Radar do Mercado: Engie (EGIE3) – Resultado positivo no primeiro quarto do ano

A Engie Brasil Energia anunciou ontem (19) os seus resultados financeiros relativos ao primeiro trimestre de 2018 (1T18) e, de acordo com a companhia, a sua receita operacional líquida (ROL) apresentou aumento de 16,4%, (R$ 263,0 milhões), quando comparada à auferida no 1T17, passando de R$ 1.605,9 milhões para R$ 1.868,9 milhões.

Os principais fatores que provocaram essa variação foram: R$ 112,6 milhões, devido ao reconhecimento de receita decorrente da operação das Usinas Hidrelétricas Jaguara e Miranda no Ambiente de Contratação Regulado (ACR), adquiridas por meio de Leilão de Concessões Não Renovadas, promovido pela Aneel, dos quais R$ 84,8 milhões correspondem à remuneração do ativo financeiro e R$ 27,8 milhões à receita de Gestão dos Ativos de Geração (GAG) para cobrir os custos de operação, manutenção e melhorias; R$ 110,4 milhões, de acréscimo na receita decorrente das transações realizadas no mercado de curto prazo, em especial as realizadas no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE); e R$ 40,0 milhões, decorrentes do maior volume de energia vendida, parcialmente atenuada por ligeira redução do preço médio de venda para consumidores livres.

Por consequência, o seu Ebitda do 1T18 atingiu R$ 1.046,6 milhões, isto é, R$ 161,1 milhões ou 18,2% acima dos R$ 885,5 milhões apurados no 1T17. A margem Ebitda foi de 56,0% no 1T18, acréscimo de 0,9 p.p. em relação ao mesmo período de 2017.

Segundo o informado pela companhia, as elevações supracitadas são consequência da combinação dos seguintes fatores:

– Reconhecimento de R$ 84,8 milhões da receita financeira operacional das Usinas Hidrelétricas Jaguara e Miranda no 1T18;

– Efeito positivo de R$ 78,3 milhões nas transações realizadas no mercado de curto prazo – em especial as realizadas no âmbito da CCEE;

– Elevação de R$ 40,0 milhões na combinação de preço e volume de energia vendida através de contratos;

– Reconhecimento de R$ 27,9 milhões de Custo de Gestão dos Ativos de Geração (GAG) de operação, manutenção e melhorias das Usinas Hidrelétricas Jaguara e Miranda no 1T18;

– Queda de R$ 6,3 milhões no consumo de combustível;

– Aumento de R$ 51,0 milhões nas compras de energia para trading e composição de portfólio;

– Acréscimo de R$ 8,8 milhões nos custos com materiais e serviços de terceiros;

– Elevação de R$ 8,4 milhões nos encargos de uso de rede;

– Crescimento de R$ 3,2 milhões nas despesas com vendas, gerais e administrativas; e

– Aumento de R$ 4,8 milhões dos demais custos e despesas operacionais;

 

Ainda em relação ao 1T18, as receitas financeiras da Engie atingiram R$ 24,8 milhões, isto é, R$ 38,1 milhões ou 60,6% abaixo dos R$ 62,9 milhões auferidos no 1T17, em razão, substancialmente: da redução de R$ 35,6 milhões na receita com aplicações financeiras, em virtude do menor volume de recursos investidos e da queda na taxa de juros; e da diminuição de R$ 1,5 milhão na variação monetária de depósitos judiciais.

SERVICO ESPECIALIZADO SUNO B

Já as suas despesas financeiras no 1T18 foram de R$ 181,7 milhões, ou seja, R$ 47,1 milhões ou 35,0% além das registradas no 1T17, que foram de R$ 134,6 milhões. As principais variações observadas foram: reconhecimento de R$ 36,0 milhões de juros sobre notas promissórias, emitidas em novembro de 2017, para pagamento de parte do bônus de outorga na aquisição das Usinas Hidrelétricas Jaguara e Miranda; aumento de R$ 12,0 milhões na variação monetária e de R$ 3,5 nos juros sobre as concessões a pagar; e decréscimo de R$ 5,8 milhões nos juros e na variação monetária sobre provisões e passivo atuarial.

