem como acréscimo de gastos com serviços de terceiros.
Entre os anos em análise, essas despesas reduziram em R$ 6,5 milhões, em função, principalmente, da reversão de provisão relacionada à discussão judicial sobre benefícios de aposentadoria, em virtude de acordo firmado com participantes de um dos fundos de pensão patrocinados pela Companhia, parcialmente atenuada pelos mesmos motivos supramencionados.
Com isso, refletindo os efeitos mencionados anteriormente, o Ebitda do 4T17 foi de R$ 1.067,6 milhões, isto é, 29,6% ou R$ 243,6 milhões acima do apurado no 4T16, que foi de R$ 824,0 milhões. A margem Ebitda foi de 51,6% no 4T17, acréscimo de 2,1 p.p. em relação ao mesmo período de 2016.
Já no ano de 2017, o Ebitda aumentou R$ 343,9 milhões (10,8%), passando de R$ 3.175,6 milhões em 2016 para R$ 3.519,5 milhões em 2017. A margem Ebitda em 2017 atingiu 50,2%, representando aumento de 0,9 p.p. em comparação com 2016.
Assim, o lucro líquido do 4T17 foi de R$ 704,7 milhões, R$ 229,2 milhões ou 48,2% superior aos R$ 475,5 milhões apresentados no mesmo trimestre do ano anterior.
Já no exercício de 2017, o lucro líquido passou de R$ 1.548,3 milhões em 2016 para R$ 2.004,6 milhões, ou seja, elevação de R$ 456,3 milhões ou 29,5%.
De acordo com a companhia, tal variação decorreu, principalmente, por conta do aumento de R$ 343,9 milhões no Ebitda; da elevação de R$ 128,1 milhões das receitas financeiras líquidas; da redução do impairment de ativos de R$ 102,5 milhões; do crescimento de R$ 18,7 milhões da depreciação e amortização; do aumento de R$ 100,4 milhões do imposto de renda e da contribuição social; e da diminuição do resultado negativo de equivalência patrimonial de R$ 0,9 milhão.
Em relação ao endividamento da companhia, em 31 de dezembro de 2017, a sua dívida bruta total consolidada, representada principalmente por empréstimos, financiamentos, debêntures e notas promissórias, líquida dos efeitos de operações de hedge, totalizava R$ 6.756,4 milhões – aumento de 118,7% (R$ 3.649,5 milhões) comparativamente à posição de 31 de dezembro de 2016.
Contudo, a sua dívida líquida (dívida total menos resultado de operações com derivativos, depósitos vinculados à garantia do pagamento dos serviços da dívida e caixa e equivalentes de caixa) ao término de 2017 foi de R$ 4.582,6 milhões, aumento de 319,2% em relação ao registrado ao fim do ano de 2016.
Vale mencionar, ainda, que grande parte desses compromissos financeiros apresentam vencimento no curto prazo, o que pode representar, de maneira direta, um desafio a ser superado pela Engie no ano de 2018.
Gostamos da companhia e entendemos que a mesma possui um horizonte vitorioso pela frente, muito por conta das recentes aquisições e investimentos anunciados pela sua gestão no que diz respeito à expansão e ampliação de sua produção e distribuição de energia elétrica.
Cabe destacar, aqui, que a Engie é uma das maiores geradoras privada de energia elétrica do país, operando uma capacidade instalada de 10.290 MW em 32 usinas em todo o Brasil, o que representa cerca de 6% da capacidade do país.
A companhia se destaca também por investir em processos de energias alternativas, isto por que o grupo possui 90% de sua capacidade instalada no país proveniente de fontes limpas, renováveis e com baixas emissões de gases de efeito estufa, posição que tem sido reforçada pela construção de novas eólicas no nordeste do país.
Além disso, o grupo também oferece serviços relacionados à energia, engenharia e integração de sistemas, atuando no desenvolvimento de soluções de telecomunicações segurança e sistemas de gerenciamento de risco, mobilidade urbana, iluminação pública, aeroportos, soluções digitais (plataforma customizada de software), segurança pública e infraestruturas críticas.
Contando atualmente com 3.000 colaboradores, empresa apresenta um histórico interessante em distribuição de dividendos, apresentando com frequência, inclusive, o pagamento da totalidade de seus resultados para os acionistas.
Gostamos muito da empresa e também do setor, entretanto, lembramos que já apresentamos em nossas carteiras, tanto na Suno Dividendos e na Suno Valor, empresas atuantes do mesmo segmento da Engie.
Por conta disso, e também por preferirmos, nesse momento, procurar entender melhor como serão os próximos passos da empresa na aquisição dos ativos feitos recentemente pela companhia, achamos melhor seguirmos de fora e reforçar nossas recomendações nas ações indicadas nas carteiras, lembrando sempre aos investidores que procurem respeitar seus respectivos preços tetos de entrada.
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