A Ecorodovias Infraestrutura e Logística divulgou ontem (25) os seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2018 e, como destaques, a companhia apresentou uma receita líquida pró-forma que atingiu R$661,6 milhões no 1T18 (+5,7%), ao passo que a receita líquida pró-forma das concessões rodoviárias atingiu R$635,1 milhões (+5,7%).
Além disso, os custos operacionais e despesas administrativas totalizaram R$447,7 milhões no 1T18 (+13,9%), devido principalmente aos incrementos de depreciação e amortização em função da maior base de ativos e de custos de construção em função de obras na ECO101 e Ecovias dos Imigrantes.
A companhia ressaltou, entretanto, que ao se desconsiderar a depreciação e amortização, provisão para manutenção, custo de construção, os custos caixa atingiram R$180,4 milhões no 1T18, redução de 1,7%, mesmo com a inflação de 2,7% no período.
Vale ressaltar que os custos caixa do trimestre tiveram aumento de R$1,0 milhão (+0,6%) no segmento de concessões rodoviárias, abaixo da inflação de 2,7% no período, demonstrando resiliência na gestão de custos do principal segmento da companhia.
Ainda, os custos caixa no Ecoporto Santos se mantiveram em linha com o observado no mesmo período de 2017, e os custos do segmento Holding e Serviços tiveram redução de R$5,7 milhões (-12,5%).
Por consequência, o seu EBITDA pró-forma, cresceu 10,7% totalizando R$490,1 milhões no 1T18, e a margem EBITDA foi de 74,1%, crescimento de +3,4p.p. quando comparado com o 1T17, devido, principalmente, à melhora do resultado do segmento de concessões rodoviárias que teve incremento de R$33,3 milhões (+7,5%) e também dos resultados do Ecoporto (+R$9,7 milhões) e das empresas de Serviços e Holding (+R$4,4 milhões).
Já o resultado financeiro do 1T18 apresentou redução de 19,5%, sendo as variações mais representativas destacadas abaixo:
- Juros sobre debêntures: queda de R$7,1 milhões em função da redução do CDI e decréscimo do spread das novas emissões;
- Juros sobre financiamentos: redução de R$7,7 milhões em função da queda do CDI;
- Variação monetária e cambial sobre empréstimos e financiamentos: aumento de R$0,6 milhão devido, principalmente, à valorização do Dólar em relação ao Real no 1T18 (+0,5%);
- Receita de aplicações financeiras: aumento de R$3,4 milhões devido a maior disponibilidade de caixa e compensado pela redução do CDI;
- Outros efeitos financeiros: resultado positivo em função do reconhecimento de crédito do Fundaf do Ecoporto no valor de R$7,4 milhões
Ainda, os juros pagos no 1T18 totalizaram R$25,7 milhões, aumento de 14,3% quando comparado ao 1T17.
Assim, o lucro líquido comparável da Ecorodovias foi de R$146,7 milhões (+49,6%) no 1T18, impactado positivamente pelo aumento no seu EBITDA pró-forma comparável (+R$47,4 milhões) e pela menor despesa financeira (+R$25,0 milhões) e compensado pela maior amortização e depreciação (-R$11,7 milhões).
Já a dívida bruta da Ecorodovias atingiu R$6.967,0 milhões em março de 2018, aumento de 16,1% em relação a dezembro de 2017, em função da emissão de debêntures no Ecorodoanel no valor de R$900,0 milhões em março de 2018 que será utilizada para pagamento da outorga fixa dessa concessão. A emissão foi realizada em série única, com taxa de 119% do CDI e 2 anos de prazo de vencimento.
Vale destacar que a dívida bruta da companhia, em 31/03/2018, era composta por 86% de vencimentos no longo prazo.
Ainda, o total de caixa e equivalentes totalizou R$2.560,8 milhões em março de 2018, e possui a proporção de 2,6x a dívida com vencimento de curto prazo, patamar esse que consideramos dentro do ideal.
Ainda ontem, a companhia informou, também, que em reunião realizada na mesma data, o seu Conselho de Administração deliberou o pagamento de dividendos declarados referentes ao exercício de 2017.
Segundo o relatado, valor de tais dividendos a serem distribuídos, com base no exercício encerrado em 31 de dezembro de 2017, é de R$207.447.000,12 correspondentes a R$0,372793607 por ação ordinária integrante do capital social integralizado, exceto pelas ações em tesouraria.
Isto posto, a empresa informou que terão direito aos dividendos acima citados os acionistas detentores de ações em 30 de abril de 2018, inclusive, sendo que, a partir de 02 de maio de 2018, as ações serão negociadas “exdividendos”, ao passo que os pagamentos serão efetuados a partir de 15 de maio de 2018.
No mais, vale lembrar que a EcoRodovias é uma companhia de infraestrutura logística integrada, que opera ativos de logística intermodal, concessões rodoviárias e serviços correlatos.
Dessa forma, a companhia atua com um modelo de gestão de sinergias no portfólio de negócios em infraestrutura logística, que possui sete concessões de rodovias, além de empresas de logística como o Ecoporto de Santos, terminal portuário com atuação em seis estados.
Vale mencionar que as operações da EcoRodovias se baseiam em sistemas logísticos formados pela integração entre as concessões rodoviárias situadas em áreas estratégicas do território brasileiro, com plataformas logísticas, que visam integrar terminais logísticos intermodais, terminais portuários, terminais retroportuários, centros de distribuição, recintos alfandegários e portos, bem como a prestação de serviços integrados de logística.
Atualmente, suas atividades incluem principalmente as concessões rodoviárias e seus terminais logísticos.
No mais, os resultados da companhia vêm se provando sólidos ao longo do tempo, e entendemos, ainda, que a tendência é que seus números apresentem uma ampliação de resultados no médio prazo.
Um fator que nos faz ter essa crença é o volume de tráfego que através do qual as rodovias de sua concessão apresentam, haja visto que o tráfego consolidado de veículos equivalentes pagantes apresentou crescimento de 2,0% no 1T18, sendo que, em janeiro houve aumento de 3,1%, em fevereiro de 0,3% impactado pelo clima desfavorável e em março de 2,5%.
Não bastasse o volume crescente de veículos transacionando nas rodovias, a tarifa média consolidada por veículo equivalente pagante apresentou aumento de 3,5% no 1T18, devido, principalmente, à aplicação dos reajustes tarifários nas concessões rodoviárias.
Por fim, gostamos bastante dos resultados da Ecorodovias e do seu perfil de forte geradora de valor, além de ser uma empresa inserida em um segmento previsível e que costuma ser estável em termos de geração de caixa.
É interessante mencionar, ainda, que no nosso último relatório Insider Spy – disponibilizado mensalmente a nossos assinantes – do mês de abril, movimentações interessantes por parte dos controladores da companhia foram observadas.
Sugerimos a nossos assinantes a leitura do relatório para tal constatação.
Ainda, vemos um grande potencial de crescimento de resultados na Ecorodovias para o longo prazo, guiado por um crescimento no tráfego de veículos, por uma melhora do cenário econômico, manutenção de uma boa gestão administrativa, além de possíveis investimentos em novas concessões.
Acreditamos, também, que a empresa deverá continuar entregando resultados atrativos nos próximos anos, com um ótimo fluxo de caixa livre e, inclusive, beneficiando os investidores com bons pagamentos de dividendos.
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