Ainda, as despesas com Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social (CSLL), no 1T18, foram de R$ 229,4 milhões, valor superior em R$ 17,1 milhões ou 8,1% ao valor do mesmo trimestre de 2017, que foi de R$ 212,3 milhões, consequência, sobretudo, do aumento do lucro antes dos tributos. A taxa efetiva de IR e CSLL no 1T18 foi de 31,9% ante 32,0% no 1T17.

Com isso, o lucro líquido do 1T18 foi de R$ 489,3 milhões, R$ 38,6 milhões ou 8,6% superior aos R$ 450,7 milhões apresentados no 1T17, resultado esse que se tornou realidade muito por conta do crescimento de R$ 161,1 milhões no Ebitda; da elevação de R$ 85,2 milhões das despesas financeiras líquidas; do aumento de R$ 17,1 milhões do imposto de renda e da contribuição social; do crescimento de R$ 19,4 milhões da depreciação e amortização; e da elevação do resultado negativo de equivalência patrimonial de R$ 0,8 milhão.

No que diz respeito aos compromissos financeiros da companhia, a mesma relatou que, em 31 de março de 2018, a sua dívida bruta total consolidada, representada principalmente por empréstimos, financiamentos, debêntures e notas promissórias, líquida dos efeitos de operações de hedge, totalizava R$ 6.751,4 milhões – aumento de 106,8% (R$ 3.487 milhões) comparativamente à posição de 31 de março de 2017.

Contudo, a sua dívida líquida (dívida total menos resultado de operações com derivativos, depósitos vinculados à garantia do pagamento dos serviços da dívida e caixa e equivalentes de caixa) ao término do mesmo período era de R$ 5.800,3 milhões, aumento de 375,4% em relação ao registrado ao fim do 1T17.

Vale mencionar, ainda, que grande parte desses compromissos financeiros apresentam vencimento no curto prazo, o que pode representar, de maneira direta, um desafio a ser superado pela Engie no ano de 2018.

No mais, apesar do atual alto patamar de endividamento, gostamos da companhia e entendemos que a mesma possui um horizonte vitorioso pela frente, muito por conta das recentes aquisições e investimentos anunciados pela sua gestão no que diz respeito à expansão e ampliação de sua produção e distribuição de energia elétrica.

Cabe destacar, aqui, que a Engie é uma das maiores geradoras privada de energia elétrica do país, operando uma capacidade instalada de 10.290 MW em 32 usinas em todo o Brasil, o que representa cerca de 6% da capacidade do país.

A companhia se destaca também por investir em processos de energias alternativas, isto por que o grupo possui 90% de sua capacidade instalada no país proveniente de fontes limpas, renováveis e com baixas emissões de gases de efeito estufa, posição que tem sido reforçada pela construção de novas eólicas no nordeste do país.

Além disso, o grupo também oferece serviços relacionados à energia, engenharia e integração de sistemas, atuando no desenvolvimento de soluções de telecomunicações segurança e sistemas de gerenciamento de risco, mobilidade urbana, iluminação pública, aeroportos, soluções digitais (plataforma customizada de software), segurança pública e infraestruturas críticas.

Ainda, contando atualmente com 3.000 colaboradores, empresa apresenta um histórico interessante em distribuição de dividendos, apresentando com frequência, inclusive, o pagamento da totalidade de seus resultados para os acionistas.

Gostamos muito da empresa e também do setor, entretanto, lembramos que já apresentamos em nossas carteiras, tanto na Suno Dividendos e na Suno Valor, empresas atuantes do mesmo segmento da Engie.

Por conta disso, e também por preferirmos, nesse momento, procurar entender melhor como serão os próximos passos da empresa na aquisição dos ativos feitos recentemente e também no manuseio de seus atuais compromissos financeiros, achamos melhor seguirmos de fora e reforçar nossas recomendações nas ações indicadas nas carteiras, lembrando sempre aos investidores que procurem respeitar seus respectivos preços tetos de entrada sugeridos.

ACESSO RÁPIDO
Tags
Tiago Reis
Compartilhe sua opinião
Nenhum comentário

O seu email não será publicado. Nome e email são obrigatórios *